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Estado de Minas

Com 45 fases deflagradas, Opera��o Lava-Jato mostra que ainda est� longe do fim

A��o que come�ou investigando rede de postos de combust�veis e lava-jato de ve�culos acabou desvendando uma rede de corrup��o gigantesca envolvendo pol�ticos, agentes p�blicos e empres�rios com n�meros surpreendentes


postado em 17/09/2017 06:00 / atualizado em 17/09/2017 08:25

Quando as primeiras investiga��es da Opera��o Lava-Jato foram iniciadas, a Pol�cia Federal em Curitiba nem sequer imaginava que se deparava com o maior esquema de corrup��o da hist�ria brasileira. Nos anos seguintes, �rg�os p�blicos que atuam no combate � corrup��o precisaram mudar estrat�gias, unificar equipes e formar uma gigantesca for�a-tarefa para combater o crime organizado que se instalou de uma maneira nunca antes imaginada na Rep�blica. Em sua 45ª fase, a Lava-Jato chegou aos Tr�s Poderes, se tornou assunto nacional e envolveu a fic��o e a realidade em um roteiro que supera a criatividade dos cineastas de Hollywood.


Apesar de as primeiras suspeitas de corrup��o, que envolveram uma rede de postos de combust�veis e de lava-jato de ve�culos no Paran�, terem come�ado em 2009, o primeiro desdobramento s� ocorreu em 2014. Naquele ano, os investigadores descobriram quatro organiza��es criminosas lideradas por doleiros. A partir desses casos se descobriu uma rede gigantesca, envolvendo pol�ticos, agentes p�blicos e empres�rios, que trabalhavam dia e noite para fraudar contratos, desviar e lavar dinheiro na Petrobras, gigante nacional do setor de petr�leo.

A opera��o foi respons�vel por instituir no Brasil o recurso da dela��o premiada. Por meio dessa ferramenta, a Justi�a pode fazer com que pessoas envolvidas denunciem o esquema, apresentem provas e ajudem as autoridades a desmontar a estrutura criminosa. Os acordos de colabora��o do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, o primeiro delator, e do doleiro Alberto Youssef foram fundamentais para o sucesso da opera��o.

Em troca, os delatores conseguem benef�cios, como a redu��o de pena e medidas alternativas � pris�o. O ex-procurador-geral da Rep�blica Aristides Junqueira destaca que a dimens�o da opera��o revelou o qu�o grande era – e ainda � – a corrup��o no Brasil. “A Lava-Jato � um acontecimento capaz de destampar a panela da corrup��o no Brasil. Revelou ao pa�s uma classe pol�tica defeituosa que propicia a corrup��o. Desvendou uma classe empresarial que tem coragem de violar a lei de forma grave e n�o tem o menor pudor de confessar crimes contra a administra��o p�blica”, destaca.

Modelo americano

Os n�meros da opera��o impressionam e revelam o tamanho do esquema desmontado pelos policiais, procuradores e ju�zes. Desde 2014, quando ocorreu a primeira fase da opera��o, foram abertos 1.765 procedimentos para investigar atos criminosos e novos esquemas. A Pol�cia Federal cumpriu 877 mandados de busca e apreens�o, 221 de condu��o coercitiva e 97 pris�es preventivas. Foram realizadas ainda 110 pris�es tempor�rias, e 165 condena��es, contra 107 pessoas.

O dinheiro envolvido nos atos criminosos tamb�m impressiona. As investiga��es apontam para uma movimenta��o de R$ 42 bilh�es pelos integrantes do esquema. At� o momento, R$ 11 bilh�es foram recuperados pelas autoridades de empreiteiras que integraram o esquema de corrup��o. Somente em pagamentos, foram repassados R$ 6,4 bilh�es, principalmente para agentes pol�ticos. Fl�vio Werneck, presidente do Sindicato dos Policiais Federais do Distrito Federal, aponta que foi necess�ria uma mudan�a nas t�cnicas de investiga��o em decorr�ncia da Lava-Jato. “Essa opera��o � diferente at� no modelo inicial de investiga��o. � um modelo de for�a-tarefa norte-americano. O modelo j� usado no Brasil tinha �ndices muito ruins de elucida��o de crime”, ressalta.

No come�o do ano, o procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, enviou 83 pedidos de abertura de inqu�rito contra pessoas com foro privilegiado por prerrogativa de fun��o, acusados de integrar o esquema. Empres�rios que lideravam as maiores empreiteiras do pa�s, como Marcelo Odebrecht e L�o Pinheiro tamb�m est�o entre os acusados. Pela primeira vez, a na��o assistiu a poderosos, sejam pol�ticos ou milion�rios, irem para a cadeia.

O legado da opera��o, no entanto, ainda � alvo de muitos debates. O procurador Ronaldo Nogueira, que integra a for�a-tarefa da Lava-Jato, aponta que at� mesmo a forma de se investigar sofreu mudan�as neste per�odo. “A Lava-Jato � o grande divisor de �guas no combate � corrup��o. Com isso, as institui��es implementaram novas metodologias. Intensificou-se a coopera��o internacional e a comunica��o com a sociedade. As institui��es mostraram que est�o funcionando.” Nogueira ressalta que ainda n�o � poss�vel prever quando ela vai terminar, em decorr�ncia das revela��es, que a cada dia surpreendem mais, e fazem o Brasil parar para acompanhar seus desdobramentos. “A opera��o � muito imprevis�vel Quando se acha que as coisas est�o estabilizando ela nos surpreende. Enquanto houver fato criminoso dentro da linha da Lava-Jato, o Minist�rio P�blico vai avan�ar”, afirma.

 


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