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Estado de Minas TROCA DE COMANDO

Com discurso cheio de 'recados' ao governo Bolsonaro, Barroso toma posse no TSE

Na solenidade virtual, ministro disse que � preciso 'armar o povo com educa��o, cultura e ci�ncia'


postado em 25/05/2020 20:13 / atualizado em 25/05/2020 21:07

Ministro Luís Roberto Barroso, novo presidente do TSE(foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF)
Ministro Lu�s Roberto Barroso, novo presidente do TSE (foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF)
O ministro Lu�s Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, iniciou nesta segunda-feira sua dupla jornada no Poder Judici�rio. Ele tomou posse como novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral e aproveitou seu discurso para mandar uma s�rie de recados ao governo federal.

A mais contundente foi relacionada � educa��o, quatro dias depois da divulga��o do v�deo da reuni�o em que Abraham Weintraub, ministro da Educa��o pregou a pris�o de “vagabundos”, “come�ando no STF”.

Nesta segunda, Barroso disse que a educa��o n�o pode ser capturada pela “mediocridade” e pela “grosseria”.

“A falta de educa��o produz vidas menos iluminadas, trabalhadores menos produtivos e um n�mero limitado de pessoas capazes de pensar criativamente um pa�s melhor e maior. A educa��o, mais que tudo, n�o pode ser capturada pela mediocridade, pela grosseria e por vis�es pr�-iluministas do mundo”, disse o novo presidente do TSE.

O verbo escolhido por Barroso em sua fala tamb�m pode ser interpretado como uma indireta ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), defensor ferrenho do armamento da popula��o. “Precisamos armar o povo com educa��o, cultura e ci�ncia”, afirmou Barroso.

Na j� citada reuni�o ministerial do dia 22 de abril, Bolsonaro se manifestou sobre o tema da seguinte maneira: “Como � f�cil impor uma ditadura no Brasil. Como � f�cil. O povo t� dentro de casa. Por isso que eu quero, ministro da Justi�a e ministro da Defesa, que o povo se arme!

Barroso assume a presid�ncia do TSE no lugar de Rosa Weber e ficar� no cargo at� fevereiro de 2022. O ministro Edson Fachin ser� o novo vice. A solenidade de posse foi realizada por videoconfer�ncia, em raz�o da pandemia de COVID-19.

Respeito entre poderes

Nos �ltimos meses, durante a pandemia da COVID-19, o presidente Jair Bolsonaro disparou, quase que diariamente – por vezes at� mais de uma vez por dia – ataques a membros do Legislativo (como o presidente da C�mara, Rodrigo Maia) e Judici�rio (como o ministro Alexandre de Moraes, do STF).

Durante uma manifesta��o em que v�rios de seus apoiadores seguiram na mesma t�nica – atacando Congresso e STF – Bolsonaro chegou a dar uma esp�cie de ultimato aos demais poderes da Rep�blica: “Chegamos no limite. N�o tem mais conversa”.

Nesta segunda, Barroso disse que o Judici�rio pode sim ser alvo de cr�ticas, mas recha�ou o “ataque destrutivo” a institui��es que, segundo ele, levaram o pa�s a duas longas ditaduras.

“N�s j� percorremos e derrotamos os ciclos do atraso. Hoje, vivemos sob o reinado da Constitui��o, cujo int�rprete final � o STF. Como qualquer institui��o em uma democracia, o Supremo est� sujeito � cr�tica p�blica e deve estar aberto ao sentimento da sociedade. Cabe lembrar, por�m, que o ataque destrutivo �s institui��es, a pretexto de salv�-las, depur�-las ou expurg�-las, j� nos trouxe duas longas ditaduras na Rep�blica. S�o feridas profundas na nossa hist�ria, que ningu�m h� de querer reabrir”, disse o novo presidente do TSE.

Fake News

Lu�s Roberto Barroso tamb�m fez refer�ncia �s “mil�cias digitais”, que  disseminam fake news (informa��es falsas), sobretudo em per�odo eleitoral.

Nas palavras do novo presidente do TSE, “s�o terroristas virtuais que utilizam como t�tica a viol�ncia moral, em lugar de participarem do debate de ideias de maneira limpa e construtiva”.

Barroso tamb�m exaltou o trabalho da imprensa, que realiza trabalho de apura��o para produzir not�cia entre a infinidade de informa��es dispon�veis na atualidade.

Mais que nunca, n�s precisaremos de imprensa profissional, que se move pelos princ�pios �ticos do jornalismo respons�vel, capaz de separar fato de opini�o, e de filtrar a enorme quantidade de res�duos que circula pelas redes sociais”, declarou.

Neste ponto, o discurso de Barroso n�o se dirige – direta ou indiretamente – ao governo federal, mas toca num ponto que envolve a fam�lia do presidente. No final de abril, o jornalista Vicente Nunes, do Correio Braziliense, noticiou que a Pol�cia Federal investiga Carlos Bolsonaro, filho do presidente, por supostamente chefiar um esquema de divulga��o de informa��es falsas.

Barroso tamb�m citou que as gigantes mantenedoras das plataformas digitais e redes sociais atuem no combate � propaga��o de informa��es falsas na internet. “As plataformas digitais – como Google, Facebook, Instagram, Twitter e Whatsapp – podem se valer da pr�pria tecnologia e de suas pol�ticas de uso para neutralizar a atua��o de rob�s e comportamentos inusuais”, disse.

No final de mar�o, Twitter, Facebook e Instagram apagaram da rede  publica��es de Bolsonaro por violar "padr�es da comunidade, que n�o permitem desinforma��o que possa causar danos reais �s pessoas".



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