
Depois que a pr�pria base boicotou a vota��o da medida provis�ria que regulamenta os acordos de leni�ncia do Banco Central, tirando Maia do s�rio, a sa�da pol�tica encontrada para desfazer o mal-estar com o presidente da C�mara foi a confec��o de um projeto de lei. A proposta vai recuperar os principais pontos da MP e ser� apresentada nos pr�ximos dias pela C�mara, em regime de urg�ncia, jogando os holofotes sobre Maia.
A inten��o do governo � prestigiar o deputado, que nos �ltimos dias n�o tem escondido a contrariedade com Temer. Na ter�a-feira, por exemplo, Maia disse estar cansado da “falta de respeito” do Planalto e anunciou que n�o mais aceitar� medidas provis�rias at� que o Congresso analise a Proposta de Emenda � Constitui��o (PEC) que regulamenta a tramita��o de mat�rias desse tipo.
A escalada de tens�o fez com que Temer enviasse Imbassahy para dialogar com Maia, de quem o ministro � amigo. O governo tamb�m se comprometeu com ele a reduzir o n�mero de medidas provis�rias.
Romaria
Mesmo assim, descontentes com o Planalto, deputados aliados transformaram ontem, 11, a resid�ncia oficial da presid�ncia da C�mara em um “muro de lamenta��es”. Com a segunda den�ncia sendo analisada pela Casa, diversos parlamentares t�m procurado Maia para se queixar do governo.
Integrantes de partidos do chamado Centr�o, especialmente do PR, PP e PSD, dizem que Temer n�o cumpriu todos os acordos feitos durante a tramita��o da primeira den�ncia. Cobram a libera��o de mais emendas e a sa�da do tucano Imbassahy da articula��o pol�tica. Para o Centr�o, o PSDB n�o pode ocupar quatro minist�rios ap�s ter rachado e demonstrado infidelidade ao presidente na vota��o da primeira den�ncia, em 2 de agosto.
O PR, agora, come�ou a dar sinais mais evidentes de rebeldia. O partido trocou um dos seus integrantes na Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ). Giovani Cherini (PR-RS) deixou a vaga, que passar� a ser ocupada por Alexandre Valle (PR-RJ).
Embora ambos sejam governistas, Valle integra o grupo de parlamentares mais insatisfeitos com o governo. Na pr�tica, a tend�ncia � que a bancada do PR comece a indicar dificuldades para o governo na CCJ. Uma das estrat�gias � tentar obstruir o andamento dos trabalhos.
“Eu n�o acredito que haver� instabilidade”, afirmou o l�der do governo na C�mara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).
Nos bastidores, deputados do PMDB comentam que n�o h� inten��o de desembarque de partidos da base, embora todos aproveitem o momento para criar um “clima de caos” e apresentar uma fatura mais alta para a perman�ncia de Temer na Presid�ncia.
