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Estado de Minas

''D� para consertar Minas em quatro anos'', diz Zema

Em entrevista ao EM, o governador Romeu Zema garante tamb�m que, se aprovar o ajuste fiscal, acabar� com o parcelamento dos sal�rios em 90 dias


postado em 28/06/2019 06:00 / atualizado em 01/07/2019 14:26

"Tem coisas na vida que a gente faz uma vez. Quem sobe o monte Everest nunca mais volta l�. Se eu consertar Minas, vou ficar satisfeito, falar 'fui e consertei' e bola para frente" (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A press)
�s v�speras de completar seis meses � frente do Pal�cio da Liberdade, o governador Romeu Zema (Novo) afirmou ontem, em entrevista ao Estado de Minas e Portal Uai, que acredita poder cumprir todas as suas propostas e objetivos no estado nos quatro anos de mandato. E se isso se concretizar, ele descarta disputar a reelei��o.

“Quem sobe o Monte Everest nunca mais volta l�. Se eu consertar Minas, vou ficar satisfeito, falar ‘fui e consertei’ e bola para frente, vamos partir para outros desafios. Quatro anos s�o suficientes, d� para consertar, d� para fazer muita coisa”, disse.

Na companhia de uma insepar�vel caderneta na qual anota d�vidas e informa��es que recebe – ele disse j� ter completado cinco delas –, o estreante na pol�tica falou sobre os seis primeiros meses de mandato e os desafios para os pr�ximos anos.

Zema afirmou que a gera��o dos 150 mil empregos por ano prometidos durante a campanha ser� sua prioridade nos pr�ximos seis meses. Aliado a isso, o governador aposta na reforma da Previd�ncia e na ades�o ao regime de recupera��o fiscal do governo federal para tirar o estado da crise.

Se conseguir aprovar o ajuste, com o aumento da contribui��o previdenci�ria do funcionalismo, Zema deu prazo de tr�s meses para o governo de Minas deixar de parcelar os sal�rios. O governador tamb�m falou sobre a rela��o com a Assembleia e as expectativas para a economia do estado.


GERA��O DE EMPREGOS


Gerar emprego ser� prioridade para os pr�ximos seis meses de governo. Temos conversado com muitas empresas, diversos projetos em andamento. Um dos maiores que vamos ter � a f�brica de celulose sol�vel no Tri�ngulo Mineiro, com uma associa��o da Duratex com uma empresa austr�aca, e diversos outros empreendimentos. A pr�pria CBMM, que produz ni�bio est� ampliando a capacidade em Arax�, a Fiat, que demos notoriedade (em maio, a Fiat Chrysler anunciou investimentos de R$ 8,5 bilh�es na f�brica de Betim). Em Minas, s� reduzir despesas n�o � suficiente para resolver o problema do estado, precisamos ampliar a economia, � o �nico caminho que temos ent�o para atrair emprego. E dentro desse contexto a Cemig acaba sendo mais um obst�culo do que algo que impulsiona. At� quando vamos conseguir atrair investimentos com a Cemig nessa situa��o?

REELEI��O


Tem coisas na vida que a gente faz uma vez. Quem sobe o monte Everest nunca mais volta l�. Se eu consertar Minas vou ficar satisfeito, falar fui e consertei e bola para frente, vamos partir para outros desafios. Quatro anos � suficiente, d� para consertar Minas, d� para fazer muita coisa.


SETOR PRIVADO x P�BLICO

 
Quem tem me encontrado hoje e me conhecia antes, tem dito que estou com a cara muito melhor. A sensa��o que tenho � que na minha empresa j� havia aprendido bastante e feito muita coisa. Me parece que aqui estou enxergando mais oportunidades. � muito gratificante voc� ver que pode melhorar as coisas. Um estado acumula inefici�ncias com muita facilidade e, como venho de um setor privado, estamos enxergando muita coisa em termo de redu��o de custos, melhoria e efici�ncia, que j� come�ou a dar resultado. No decorrer dos anos, isso vai ser potencializado e melhorar muito. Estou bastante otimista.


FRUSTRA��ES


Diria que algumas vezes � frustrante, porque tudo o que se faz no estado tem de consultar a Advocacia-Geral para ver se aquilo est� dentro da legalidade. Muitas altera��es temos de fazer via Assembleia e isso leva um certo tempo, apesar de a Assembleia estar sendo bastante colaborativa. No meu ponto de vista est� compreendendo a situa��o extremamente delicada das finan�as de Minas. Mas n�o deixa de ser um pouco frustrante para quem vem do setor privado que assenta numa reuni�o e est� tudo definido. O estado tem uma estrutura mais est�vel, n�o foi feito para mudar como uma empresa privada, que muda com mais rapidez, mas diria que estamos nesses seis meses fazendo mudan�as que muito provavelmente n�o foram feitas nos �ltimos anos no estado.


