Sem citar especificamente a pris�o do ex-presidente Michel Temer (MDB) ou os embates entre a for�a-tarefa da Opera��o Lava-Jato e o STF, o magistrado afirmou que passamos por um momento doloroso e sofrido, mas que v� com otimismo a possibilidade do Brasil avan�ar com as crises dos dias de hoje.
“Acho que os pa�ses passam pelo que tem que passar para se aprimorarem e amadurecerem. Estou convencido de que vamos sair de tudo isso melhor do que entramos”, afirmou Barroso.
Segundo ele, o momento � de transforma��o e ao contr�rio de entrar em uma rota de decad�ncia o pa�s est� se tornando cada vez mais exigente com seus representantes.
Perguntado sobre a cria��o de uma CPI para apurar irregularidade no Supremo e nos tribunais superiores, a chamada CPI da Lava-Toga, o ministro n�o respondeu.
Nesta semana, 29 senadores assinaram um requerimento pedindo a cria��o da comiss�o parlamentar, que passar� por uma an�lise de consultores do Senado a pedido da Mesa Diretora.
Progressistas e conservadores
Na palestra sobre os 30 anos da Constitui��o de 1988 (completados no ano passado), Barroso citou os problemas do sistema pol�tico brasileiro como um dos obst�culos para o desenvolvimento do pa�s.
“Infelizmente o sistema n�o extrai o melhor das pessoas. � cara demais, a representatividade � baixa e por quest�es de fisiologismo, os presidentes acabam ref�ns de algumas pr�ticas”, disse o ministro.
“Muitos podem n�o valorizar, mas atravessamos tr�s d�cadas de equil�brio institucional. E isso � muito importante. Temos que lembrar que na hist�ria do Brasil foram muitas rupturas. A manuten��o dessa estabilidade � motivo de comemora��o”, disse o magistrado, citando alguns per�odos da hist�ria nacional, como o golpe militar de 1964, o Estado Novo de Get�lio Vargas e o impedimento do mineiro Pedro Aleixo assumir a Presid�ncia da Rep�blica durante a ditadura.
Para Barroso o combate � corrup��o enfrenta desafios tanto entre os grupos progressistas como entre os grupos conservadores.
“Progressistas adotam um entendimento de que os fins justificam os meios, enquanto os conservadores acreditam que a corrup��o ruim � a dos outros, dos advers�rios”, afirmou. Ele defendeu ainda a necessidade de aprova��o de uma reforma da Previd�ncia, que considera uma “quest�o patri�tica e n�o pol�tica”.