(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Caf� preto e p�o com manteiga para Lula

O jantar a Lula foi servido �s 18h. Com talhares de pl�stico, o ex-presidente comeu sozinho na mesa colocada em sua sala o menu do dia: carne assada, arroz, feij�o, chuchu e macarr�o


postado em 09/04/2018 07:54 / atualizado em 09/04/2018 08:10

Curitiba- Em seu primeiro dia na cadeia, o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva conheceu um dos principais desafios aos presos de outros Estados apanhados pela Lava-Jato: a inconst�ncia do clima, que amanhece frio, esquenta muito � tarde e gela � noite. O preso recebeu na manh� deste domingo, 8, o mesmo p�o com manteiga e caf� preto servido aos outros detidos que est�o na carceragem da Pol�cia Federal. Sozinho em suas acomoda��es de 15 m² com banheiro privativo no 4º andar do pr�dio, Lula p�de acompanhara pela TV a vit�ria de seu Corinthians sobre o Palmeiras.

L� fora, antipetistas e apoiadores de Lula se manifestavam - e brigavam. A noite anterior havia sido marcada pela conflito entre manifestantes, pela fuma�a de fogos e bombas ap�s a chegada do petista. Lula desceu do heliponto em cima da sede da PF e foi conduzido pelos agentes � sua cela, preparada � pedido da Opera��o lava Jato para o in�cio do cumprimento de sua pena de 12 anos e 1 m�s de pris�o no caso do triplex do Guaruj� (SP). Teve ent�o o primeiro contato com seus advogados: Cristiano Zanin Martins e o amigo a ex-deputado do PT Sigmaringa Seixas.

Ali ficaram at� meia-volta, quando deixaram o ex-presidente em sua cela, que n�o tem grades, mas uma porta comum de madeira. Em seu primeiro dia preso, Lula recebeu a mesma comida dos demais detentos: o almo�o chegou �s 11h. Por volta das 15h, seus advogados voltaram. Zanin e Sigmaringa chegaram a assistir o in�cio do jogo com o ex-presidente, mas sa�ram antes do final. "O presidente est� bem, embora indignado." A defesa alega que o processo tem "motiva��o pol�tica".

Na sala especial reservada como c�rcere h� um espa�o que serve de �rea de contado com os advogados - e com a fam�lia, quando as visitas come�arem. Como era domingo, o pr�dio passou o dia vazio, cercado por jornalistas, policiais e manifestantes, que ficaram depois do per�metro de duas quadras.

O jantar a Lula foi servido �s 18h. Com talhares de pl�stico, o ex-presidente comeu sozinho na mesa colocada em sua sala o menu do dia: carne assada, arroz, feij�o, chuchu e macarr�o. Recebeu ainda um copo de suco de laranja. Hoje, um novo processo na Justi�a Federal ser� aberto e nova batalha jur�dica come�ar�: o de execu��o penal. � nele que a defesa vai pedir a remo��o do condenado para uma unidade prisional mais pr�xima de seu domic�lio, com condi��es especiais - iguais � de Curitiba.

Vig�lia

Enquanto os advogados e Lula tratavam de seu futuro na cadeia, os policiais militares observam os manifestantes que se reuniam em uma esp�cie de vig�lia. Nela, o clima era de festa. Crian�as com estrelas vermelhas desenhadas no rosto brincam nos ombros dos pais, um grupo de adolescentes fazia uma roda para tocar viol�o, duas agricultoras distribu�am caf� e bolo para homens com camisa do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) sentados no gramado de uma casa. De vez em quando, apoiadores da opera��o Lava Jato soltavam fogos ou passavam buzinando de carro por uma rua pr�xima.

Cerca de 300 deles passaram a noite em camas improvisadas com len��is na cal�ada. Os organizadores j� haviam providenciado banheiros qu�micos para os militantes desde o dia anterior. O agricultor Aniseto Pessoa, de 52 anos, que � volunt�rio em uma das duas cozinhas montadas em tendas, faz as contas: "De ontem para hoje, foram 22 kg de carne, 20 kg de arroz e 6 kg de feij�o e de macarr�o." Ele veio com um grupo do munic�pio paranaense de Castro e dormiu na cal�ada, ao lado das panelas. "S� vou embora quando Lula estiver livre."

Al�m das cozinhas, os militantes trouxeram barracas. O grupo aumentou �s 16h30, quando a cantora Ana Ca�as fez um pocket show em frente � barreira da PM. Grande parte dos acampados veio em um dos 15 �nibus com militantes, a maioria do Movimento dos Sem Terra (MST), que come�aram a deixar o interior do Paran�. Nos pr�ximos dias, a milit�ncia espera que cheguem mais 20 �nibus vindo de S�o Paulo, 10 de Minas Gerais e 8 do Rio. Al�m do MST, v�o engrossar os acampados militantes do PT e da CUT.

Vizinho novo


"Moro aqui h� mais de 20 anos, antes mesmo de o pr�dio da PF ser constru�do e nunca vi nada assim. A gente nem consegue sair, o tr�nsito est� horr�vel e fazem muito barulho", reclamou a auxiliar de cozinha Regiane das Neves, de 43 anos. As informa��es s�o do jornal

O Estado de S. Paulo.

(Ricardo Brandt, F�bio Serapi�o e Douglas Gavras, enviados especiais; colaborou Daniel Weterman)


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)