
Bras�lia – O centro pol�tico tem estrutura partid�ria, recursos e candidaturas potencialmente fortes para a disputa das elei��es de 2020 e 2022, mas vai precisar mais do que isso para romper a polariza��o, sobretudo nas capitais. Para ter alguma chance de derrubar candidaturas de esquerda ou direita — sobretudo na disputa presidencial, daqui a tr�s anos —, ser� preciso construir uma uni�o em torno de uma candidatura com poder de lideran�a com ideologia e gest�o bem definidas.

No papel, � poss�vel o centro romper a polariza��o e emplacar um candidato. As viagens feitas pelo presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sinalizam movimentos de ocupa��o de espa�os na busca por protagonismo. Contudo, Garbin acredita que ele n�o tem a lideran�a popular necess�ria. “O centro faz de tudo para ter espa�o, mas, dificilmente, vai ter isso, porque n�o h� uma grande lideran�a. O ACM Neto (prefeito de Salvador e presidente do DEM), por melhor que seja, n�o reproduz a influ�ncia do ACM ‘v�’”, justifica.
Outra qualidade que o centro precisar� mostrar � a defesa de uma ideologia bem constru�da, seja de esquerda ou direita. � o que faz, por exemplo, o presidente Jair Bolsonaro, com uma narrativa constru�da em defesa dos valores familiares, crist�os e, mais recentemente, desde as elei��es, � liberdade econ�mica. Na vis�o do governo, s� uma postura semelhante amea�aria sua reelei��o. Para a esquerda, o centro precisa flexibilizar a defesa � pol�tica econ�mica liberal e buscar um equil�brio mais pr�ximo do social. Caso contr�rio, ambos os polos acreditam que a disputa em 2022 ficar�, novamente, entre os extremos.