
Bras�lia – Em tr�s meses de gest�o, quatro pessoas para o mesmo cargo. E agora mais um militar no governo. O presidente Jair Bolsonaro nomeou o tenente-brigadeiro Ricardo Machado Vieira como secret�rio-executivo do Minist�rio da Educa��o (MEC). O decreto, assinado tamb�m pelo ministro Ricardo V�lez Rodr�guez, foi publicado ontem no Di�rio Oficial da Uni�o (DOU). O militar j� foi chefe do Estado-Maior da Aeron�utica e desde fevereiro era assessor especial da presid�ncia do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa��o (FNDE). Nas �ltimas semanas, V�lez anunciou v�rias vezes a mudan�a no cargo.
Em 12 de mar�o, substituiu Lu�s Ant�nio Tozi por Rubens Barreto da Silva, que ocupava o cargo de secret�rio-executivo adjunto. No dia seguinte, anunciou que a secret�ria-executiva seria Iolene Lima, que atua na Secretaria de Educa��o B�sica. Ela, entretanto, nem chegou a assumir. Ela foi dispensada oficialmente ontem pelo DOU, porque estava como “substituta eventual do cargo de secret�rio da Educa��o B�sica”. “Diante de um quadro bastante confuso na pasta, mesmo sem convite pr�vio, aceitei a nova fun��o dentro do minist�rio. Novamente me coloquei � disposi��o para trabalhar em prol de melhorias para o setor. No entanto, hoje, ap�s uma semana de espera, recebi a informa��o de que n�o fa�o mais parte do grupo do MEC”, postou Ione no Twitter.
Pelo menos 13 pessoas j� deixaram cargos importantes no MEC desde janeiro. A baixa mais recente havia sido a de Paulo C�sar Teixeira, diretor de Avalia��o da Educa��o B�sica do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), na quarta-feira. A diretoria � a respons�vel pela realiza��o do Exame Nacional do Ensino M�dio (Enem). Na noite de ter�a-feira (26), Marcus Vinicius Rodrigues, presidente do Inep, foi demitido tamb�m. Segundo ele, o minist�rio vive “incompet�ncia gerencial muito grande”. Em audi�ncia na C�mara, V�lez Rodr�guez o acusou de ter “puxado o tapete”. Mas o pr�prio V�lez balan�a no cargo.
Al�m das demiss�es, os primeiros tr�s meses da gest�o foram marcados por recuos e pol�micas, como o pedido para que as escolas filmassem os alunos cantando o Hino Nacional e a decis�o de adiar a avalia��o da alfabetiza��o. Programas importantes do MEC est�o atrasados ou sem defini��o, como a Base Nacional Comum Curricular.
DISPUTA INTERNA As mudan�as no MEC decorrem de disputa interna sobre qual projeto de governo deve ser implantado. Existe um grupo formado por militares, de onde saiu a indica��o do tenente-brigadeiro Ricardo Machado Vieira, que refor�a essa equipe. O segundo grupo � formado por seguidores do escritor de direita Olavo de Carvalho e por ex-alunos do ministro Ricardo V�lez Rodr�guez, indicado por Carvalho.
Segundo a reportagem apurou, a ala militar do minist�rio � considerada pragm�tica e participou da elabora��o das propostas de campanha de Jair Bolsonaro, que abrangiam cria��o de mais col�gios militares em capitais e defesa da educa��o a dist�ncia. O grupo de Olavo, que ascendeu ap�s a vit�ria de Bolsonaro, teria causado os atritos com a equipe de campanha. O principal vi�s desse grupo � banir qualquer vest�gio de “pensamentos esquerdistas” ou “marxismo cultural”. Da� v�m as proposas de escola sem partido e revisionismo do Exame Nacional do Ensino M�dio (Enem)