SAL�RIO ALHEIO


O que aconteceu no caso de abrir m�o do sal�rio de governador foi que estava fazendo isso sobre a minha pessoa, tenho condi��es, minha empresa continua operando e recebo recursos, apesar de n�o estar l�, como acionista. O pessoal da minha �rea de marketing, na ocasi�o da campanha, gostou muito disso e falou vamos registrar em cart�rio. Por algum motivo, quando j� estava a imprensa l� no cart�rio, algu�m, n�o sei se por desconhecimento, incluiu al�m de mim outras pessoas (os secret�rios). E eu j� estava l� em frente �s c�meras, na frente da imprensa e falei 'minha chance sei que � muito pequena de ganhar (a elei��o) vou assinar'. E acabou que fiquei nessa sinuca de bico. Mas vale lembrar que muitos dos meus secret�rios t�m situa��o semelhante � minha, s�o pessoas que j� est�o numa fase p�s-carreira, que j� fizeram uma poupan�a, j� t�m alguma empresa operando. Mas muitos n�o. Temos pessoas novas extremamente din�micas que vieram de outros estados. E temos pessoas que eu nem conseguiria fazer essa promessa cumprir porque s�o cedidas de �rg�os federais. N�o imaginava que fosse uma salada de frutas com tantas frutas diferentes e acabou no que deu. Reconhe�o que foi um erro. Se eu tivesse tido maior proximidade com o funcionamento da gest�o p�blica nunca teria assinado aquele documento, exceto para mim. Minha parte estou cumprindo.

SAL�RIO M�NIMO OU NADA?


Gostaria que as pessoas indicassem o que � melhor (emenda aprovada na reforma administrativa permite ao governador optar por receber um sal�rio m�nimo ou n�o receber nada). Se h� essa op��o de n�o receber, parece que � o que estaria mais de acordo com o que propus. Hoje estou doando. Sobre os outros (secret�rios e dirigentes) gostaria de n�o opinar porque j� opinei uma vez, como eu disse, e eu vi que n�o � o ideal.

ASSEMBLEIA


Tanto Minas quanto o Brasil est�o passando por um momento in�dito. Tivemos minha elei��o, uma pessoa que nunca teve rela��o com a pol�tica, e elei��o de um presidente que veio de um partido que nunca teve grande representatividade e isso est� gerando um terremoto nas rela��es entre Executivo e Legislativo. Estamos aprendendo, criando esse di�logo e interlocu��o para que venhamos a falar a mesma l�ngua. De todos deputados de Minas, o �nico que eu conhecia h� um ano era o Bosco, da minha cidade. Ent�o, estou lidando com 76 deputados que n�o conhecia, inclusive o pr�prio Agostinho (Patrus, presidente da ALMG). Leva um tempo. Mas vejo que � um namoro que est� caminhando bem e vai virar casamento.


FOGO AMIGO DO NOVO


Um partido que prega o liberalismo tem que tolerar esse tipo de coisa. Ser liberal � tolerar, n�o � concordar, mas respeitar opini�es diferentes, acho que est� bem dentro do credo do nosso partido essa express�o do deputado Bart�, que foi uma surpresa. Do meu ponto de vista, ele se excedeu um tanto quanto. Mas por coincid�ncia estava almo�ando com a secret�ria J�lia (Sant'Anna, de Educa��o) e acho que n�o tem nada melhor que demonstrar bom desempenho para poder mostrar que o trabalho est� na dire��o certa. E a Secretaria de Educa��o vai mostrar excelentes not�cias nos pr�ximos anos. No Ideb (�ndice de Desenvolvimento da Educa��o B�sica), vamos dar um pulo.


DALAI, BUDA E B�BLIA


Venho de uma fam�lia cat�lica, mas at� hoje li muito mais Dalai Lama e Buda do que a B�blia. Tento levar tudo na paz, berro n�o resolve as coisas, agress�o n�o resolve. Precisamos aprender a entender o ponto de vista alheio, dialogar, isso � que constr�i uma ideia melhor.

POVO E PRIVATIZA��O


Hoje, a Constitui��o mineira fala em referendo popular para privatizar empresas. At� podemos avaliar essa op��o, apesar de ser extremamente onerosa, trabalhosa e dif�cil na quest�o de tempo e estrutural. Al�m disso, vejo que quando se fala de privatiza��o a maioria da popula��o n�o tem acesso a dado para poder avaliar bem. Algumas vezes, temos de delegar para algumas pessoas determinadas quest�es. N�o tomo rem�dio sem consultar m�dico. Quem est� na Assembleia hoje � que tem condi��o de se aprofundar nos dados, do meu ponto de vista. Sem desrespeitar o mineiro, teria condi��o de tomar uma decis�o mais adequada que a pr�pria popula��o.

VOTOS PARA PRIVATIZAR


Hoje n�o ter�amos votos na Assembleia, mas vamos caminhar para t�-los. Temos de pensar que empresa estatal j� foi bom no passado, no governo militar surgiram diversas e foram sucesso, mas o mundo mudou. Hoje temos um estado quebrado. O principal dono da Cemig � o estado e ela precisa de R$ 21 bilh�es para deixar a rede de transmiss�o, gera��o e distribui��o em ordem. Ela n�o tem condi��o de investir esse valor, vai investir R$ 6 bilh�es nos pr�ximos anos. Queremos uma empresa que atenda bem � popula��o e possa trazer novos empregos para Minas ou uma empresa travando esse desenvolvimento?

