
O PT e os advogados do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva seguem correndo para o Supremo Tribunal Federal, mesmo com a resist�ncia da presidente da Corte. Ontem foi a vez do advogado e ex-ministro do STF Sep�lveda Pertence participar de uma audi�ncia com C�rmen L�cia. Na sa�da, ap�s meia hora de conversa, admitiu que a magistrada n�o deu qualquer indica��o de pretender pautar o pedido de habeas corpus do petista.
Os defensores do ex-presidente tentam, tamb�m, trazer para o plen�rio da Corte o debate sobre a pris�o em segunda inst�ncia. Tamb�m neste ponto a posi��o de C�rmen L�cia tem se mostrado inflex�vel. Ela j� havia dado a senha na v�spera, durante evento com mulheres em S�o Paulo. “Eu n�o lido, eu simplesmente n�o me submeto � press�o”, afirmou ela. Para C�rmen, esse assunto j� foi debatido pelo pr�prio STF no fim de 2016, e retom�-lo agora seria “apequenar” a Suprema Corte.
No in�cio da noite de ontem, a defesa de Lula apresentou um novo pedido para evitar a pris�o do ex-presidente. Caber� ao ministro Luiz Edson Fachin analisar o caso. J� em Curitiba, os advogados do petista pediram ao juiz S�rgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, o acesso a um HD onde est�o arquivos entregues pelo ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, na a��o em que Lula � acusado de ter recebido o s�tio de Atibaia, em S�o Paulo, em forma de propina da Odebrecht. Entre os documentos est�o capturas de tela com conte�dos de e-mails que foram trocados pelo executivo e funcion�rios da empreiteira.
Eles tamb�m solicitaram que Marcelo explique como conseguiu alguns documentos. Nove perguntas foram enviadas para Moro, com a finalidade de que sejam repassadas ao delator. A defesa do petista questiona o fato de o Minist�rio P�blico Federal (MPF) n�o ter analisado os arquivos antes, quando Odebrecht ainda estava preso.
Se a batalha jur�dica est� dif�cil, no discurso pol�tico, o PT perdeu-se de vez. Em entrevista ontem ao portal de not�cia Uol, o governador da Bahia, Rui Costa, defendeu que o partido aproveite a crise e apoie, em �ltima inst�ncia, um candidato de partido aliado ao Planalto. “N�o podemos ficar nessa marra de que, se n�o h� um nome natural do PT e se o Lula n�o puder ser (candidato), por que n�o pode ser de outro partido? Acho que pode e acho que essa discuss�o, se ocorrer, no momento exato, n�s vamos fazer esse debate”, disse.
Di�logo
E defendeu que o PT esque�a o golpe. “N�s queremos ou n�o o voto dessas pessoas (que apoiaram o impeachment) para reconstruir o Brasil? Queremos. Ent�o n�o adianta ficar brigando com aquele momento hist�rico, seus erros, seus acertos. N�s temos que dialogar com a sociedade e chamar quem quer compor o Brasil em novas bases �ticas, onde a gente consiga pactuar mudan�as estruturais”, completou.
Foi duramente repreendido pela presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann. “Respeito muito o governador Rui Costa e as suas opini�es, mas a posi��o da dire��o partid�ria e majoritariamente da nossa milit�ncia n�o � essa. Esse golpe n�o pode ser esquecido, porque tem consequ�ncias nefastas at� hoje para a popula��o”, declarou Gleisi, que participa, em Salvador, do F�rum Social Mundial.
O clima interno azedou. E o PT sabe que precisa se agarrar na ret�rica, porque n�o conseguir� mobilizar a milit�ncia por muito tempo caso Lula seja realmente preso. “O PT n�o consegue colocar mais de 50 mil pessoas na Avenida Paulista, vai colocar quantas em Vit�ria?”, questionou um militante. Boa parte dos votos que Lula tem hoje est�o concentrados no Nordeste. “Mas s�o pessoas que n�o v�o abandonar suas tarefas cotidianas para cruzar os bra�os em vig�lia a Lula”, lamentou outra lideran�a petista.
Visita��o do tr�plex
O juiz federal S�rgio Moro divulgou o edital de leil�o do tr�plex 164-A, no condom�nio Solaris, em Guaruj�, litoral sul de S�o Paulo. O im�vel, atribu�do ao ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) pela Opera��o Lava-Jato, est� aberto para visita��o de interessados. Quem quiser conhecer o famoso apartamento dever� agendar, quando autorizado, por e-mail. O im�vel est� avaliado em R$ 2,2 milh�es, valor da suposta vantagem indevida pela qual o petista foi condenado a 12 anos e um m�s de pris�o pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Regi�o, o Tribunal da Lava-Jato, que confirmou senten�a de Moro e ampliou a pena ao petista. Segundo Moro, o montante � correspondente � avalia��o do im�vel somada �s reformas que a OAS custeou, como cozinha de luxo, piscina e elevador interno.
