
O presidente Jair Bolsonaro disse nesta ter�a-feira que vai pedir a auxiliares que revisem as regras de uso de avi�es da For�a A�rea Brasileira (FAB) ap�s o secret�rio executivo da Casa Civil, Vicente Santini, utilizar uma aeronave oficial para se deslocar at� Nova D�lhi, na �ndia.
Bolsonaro ficou irritado com o voo particular do n�mero 2 da pasta comandada por Onyx Lorenzoni, enquanto outros ministros optaram por viajar por companhias comerciais.
Demiss�o
O presidente tamb�m anunciou hoje, ao chegar ao Pal�cio da Alvorada, depois de retornar de uma viagem oficial � �ndia, que vai demitir o secret�rio executivo da Casa Civil, Vicente Santini.
"Inadmiss�vel o que aconteceu. J� est� destitu�do da fun��o de executivo do Onyx [ministro da Casa Civil, que est� licenciado do cargo]. Decidido por mim", afirmou o presidente.
Entenda o caso
Santini, que substitui Onyx durante as f�rias do ministro, viajou no dia 21 do Brasil para Davos, na Su��a, onde participou do F�rum Econ�mico Mundial, e, de l�, para a capital indiana, onde se juntou � comitiva presidencial.
Todos os deslocamentos foram feitos em um jato Legacy, da Aeron�utica. A viagem de FAB do secret�rio executivo da Casa Civil foi noticiada pelo site do jornal O Globo.
O governo n�o informa o custo da viagem, mas, de acordo com oficiais da FAB ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo, um deslocamento como este n�o sai por menos de R$ 740 mil.
Santini viajou acompanhado de mais duas servidoras. A secret�ria do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Martha Seillier, e a assessora internacional do PPI, a diplomata Bertha Gadelha.
Segundo interlocutores, Bolsonaro ficou "muito irritado" com o voo "particular" e a mensagem negativa que pode passar para a opini�o p�blica, contr�ria ao discurso de austeridade nas contas p�blicas adotado pelo governo federal. O presidente n�o quis se dirigir a Santini, mas fez chegar a "bronca" ao secret�rio executivo.
A estes interlocutores, Bolsonaro disse ainda que quer saber como funcionam as regras de solicita��o de avi�es da FAB para modific�-las, a fim de evitar "abusos", como classificou o epis�dio com Santini.
O assunto j� dever� entrar na pauta hoje, quando Bolsonaro desembarca em Bras�lia. Santini, no entanto, dever� chegar depois, j� que o voo "especial" � mais demorado.
A indigna��o do presidente, de acordo com interlocutores, foi maior pelo fato de ministros importantes de seu governo, como Paulo Guedes (Economia), terem enfrentado as horas de voo at� Davos em avi�es comerciais. Al�m de Guedes, que pagou um "upgrade" para viajar de classe executiva do pr�prio bolso, foram em voos regulares a ministra Tereza Cristina (Agricultura), Bento de Albuquerque (Minas e Energia) e Luiz Henrique Mandetta (Sa�de).
Hist�rico
O inc�modo com Santini tem crescido em setores do governo. Auxiliares do presidente questionam sua presen�a constante em eventos com Bolsonaro, mesmo os que n�o t�m qualquer rela��o com sua �rea de atua��o. Tamb�m questionam a "desenvoltura" com que o secret�rio executivo da Casa Civil circula no terceiro andar do Planalto, onde fica o gabinete presidencial.
De acordo com o Di�rio Oficial da Uni�o, a viagem de Santini foi autorizada pelo presidente "com �nus". Mas o decreto n�o fala em autoriza��o para solicitar voos da FAB. Questionada, a Casa Civil informou que "a solicita��o cumpriu todos os requisitos previstos na legisla��o vigente". "Por uma quest�o de agenda, o secret�rio Santini participou da reuni�o do Conselho de Governo na ter�a-feira (21) e embarcou para Davos �s 14h, chegando justo a tempo de participar de compromissos assumidos naquela cidade", afirmou a pasta em nota.
A FAB informou que o pedido cumpriu os requisitos legais. ( Com Estad�o Conte�do)