ATRA��O DE INVESTIMENTOS


Temos excesso de capital no mundo, taxa de juros negativa em alguns pa�ses. S� n�o temos mais investimento no Brasil porque est� aguardando a reforma da Previd�ncia. O Brasil n�o � um pa�s t�o convidativo porque temos hoje ainda um Estado que gasta mais do que arrecada e isso faz com que o risco pa�s v� l� para cima e afugente os investidores. Ent�o, a reforma da Previd�ncia est� dentro desse contexto. Quero no meu governo fazer com que Minas venha a ser o estado da energia abundante e barata. Isso � o que vai atrair mais empresa para Minas. J� fomos o maior produtor de alum�nio no Brasil, hoje n�o produzimos mais nada porque � muito mais conveniente para quem tem a energia hidrel�trica vender no mercado do que produzir o alum�nio. O Brasil virou isso. Onde energia � cara vou produzir para vender e n�o para consumir.

FIM DO PARCELAMENTO

 
Se aprovarmos o ajuste fiscal, em quest�o de 90 dias temos como colocar a folha de pagamento do funcionalismo em dia e n�o mais de forma parcelada. Em cerca de 90 dias j� haver� os reflexos que v�o permitir isso. Primeiro porque vamos ter as privatiza��es, talvez levem at� mais tempo, mas os ajustes v�o significar redu��o de despesa e aumento de contribui��o de algumas categorias. Isso tem um efeito imediato. A pr�pria reforma da Previd�ncia vai ter um efeito imediato nos cofres do estado. Temos no Brasil, entre desempregados e subempregados, 28 milh�es de pessoas. Quem � que pode contribuir neste momento? Quem tem estabilidade no emprego e aposentadoria ou o desempregado? � o momento de a sociedade enxergar que precisa sacrif�cio e o sacrif�cio tem de vir de quem est� a�. Hoje, no Brasil, quem tem comida na mesa e uma renda � privilegiado porque temos 20 milh�es de pessoas que n�o t�m esse privil�gio.

OUTROS GOVERNADORES


A classe pol�tica precisa ter coragem. Fico indignado com alguns governadores com os quais participo de reuni�o que n�o assumem essa postura de que a reforma da previd�ncia � necess�ria. Eu e os outros governadores estamos nadando num mar cheio de tubar�o e tem governador que fala o seguinte: 's� aceito sair daqui se tiver um banquete a�, caso contr�rio n�o quer sair'. Qualquer um que sa�sse de um mar de tubar�o deveria agradecer, e a reforma da Previd�ncia vai ser extremamente ben�fica para os estados nesse sentido.

RECUPERA��O ECON�MICA


Minas est� inserida no contexto do Brasil e dependemos da reforma da Previd�ncia e tribut�ria. E n�s estamos fazendo em Minas um trabalho que est� nos deixando um pouco menos afetados pela tempestade Brasil. Nos quatro primeiros meses do ano, de acordo com o Caged, somos o segundo estado que mais criou empregos: 55 mil (em maio, Minas ficou em primeiro lugar, conforme dados divulgados ontem). Perdemos para S�o Paulo, mas proporcionalmente somos muito melhores, enquanto muitos estados tiveram decr�scimo no n�mero de vagas. Estamos fazendo um governo amigo de quem investe e gera empregos. Estava agora cedo com o prefeito de Uberaba e o presidente da cervejaria Petr�polis que ia fazer um investimento de R$ 600 milh�es e agora falou que v�o ser R$ 1,1 bilh�o, vou investir e produzir o dobro. Como essa cervejaria, estamos atraindo uma s�rie de outros empreendimentos.

ESTABILIDADE x EMPRES�RIOS


Coloco tapete vermelho para o empres�rio que est� vindo para Minas. N�o estou fazendo muito diferente do que os outros faziam, mas estou dando estabilidade e previsibilidade. Uma das coisas que prejudicaram muito Minas no �ltimo governo foi os prefeitos inclusive n�o saberem o quanto receberiam. O que aconteceu em Minas nunca aconteceu no Brasil, que � o prefeito n�o receber repasse constitucional. Ent�o, essa previsibilidade que estamos dando, esse trabalho s�rio atrai emprego e faz a economia come�ar a se reerguer. Talvez a gente at� esteja indo bem porque estava indo mal demais, a refer�ncia era muito baixa. Mas eu diria que Minas vai ficar bem acima da m�dia do Brasil, fa�o quest�o e pessoalmente tenho conduzido isso. Cada empreendimento que vem para c� encontro com o presidente e asseguro para ele: aqui as regras s�o est�veis, aqui n�o vai ter invas�o de terra, n�o vai ter via interditada com protesto. Aqui � um lugar para trabalhar, � um lugar de ordem. E isso tem peso.
 



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