
Bras�lia – O avi�o do presidente Jair Bolsonaro precisou arremeter ontem na chegada a Sinop, no Mato Grosso. A visibilidade foi comprometida por causa da fuma�a de queimadas no Pantanal. O pr�prio chefe do Executivo contou o ocorrido durante discurso em homenagem do agroneg�cio ao presidente. “Hoje, quando o avi�o foi aterrissar, ele arremeteu. Foi a segunda vez na minha vida que acontece isso. Uma vez foi no Rio de Janeiro e, obviamente, algo anormal est� acontecendo. No caso � que a visibilidade n�o estava muito boa. Para a nossa felicidade, conseguimos pousar.” Al�m do presidente, o avi�o levava ainda o ministro da Infraestrutura, Tarc�sio de Freitas, e o chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos.
Apesar do incidente, durante sua fala na solenidade, Bolsonaro apontou que h� “alguns focos de inc�ndio pelo Brasil” e que isso acontece ao longo dos anos. O presidente voltou a dizer que concorrentes comerciais internacionais t�m interesse em supervalorizar as queimadas no pa�s, devido ao Brasil ser um dos maiores produtores de alimentos do mundo. “E temos sofrido uma cr�tica muito grande. Porque obviamente quanto mais nos atacarem, mais interessa aos nossos concorrentes, para o que temos de melhor, que � o nosso agroneg�cio”, afirmou.
Em refer�ncia �s cr�ticas de outros pa�ses sobre as queimadas no Pantanal e na Amaz�nia, Bolsonaro voltou a repetir que o Brasil “� um exemplo para o mundo”. “Pa�ses outros que nos criticam n�o t�m problema de queimada porque j� queimaram tudo no seu pa�s. Temos a matriz mais limpa energ�tica do mundo. N�s, proporcionalmente, ocupamos uma menor �rea para agricultura ou para a pecu�ria do que qualquer outro pa�s do mundo. N�s somos um exemplo para o mundo”, justificou.
Segundo o Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe), de 1º de janeiro a 12 de setembro, o �rg�o contabilizou 125.031 queimadas no pa�s, o maior registro para o per�odo desde 2010, quando 182.170 focos de calor foram mapeados no mesmo intervalo.
No fim do discurso, Bolsonaro afirmou que o agroneg�cio � “o grande futuro do Brasil”. “Meus senhores e minhas senhoras, � motivo de orgulho estar aqui. Eu sou empregado de voc�s, voc�s s�o os nossos patr�es. A voc�s n�s devemos lealdade absoluta, por voc�s n�s lutamos”, concluiu. Ele agradeceu aos produtores por terem garantido seguran�a alimentar para os brasileiros em meio � crise, mas n�o fez men��o � recente alta no pre�o da comida.
“Voc�s est�o de parab�ns, voc�s s�o o nosso orgulho. Voc�s venceram este obst�culo. O Brasil confia e precisa muito mais de voc�s.” “Essa regi�o, esse estado, agiu dessa maneira (n�o ficando em casa). O agroneg�cio, em grande parte, evitou que o Brasil entrasse no colapso econ�mico. Nos deu seguran�a alimentar. N�o s� a 210 milh�es de brasileiros, bem como a mais de 1 bilh�o de outras pessoas que vivem ao redor desse enorme mundo”, acrescentou Bolsonaro.
Em evento na Para�ba, na quinta-feira, Bolsonaro disse que o Brasil � o que mais preserva o meio ambiente no mundo. Ele afirmou ainda que o pa�s est� de “parab�ns” quando o assunto � preserva��o ambiental. O chefe do Executivo justificou que grande parte da matriz energ�tica do pa�s prov�m de fontes renov�veis, como usinas hidrel�tricas, energia e�lica, energia solar e biomassa. “O Brasil � o pa�s que mais preserva o meio ambiente e alguns n�o entendem como � o pa�s que mais sofre ataques vindo de fora no tocante ao seu meio ambiente. O Brasil est� de parab�ns na maneira como preserva esse seu meio ambiente", declarou.
