
A Associa��o de Funcion�rios do Banco Mundial enviou uma carta nesta quarta-feira (24) ao Comit� de �tica da institui��o pedindo uma investiga��o sobre o ex-ministro da Educa��o do Brasil, Abraham Weintraub. O grupo que representa os funcion�rios do organismo internacional quer que a nomea��o do brasileiro para assumir uma diretoria executiva do banco fique suspensa at� a conclus�o desta investiga��o. O motivo do pedido s�o falas preconceituosas dele sobre a China e minorias, al�m do posicionamento a respeito da pris�o de ministros do Supremo Tribunal Federal.
"O Banco Mundial acaba de assumir uma posi��o moral clara para eliminar o racismo em nossa institui��o. Isso significa um compromisso de todos os funcion�rios e membros do Conselho de expor o racismo onde quer que o vejamos. Confiamos que o Comit� de �tica compartilhe dessa vis�o e faremos tudo ao alcance para aplic�-l�", afirma a associa��o de funcion�rios. O e-mail com o pedido de investiga��o foi direcionado ao Comit� de �tica do banco e encaminhado a todos os funcion�rios da institui��o nesta quarta-feira.
Weintraub foi indicado pelo Minist�rio da Economia para assumir a diretoria executiva que representa o Brasil e mais oito pa�ses no banco. Sua confirma��o depende de uma elei��o interna do grupo, mas � considerada meramente protocolar, j� que o pa�s tem mais de 50% do poder de voto e por isso pode emplacar o nome que desejar para a fun��o. N�o houve at� o momento oposi��o formal por parte dos outros pa�ses que formam o cons�rcio junto com o Brasil, que s�o Col�mbia, Filipinas, Equador, Rep�blica Dominicana, Trinidad e Tobago e Suriname.
Na carta, os funcion�rios afirmam que, "de acordo com m�ltiplas fontes, o senhor Weintraub publicou um tu�te de carga racial, ridicularizando o sotaque chin�s e culpando a China pela COVID-19, e acusando os chineses de 'domina��o mundial'; levando a Suprema Corte a abrir uma investiga��o por crime de racismo". A carta tamb�m cita que Weintraub sugeriu que ministros do Supremo Tribunal Federal deveriam ser presos – fala do ent�o ministro da Educa��o na reuni�o ministerial de 22 abril cujo v�deo veio � p�blico. A associa��o de funcion�rios tamb�m alega que ele diz abertamente ser contra a prote��o dos direitos de minorias e a promo��o de igualdade racial.
"Embora sua indica��o tenha sido condenada por v�rios pa�ses clientes, a Associa��o de Funcion�rios entende que a escolha deste diretor executivo � do Brasil e somente do Brasil", afirmam os funcion�rios. Apesar disso, eles argumentam que s�o exigidos padr�es de integridade e �tica na conduta pessoal e profissional alinhados com pol�ticas do banco, como a pol�tica sobre popula��es ind�genas.
O Banco Mundial prev�, por exemplo, que comunidades ind�genas sejam ouvidas quando um projeto de desenvolvimento pode afetar um territ�rio ind�gena. Os projetos financiados pela institui��o levam em contas prerrogativas como redu��o de desigualdades e prote��o ambiental.
"Solicitamos formalmente ao Comit� de �tica que reveja os fatos subjacentes �s m�ltiplas alega��es, com inten��o de (a) colocar sua indica��o em espera at� que essas alega��es possam ser revisadas e (b) garantir que o Sr. Weintraub seja avisado de que o tipo de comportamento pelo qual ele � acusado � totalmente inaceit�vel nesta institui��o", pede a associa��o. Se eleito, Weintraub vai servir at� 31 de outubro de 2020, quando ser� necess�rio nova nomea��o e elei��o.
Viagem para os Estados Unidos
Weintraub desembarcou em Miami, nos Estados Unidos, no s�bado, 20, dois dias depois anunciar, ao lado do presidente Jair Bolsonaro, sua sa�da da Educa��o. Ap�s a suspeita de que o ex-ministro tenha usado o cargo do qual j� havia sa�do para desembarcar em Miami e, assim, driblar as restri��es de viagem impostas pelos EUA aos brasileiros, em decorr�ncia da pandemia do novo coronav�rus, o governo retificou ontem, no Di�rio Oficial, a data de sua exonera��o, que passou a valer "a partir de 19 de junho", um dia antes do que constava no decreto anterior.Na segunda-feira, 22, em rede social, Weintraub agradeceu �s "dezenas de pessoas" que o "ajudaram a chegar em seguran�a aos EUA". O Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) vai investigar se houve gasto de dinheiro p�blico e participa��o do Itamaraty na ida do ex-ministro aos Estados Unidos.