
Com o isolamento social sob ataque, em momento em que a popula��o demonstra sinais de cansa�o e t�dio, o governo do Par� decretou lockdown nas principais cidades do estado, entre elas Santar�m, na Regi�o Oeste. A medida tem como objetivo controlar o avan�o do novo coronav�rus no terceiro munic�pio mais populoso do estado, com mais de 300 mil habitantes. O primeiro caso de contamina��o em Santar�m foi registrado em 1º de abril e at� 16 de maio o n�mero subiu para 335. Mas a explos�o de cont�gios ocorreu nos 16 primeiros dias de maio, com 247 novas pessoas testadas positivas para a presen�a do v�rus no corpo.
De acordo com o boletim informativo sobre a pandemia divulgado, pela prefeitura, a cidade aparece como a quarta maior em n�mero de casos (649) e de mortes (30) por COVID-19. Segundo a Secretaria de Sa�de P�blica do Par� (Sespa), a capital, Bel�m, lidera o ranking com 8.144 casos e 985 �bitos. Ananideua (1.880) e Parauapebas (783) completam a lista com 167 e 51 mortes, respectivamente.
Para a m�dica infectologista Eduarda Prestes, o que levou a cidade entrar em colapso foi a demora da ado��o do isolamento social pelas autoridades respons�veis, al�m da falta de conscientiza��o da popula��o sobre os riscos proporcionados por uma pandemia. “O que agravou a situa��o local foi � falta de conscientiza��o da popula��o sobre a gravidade da pandemia, assim como a demora em se tomar medidas mais en�rgicas quanto ao isolamento social, principalmente. Dois dias antes do lockdown foi institu�do um ‘toque de recolher’, no entanto, ningu�m respeitou”, afirmou.
Santar�m apresentou n�meros positivos na taxa de isolamento social ap�s o in�cio do lockdown no munic�pio. Segundo os dados da Secretaria de Estado de Seguran�a P�blica e Defesa Social, na segunda-feira, o �ndice era de 39% e cresceu para 48% no dia seguinte, quando a norma entrou em vigor na cidade. Na quarta-feira, a taxa subiu para 49,5%, mas est� longe dos 70% recomendados pela Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS).
HOSPITAIS
Ainda conforme os dados da Secretaria de Sa�de P�blica do Par�, a taxa de ocupa��o dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) est� em 84,56%, situa��o que preocupa o �rg�o em decorr�ncia da alta na quantidade de casos di�rios. Os hospitais do Par� disp�em de apenas 61 leitos dispon�veis para interna��es de um total de 395. Para a infectologista Eduarda Prestes, “a popula��o ainda n�o se conscientizou que a situa��o em Santar�m � grave. A Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) est� cheia de pacientes infectados e o hospital de refer�ncia tamb�m”.
“O Hospital de Campanha ainda est� funcionando apenas com metade dos leitos, pois faltam materiais, estrutura e corpo cl�nico. Vejo os casos suspeitos aumentando diariamente e j� n�o temos estrutura para suportar a demanda. Os profissionais de sa�de est�o esgotados. Somos quatro infectologistas a frente de uma cidade com 300 mil habitantes, que � retaguarda para mais de vinte munic�pios menores. Santar�m j� colapsou e se n�o houver fiscaliza��o e conscientiza��o coletiva agora (com o lockdown), estaremos s� enxugando gelo e acabaremos perdendo essa guerra”, alertou.
Ap�s an�ncio do comit� de crise de Santar�m, sobre o bloqueio total de atividades n�o essenciais, o governo do Par� publicou no Di�rio Oficial do Estado, o Decreto 729/2020, sobre lockdown no munic�pio. A medida foi iniciada na ter�a-feira (19) e tem validade at� este domingo. Enquanto durar o per�odo de bloqueio, a circula��o de pessoas sem a necessidade comprovada est� proibida.
Al�m de Santar�m, o lockdown � v�lido para Bel�m, Ananindeua, Marituba, Benevides, Castanhal, Santa Isabel do Par�, Santa B�rbara do Par�, Breves, Vigia, Santo Ant�nio do Tau�, Camet�, Cana� dos Caraj�s, Parauapebas, Marab�, Abaetetuba e Capanema, cujos �ndices da COVID-19 � alto.
*Estagi�rios sob supervis�o do subeditor Paulo Nogueira