� noite, durante a transmiss�o ao vivo de quinta-feira, Bolsonaro disse que as queimadas ocorridas no pa�s s�o potencializadas de “forma negativa” por concorrentes comerciais. Segundo o chefe do Executivo, “o pr�prio brasileiro critica sem conhecimento”. Bolsonaro tamb�m tem defendido que a Amaz�nia e o Pantanal t�m sofrido “cr�ticas desproporcionais”. O mandat�rio comparou as queimadas no Brasil �s ocorridas nos Estados Unidos e na �frica. “A �frica tem mais foco que no Brasil”, acrescentou.
No evento em Sinop, ontem, Bolsonaro contou que j� gravou o discurso para a 75ª edi��o da Assembleia Geral da ONU, que ocorrer� na pr�xima ter�a-feira. O presidente relembrou a fala de 2019. “No ano passado, vale a pena recordar, falamos do agroneg�cio, falamos da potencialidade de nosso pa�s, e falamos tamb�m que era inadmiss�vel o pa�s ter a quantidade que tinha de terras demarcadas para �ndios e quilombolas. Os �ndios s�o nossos irm�os, s�o nossos parceiros, eles merecem a sua terra, mas dentro de sua razoabilidade. A ONU queria, conforme detectado, que n�s pass�ssemos de 14% para 20%. Falei-lhes: n�o. N�s n�o podemos sufocar aquilo que n�s temos aqui, que nos tem garantido a nossa seguran�a alimentar e a de mais de um bilh�o de pessoas no mundo”, finalizou.
ISOLAMENTO � “PARA OS FRACOS”
Enquanto o n�mero de mortes pelo novo coronav�rus se aproxima de 135 mil, o presidente Jair Bolsonaro comentou ontem que o Brasil n�o pode “se acovardar” diante da COVID-19. Ele tamb�m reclamou das pol�ticas de isolamento social, dizendo que “isso � para os fracos” e que ficar em casa � uma “conversinha mole”. Bolsonaro abordou o assunto durante evento em Sorriso (MT), ao elogiar produtores rurais por terem continuado a trabalhar em meio � crise sanit�ria. “Voc�s n�o pararam durante a pandemia. Voc�s n�o entraram na conversinha mole de 'fica em casa, a economia a gente v� depois'. Isso � para os fracos”, comentou o presidente. O chefe do Executivo ainda falou que “o v�rus era uma realidade e t�nhamos que enfrent�-lo”. “Nada de se acovardar perante aquilo que n�s n�o podemos fugir dele”, afirmou.
Inc�ndios 's�o narrativa de cartola', diz Mour�o
Bras�lia – O vice-presidente da Rep�blica, Hamilton Mour�o (PRTB), afirmou que as queimadas na Amaz�nia s�o “narrativas tiradas da cartola” para enganar a popula��o. Em nota intitulada Amaz�nia em chamas, ele disse: "Eu os convido a juntos analisarmos as queimadas, o coelho da vez, tirado da cartola, para como em uma m�gica induzir o espectador a acreditar no truque que lhe est� sendo encenado”. Ele admitiu que o fogo atinge a floresta amaz�nica e outros biomas do pa�s”, mas afirmou: “N�o somos a �nica na��o a enfrentar esse problema –, especialmente no per�odo da seca, quando os �ndices historicamente se elevam. Mas n�o na propor��o tr�gica e com o descaso dos governantes como querem crer os donos das cartolas e dos coelhos".
Ainda segundo Mour�o, as queimadas que est�o ocorrendo na Amaz�nia n�o s�o “padr�o Calif�rnia ou Austr�lia”, mas que "as a��es do governo federal buscam n�o s� reduzi-las, mas tamb�m atenuar seus efeitos nocivos ao meio ambiente e � sa�de das pessoas. "N�o podemos e n�o iremos parar. Seguiremos sempre adiante, passo a passo, com foco no aperfei�oamento cont�nuo dos m�todos, t�cnicas, equipes, pol�ticas p�blicas e recursos dispon�veis para a preven��o e o combate das queimadas ilegais na floresta amaz�nica, atuando nas frentes pol�tica, econ�mica, social e legal”, afirmou.
“N�o se deixem levar por narrativas tiradas da cartola, como o coelho daquele m�gico. Por fim, deixo claro que o governo do presidente Bolsonaro n�o compactua com ilegalidades e manter� os esfor�os constantes no sentido de que criminosos ambientais sejam enfrentados de acordo com a lei, pois respeito ao Estado de direito � pilar b�sico do sistema democr�tico e da civiliza��o ocidental, � qual temos orgulho de pertencer", concluiu.