
Apesar de votarem em 2018 e considerar o direito ao voto como essencial, muitos deles se distanciaram da pol�tica por causa dos esc�ndalos e da corrup��o no meio pol�tico. A estudante de enfermagem Ana Gabrielly Marcelino de Sousa, que completar� 20 anos em mar�o, afirma que a pol�tica brasileira � desestimulante. A moradora do Valpara�so (GO) explica que j� foi mais atenta no que ocorre na Esplanada dos Minist�rios, mas parou de observar pela falta de f� que tem na pol�tica.
“N�o acompanho muito o dia da pol�tica, antigamente observava mais. At� os meus 17 anos, estava todo dia vendo o que envolvia na economia e na ideologia. Deixei um pouco de lado porque perdi as esperan�as na pol�tica. Agora penso assim, vou fazer minha parte e seja o que for”, argumenta. Apesar da falta de interesse pelo cen�rio pol�tico, Ana Gabrielly votou nas elei��es de 2018, tanto no primeiro turno quanto no segundo.
“O voto � importante porque atrav�s dele � que se escolhem as pessoas que governar�o o seu pa�s, que v�o decidir pelas suas escolhas e como o seu dinheiro ser� investido”, disse. O sergipano Victor Raul Villela Coronado, que far� 20 anos em 10 de julho deste ano, segue o mesmo caminho que Ana Gabrielly.
O estudante de direito j� acompanhou bastante a pol�tica, mas por conta de alguns acontecimentos se desinteressou. “Acompanhava muito, geralmente era o dia a dia da pol�tica e as quest�es que envolviam mudan�as de leis e decretos. Diminu� porque tem uma hora que a gente fica desacreditado, ficamos tristes com o que est� acontecendo com o pa�s”, afirma.
Victor acredita que a tecnologia tamb�m atrapalha a pol�tica. “Acho que a pol�tica est� uma bagun�a atualmente por conta do povo que � muito alienado. � gente demais com opini�o pronta. Pegam da internet e s� repetem o que ali se encontra”, diz. A corrup��o tamb�m preocupa o jovem, que a v� acontecer diariamente no interior do Sergipe. “Onde moro, os interiores est�o tomados por corrup��o, muitos compram o voto. Isso atrapalha muito o Nordeste”, declara.
Partidos
Apesar da polariza��o pol�tica vista nas �ltimas elei��es, a identifica��o com partidos n�o parece ser um costume da gera��o 2020. Tanto Victor como Ana preferem n�o declarar prefer�ncia por nenhuma sigla. “N�o tenho nenhuma prefer�ncia por partido. Prefiro n�o votar por conta do partido, e sim por ideias e propostas dos candidatos”, diz o jovem.
O tatuador Ruan Oliveira, de 19, tamb�m conta que nunca se identificou totalmente com nenhum partido pol�tico. Para ele, a pol�tica brasileira � comandada por pequenos grupos que prezam apenas pelos pr�prios interesses. Por isso, ele considera importante votar com consci�ncia. “O voto rege tudo o que a gente faz. Se a gente n�o votar pode entrar uma pessoa que n�o nos representa, pode entrar um maluco que nem agora. Votar � importante para seus princ�pios serem valorizados”, avalia.
Regime � visto como essencial
A democracia, tema que vem sendo discutido desde as �ltimas elei��es presidenciais, � vista como essencial para a nova gera��o. As declara��es pol�micas vistas no governo Bolsonaro que mencionam a volta do AI-5 e atacam a democracia dividem os jovens da gera��o 2020: para alguns s�o frases da boca pra fora, para outros merecem puni��o. “As declara��es dele o atrapalham muito, mas a gente sabe a fundo que s�o apenas bobagens e que realmente n�o acontece nada. Mas ele precisa se policiar bem mais”, pontua Ana Gabrielly.
J� para o estudante de publicidade Jean Michel Rodrigues Barros, de 19, que acompanha firmemente os desdobramentos da pol�tica, a democracia � a op��o melhor para resolver os problemas que permeiam o pa�s. “Ao mesmo tempo em que o presidente Bolsonaro representa uma amea�a para nossa democracia, ele agrada a muita gente por conta do seu jeito de fazer as coisas”, analisa.
A preocupa��o da estudante de engenharia qu�mica Nicoly Mendes, de 19, se parece com a de Jean. “Na minha opini�o, qualquer deputado que flerte com a ditadura militar e com o AI-5 deveria perder o cargo, j� que isso vai totalmente contra o que diz respeito � democracia”, diz. Em outubro de 2019, o filho do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), sugeriu a possibilidade de reedi��o de um “novo AI-5” caso a esquerda “radicalize”.