
Barroso relembrou que um dos principais legados de sua gera��o � ter um pa�s "sem presos pol�ticos, sem exilados, sem viol�ncia contra os advers�rios". Ele fez refer�ncia aos crimes cometidos durante a ditadura militar.
"Como qualquer institui��o em uma democracia, o Supremo est� sujeito � cr�tica p�blica e deve estar aberto ao sentimento da sociedade. Cabe lembrar, por�m, que o ataque destrutivo �s institui��es, a pretexto de salv�-las, depur�-las ou expurg�-las, j� nos trouxe duas longas ditaduras na Rep�blica. S�o feridas profundas na nossa hist�ria, que ningu�m h� de querer reabrir", afirmou Barroso nesta segunda.
Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro foi flagrado falando em armar a popula��o para impedir uma suposta ditadura no Brasil. A declara��o do presidente ocorreu durante reuni�o ministerial do dia 22 de abril, tornada p�blica por decis�o do Supremo na �ltima sexta-feira. Hoje, sem citar o Presidente da Rep�blica diretamente, Barroso falou que "precisamos armar o povo com educa��o, cultura e ci�ncia".
"A educa��o, mais que tudo, n�o pode ser capturada pela mediocridade, pela grosseria e por vis�es pr�-iluministas do mundo. Precisamos armar o povo com educa��o, cultura e ci�ncia", declarou o presidente do TSE e ministro do STF.
Barroso tamb�m falou sobre a necessidade de encontrarmos "denominadores comuns e patri�ticos". "Pontes, e n�o muros. Di�logo, em vez de confronto. Raz�o p�blica no lugar das paix�es extremadas", defendeu. "Quem pensa diferente de mim n�o � meu inimigo, mas meu parceiro na constru��o de um mundo plural. A democracia tem lugar para conservadores, liberais e progressistas. Nela s� n�o h� lugar para a intoler�ncia, a desonestidade e a viol�ncia."
Ao assumir a presid�ncia do TSE, Barroso tamb�m condenou as chamadas mil�cias digitais, que, segundo ele, possuem uma "atua��o perversa" para disseminar "�dio e radicaliza��o". "S�o terroristas virtuais que utilizam como t�tica a viol�ncia de ideias, e n�o o debate construtivo. A Justi�a Eleitoral deve enfrentar esses desvios", disse.
Com um discurso sobre a import�ncia da equidade de g�nero na pol�tica, Barroso tamb�m enalteceu a condu��o bem sucedida de mulheres na lideran�a de pa�ses que se tornaram refer�ncia no combate ao novo coronav�rus. Barroso citou como exemplo a premi� Angela Merkel, da Alemanha, e a primeira-ministra da Nova Zel�ndia, Jacinda Ardern.
O Brasil tem sido criticado internacionalmente pela condu��o no combate � covid-19. Esta semana, o Pa�s chegou ao segundo lugar entre os que mais possuem casos confirmados da doen�a (s�o mais de 360 mil diagn�sticos).