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Estado de Minas

Discreta, Rosa Weber definir� destino de Lula

A aposta nos bastidores � a de que a ministra ga�cha definir� na pr�xima quarta-feira o resultado do julgamento do habeas corpus de Lula, diante de uma Corte rachada e desgastada perante a opini�o p�blica


postado em 02/04/2018 07:36 / atualizado em 02/04/2018 08:15

Ministra Rosa Weber(foto: Carlos Moura/SCO/STF)
Ministra Rosa Weber (foto: Carlos Moura/SCO/STF)

Bras�lia - O julgamento do habeas corpus do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva no Supremo Tribunal Federal (STF) e a ofensiva do petista para viabilizar a candidatura ao Pal�cio do Planalto lan�ar�o os holofotes sobre a ministra Rosa Weber, uma figura discreta, avessa � exposi��o p�blica e que n�o tem o h�bito de falar "fora dos autos" - a menos que se trate sobre o desempenho do Internacional nos gramados.

A aposta nos bastidores � a de que a ministra ga�cha definir� na pr�xima quarta-feira o resultado do julgamento do habeas corpus de Lula, diante de uma Corte rachada e desgastada perante a opini�o p�blica. Em meados de agosto, Rosa assumir� a presid�ncia do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), comandando a Corte Eleitoral no momento crucial em que os registros de candidaturas presidenciais ser�o analisados.

Com a condena��o pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Regi�o (TRF-4) por corrup��o passiva e lavagem de dinheiro, Lula est� enquadrado como "ficha suja" e ter� seu destino na elei��o definido pelo plen�rio da Corte Eleitoral. O petista pode conseguir afastar a inelegibilidade caso consiga uma liminar favor�vel � sua candidatura.

Ao longo dos �ltimos cinco meses, a reportagem conversou com advogados, ministros e auxiliares, tanto do STF quanto do TSE, para tra�ar o perfil da ministra. Indicada em 2011 ao Supremo pela ent�o presidente petista Dilma Rousseff para a vaga de Ellen Gracie, Rosa Weber n�o d� entrevistas e passou o feriado de P�scoa na terra natal, em Porto Alegre (RS), para visitar familiares. Por ser fechado e reservado, o gabinete da ministra ganhou o apelido de "Coreia do Norte" nos corredores da Suprema Corte.

Voto

Em outubro de 2016, a ministra votou contra a possibilidade de execu��o de pena, como a pris�o, ap�s condena��o em segundo grau. "Se a Constitui��o no seu texto com clareza vincula o princ�pio da presun��o de inoc�ncia ou da n�o culpabilidade a uma condena��o transitada em julgado, eu n�o vejo como possa chegar a uma interpreta��o diversa", disse Rosa na ocasi�o. "Fico a pensar o tempo a escoar entre os nossos dedos e n�s privarmos da liberdade algu�m que n�o tem contra si um t�tulo penal transitado em julgado", completou a ministra.

Derrotada naquele julgamento, Rosa disse que continua a refletir sobre o tema, mas tem respeitado a jurisprud�ncia do tribunal, favor�vel � possibilidade de pris�o. Seu voto no julgamento do habeas corpus de Lula � considerado uma inc�gnita dentro do STF e j� levou o Movimento Brasil Livre (MBL) a lan�ar uma campanha nas redes sociais para que a ministra "n�o nos decepcione" e rejeite o pedido do petista.

Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, exibida no �ltimo dia 26, o juiz federal S�rgio Moro destacou que tem um "apre�o especial" por Rosa e p�de observar a "seriedade, a qualidade t�cnica da ministra", com quem j� trabalhou no STF, durante o processo do mensal�o. "Tenho expectativa de que esse precedente n�o vai ser alterado", disse Moro.

Avalia��o

Rosa � considerada uma ju�za � moda antiga, rigorosa - firme sem perder a do�ura, nas palavras de um colega. "A ministra Rosa � um raio de sol. As elei��es de 2018 n�o poderiam estar em melhores m�os", disse ao Estado o ministro Lu�s Roberto Barroso, que ser� vice-presidente do TSE durante as elei��es.

Para a presidente do STF, ministra C�rmen L�cia, Rosa "dignifica o Judici�rio com a sua capacidade de trabalho e o seu equil�brio".

Dois outros ministros ouvidos pela reportagem sob a condi��o de anonimato, no entanto, lan�am d�vidas sobre a capacidade de gest�o da ministra, que comandar� o TSE durante as pr�ximas elei��es, que prometem ser turbulentas. O gabinete de Rosa j� est� em contato permanente com o do atual presidente do TSE, ministro Luiz Fux, pra tratar da transi��o - em �poca de fake news (not�cias falsas), encontrou um perfil falso com o nome da ministra no Facebook. A p�gina acabou sendo denunciada, mesmo sem a identifica��o de postagens ofensivas.

Ao chegar para a sess�o da Primeira Turma no dia 28 de novembro do ano passado, Rosa foi questionada pelo Estado se o ass�dio da imprensa a incomodava. "A imprensa cumpre o papel dela, eu s� respondo se eu quiser, mas isso n�o me faz entender inoportuna a atua��o. O rep�rter atua como ele tem de atuar. Eu respeito e admiro", respondeu a ministra, que tem um filho jornalista.

Placar

No dia 22 de mar�o, data em que o Supremo daria uma liminar blindando Lula de pris�o at� a conclus�o do julgamento do habeas corpus, Rosa chegou pelo tapete vermelho falando sobre placar - n�o do julgamento que come�aria em instantes, mas da partida entre Gr�mio e Internacional pelo Campeonato Ga�cho. "Perdemos. Quer dizer, ganhamos por 2 a 0, mas t�nhamos perdido por 3 a 0. N�o classificamos para a final."

A reportagem aproveitou a fala para lembrar que a "bola" do julgamento de Lula est� com a ministra. Rosa deu uma risada de canto de boca e adiantou levemente o passo, mirando o elevador, deixando as retic�ncias no ar.


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