O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou na tarde desta quarta-feira o julgamento de um recurso da defesa do presidente Michel Temer para que o procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, seja declarado suspeito nas investiga��es contra o presidente no �mbito da dela��o da JBS.
Os ministros do STF tamb�m discutir�o nesta tarde o pedido de Temer para suspender uma eventual nova den�ncia contra o presidente da Rep�blica at� que sejam esclarecidas as supostas irregularidades na colabora��o premiada de executivos do grupo J&F. Janot pretende apresentar uma nova den�ncia contra Temer ainda nesta semana.
Apesar do desgaste de Janot, o STF n�o dever� afast�-lo das investiga��es contra o presidente Michel Temer no caso JBS. A tend�ncia da Corte � manter Janot na apura��o, apesar da surpresa causada no STF com os �ltimos acontecimentos, envolvendo �udios de delatores e o encontro do procurador-geral com um advogado do empres�rio Joesley Batista.
Dentro do Minist�rio P�blico Federal h� receio de que o julgamento permita a suspens�o da nova den�ncia contra Temer at� uma defini��o final sobre a validade das provas obtidas na dela��o. Para procuradores e parte do Supremo, a interrup��o atingiria em cheio a principal prerrogativa do MPF, que � a investiga��o e o processo criminal.
Independ�ncia
No m�s passado, o ministro Edson Fachin, relator do caso JBS no STF, rejeitou o pedido de suspei��o de Janot formulado pela defesa do presidente Michel Temer.
Para Fachin, Janot goza de "independ�ncia funcional" para formular acusa��es. Al�m disso, o ministro considerou que um eventual fatiamento de den�ncias contra Temer "n�o indica parcialidade" por parte de Janot e n�o configura causa de suspei��o, "na medida em que cada apura��o � marcada por amadurecimento em lapso temporal pr�prio".
A defesa de Temer recorreu da decis�o de Fachin, que decidiu submeter o recurso ao plen�rio da Corte.
Para o criminalista Ant�nio Claudio Mariz de Oliveira, advogado de Temer, o procurador-geral da Rep�blica vem extrapolando "em muito os seus limites constitucionais e legais", adotando, por motiva��es pessoais, uma "obsessiva conduta persecut�ria" contra o presidente.