
O ministro considerou positivo o primeiro ano do governo Bolsonaro e afirmou que n�o tem ambi��o de disputar o Pal�cio do Planalto. “Sou ministro do governo. Evidentemente, os ministros v�o apoiar o presidente (na reelei��o)”, afirmou Moro, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, nesta segunda-feira (20).
O texto que cria o juiz de garantias, aprovado pelo Congresso e sancionado por Bolsonaro, � alvo de cr�ticas de Moro desde o fim do ano passado. Na noite desta segunda-feira (20), o ministro subiu o tom das cr�ticas ao Parlamento e disse que era necess�rio que deputados e senadores tivessem estudado melhor sobre o tema.
“Minha avalia��o � que a quest�o sobre o juiz de garantias est� sendo feita de forma errada: voc� � contra ou a favor. Os problemas s�o os detalhes. A C�mara, com todo respeito, inseriu essa figura e fez essa reforma de maneira a�odada. Quantas comarcas de primeira inst�ncia t�m um juiz? 40%? 20%? Na verdade, ningu�m sabe. N�s nem sequer sabemos o impacto disso nas comarcas. Foi feito de maneira apressada, sem que houvesse um estudo. N�o se tem resposta se vai melhorar ou piorar o sistema. Se � ou n�o vi�vel. S�o perguntas que o legislador deveria ter feito antes de aprovar a legisla��o”, afirmou Moro.
Ele minimizou revezes no ano passado com projetos desidratados no Congresso, como o pacote anticrime, e considerou normal que parlamentares fa�am mudan�as nas propostas apresentadas pelo Executivo.
“Como juiz, por 22 anos, tive decis�es que prevaleceram e outras que foram alteradas, isso faz parte do sistema judicial. Como ministro existe a mesma situa��o, nem tudo que se pretende se consegue”, admitiu
Segundo ele, os bons n�meros obtidos no combate � criminalidade em 2019 deve ser divididos com os governos estaduais e municipais, mas mostram que o trabalho do Minist�rio da Justi�a com o isolamento de lideran�as do crime organizado e apreens�es ao tr�fico de drogas t�m surtido efeito positivo.
“Existe um trabalho mais pr�ximo nas fronteiras e um trabalho de investiga��o nas capitais feito pela Pol�cia Federal. O resultado s�o recordes de apreens�es de drogas”, disse.
CONSELHOS PARA BOLSONARO
Perguntado sobre n�o ter se manifestado sobre o caso do ex-secret�rio da Cultura Roberto Alvim – que fez v�deo com refer�ncias nazistas e foi demitido por Bolsonaro – Moro afirmou que a decis�o do presidente foi acertada e que se manifestou internamente com o governo de que considerava a “situa��o insustent�vel”.“N�o cabe ao ministro da Justi�a ser um comentarista pol�tico. Nesse caso, foi um epis�dio bizarro. Dei minha opini�o ao presidente. E ele tomou a decis�o correta. Minha opini�o era que a situa��o era insustent�vel. O presidente, como chefe do Executivo, tomou a decis�o e agiu com rapidez. Dei minha posi��o, mas para dentro”, disse o ministro da Justi�a.
O ministro defendeu sua atua��o � frente da Opera��o Lava-Jato a classificou como “monte de bobajadas” as den�ncias do site The Intercept, que trouxeram � tona mensagens trocadas entre Moro e procuradores da for�a-tarefa do Minist�rio P�blico.
“Nunca dei muita import�ncia. � um monte de bobajada. Usadas politicamente para soltar criminosos presos. Tenho consci�ncia tranquila do que fiz como juiz. Houve v�rias condena��es de pessoas que se corromperam ou lavaram dinheiro e houve absolvi��es. Nem tudo foi sancionado pelo juiz”, analisou Moro. Sobre uma poss�vel indica��o para o Supremo Tribunal Federal – este ano o ministro Celso de Melo se aposentar� –, Moro desconversou e disse que sua inten��o � aprofundar o trabalho � frente da pasta da Justi�a.
Ele descartou desaven�as com o Bolsonaro por sua popularidade ser maior do que a do presidente. “Tenho uma �tima rela��o com o presidente. O que existe muitas vezes � uma rede de boatos”, afirmou.