O vereador Wellington Magalh�es auxiliou o desembargador mineiro Wanderley Salgado de Paiva – um dos que votaram pela concess�o do habeas corpus que o tirou da pris�o – em um pedido � BH Trans para tirar um ponto de �nibus da porta de sua casa. No contato, o parlamentar investigado por desvio de verbas apresentou o magistrado como “amigo” e “irm�o” e pediu que o “problema” fosse resolvido para ele.
Os �udios da conversa foram divulgados nessa segunda-feira (2) pela TV Record. Neles, � poss�vel ver que Wellington Magalh�es liga para o ex-presidente da BH Trans Ramon Victor e diz que passar� o magistrado para falar: “Tem um desembargador amigo meu, o doutor Wanderley, meu irm�o. Ele t� aqui comigo e ele vai te explicar o que fizeram”, diz ao passar a liga��o.
O desembargador explica que colocaram um ponto de �nibus na porta de sua resid�ncia e diz que isso poderia trazer problemas de seguran�a para sua fam�lia. O ent�o presidente da BH Trans pede que ele d� o endere�o e diz que vai anotar e verificar o que pode ser feito.
Wanderlei diz que o ponto foi desviado por causa do fechamento da Avenida Bandeirantes e cita o fato de ser da �rea criminal. “Eu n�o tenho muito medo n�o, mas � a fam�lia, n�. Pode ser que um bandido que eu julgo fica sabendo”, alega. A liga��o foi feita em 2016.
O desembargador Wanderley Salgado de Paiva votou a favor do habeas corpus que tirou Magalh�es da pris�o em 30 de maio. A soltura foi aprovada pela C�mara Criminal por 2 votos a 1.
O Tribunal de Justi�a de Minas Gerais n�o divulgou posicionamento sobre o assunto.
Desembargador nega amizade
Em nota, o desembargador Wanderley Salgado de Paiva diz que n�o tem nem nunca teve qualquer la�o de amizade com o vereador e que , portanto, n�o se considerou impedido de julgar o caso de Wellington Magalh�es. O magistrado disse ter procurado o parlamentar por ter sido informado de que ele “seria a pessoa certa para verificar junto ao �rg�o de tr�nsito competente sobre a possibilidade de transfer�ncia de um ponto de �nibus”.
“Tal pedido, leg�timo e poss�vel a qualquer cidad�o, foi motivado pelos transtornos que tal parada de �nibus acarretava ao dia a dia da minha fam�lia, tendo em vista, principalmente, o fato de minha mulher se encontrar acometida por um c�ncer, doen�a que, infelizmente, acabaria levando-a a �bito. � �poca n�o fui atendido, tanto que mudei para um apartamento alugado em outro bairro, onde a minha finada esposa viveu os �ltimos dias de sua vida”, informou.
O desembargador disse n�o haver nada que o desabone como julgador desde que iniciou o of�cio em 1993. e que, no caso em pauta, proferiu o voto tecnicamente, “obedecendo minha consci�ncia de julgador, dentro dos par�metros preconizados pela Lei e de precedentes desta Corte”.
Pedido corriqueiro
O ex-presidente da BH Trans, Ramon Victor, disse que, como presidente da institui��o, atendeu a um telefonema, como atendia a dezenas toda semana. “Anotei o pedido e nem sei se foi atendido, era um pedido banal, corriqueiro, mas nem sei. Atendi a um telefonema em uma rela��o institucional de presidente da BH Trans com um vereador, que no caso acho que era at� presidente da C�mara. N�o tenho nada a dizer porque essa quest�o n�o me diz respeito”, disse.
A defesa de Wellington Magalh�es n�o quis comentar o assunto, alegando segredo de Justi�a