Maia conseguiu formar um bloco com 11 partidos, que tamb�m re�ne siglas de esquerda, com o mote da uni�o contra Bolsonaro e seu candidato, o deputado Arthur Lira (Progressistas-AL), apesar das diverg�ncias nos rumos da economia. Est�o no grupo partidos com ideologias opostas, como PT e PSL - que lan�ou Bolsonaro, em 2018 - DEM, MDB, PSDB, Cidadania, PV, PSB, PDT, PC do B e Rede.
O presidente da C�mara tem procurado associar o bloco � defesa da independ�ncia da Casa em contraposi��o ao que chama de "agenda retr�grada" de Bolsonaro.
"Enquanto alguns buscam corroer e lutam para fechar nossas institui��es, n�s aqui lutamos para valoriz�-las. Enquanto uns cultivam o sonho torpe do autoritarismo, n�s fazemos a vig�lia da liberdade. Enquanto uns se encontram nas trevas, n�s celebramos a luz", dizia trecho do manifesto de lan�amento do bloco, no �ltimo dia 18. "Essa n�o � a elei��o entre o candidato A ou candidato B. � a elei��o entre ser livre e subserviente".
O PT havia amea�ado vetar Baleia Rossi, presidente do MDB, mas voltou atr�s. Dirigentes e parlamentares petistas lembravam da proximidade de Rossi com o ex-presidente Michel Temer e alguns avaliaram at� mesmo que ele havia ajudado a "articular" o impeachment de Dilma Rousseff.
Advers�rios de Maia observaram que tanto o deputado Aguinaldo Ribeiro (Progressistas-PB) quanto Baleia votam da mesma forma na maioria das pautas na C�mara. De acordo com dados da Inteligov, plataforma de monitoramento legislativo, o alinhamento entre os dois foi de 90% em 558 vota��es nas quais os dois estiveram, desde 2015.
O movimento por uma "solu��o casada", na C�mara e no Senado, para partidos que tentam se apresentar como contraponto ao presidente Jair Bolsonaro tamb�m pesou para a op��o por Rossi, que preside o MDB.
Desde que o Supremo Tribunal Federal (STF) barrou a possibilidade de reelei��o de Maia e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), no �ltimo dia 6, a c�pula do DEM intensificou as negocia��es. A ideia � formar uma alian�a que mantenha a legenda no comando de uma Casa e lhe d� protagonismo na montagem de uma frente de centro-direita, na elei��o presidencial de 2022.
No Senado, o candidato apoiado por Alcolumbre � Rodrigo Pacheco (MG), l�der do DEM. Com a estrat�gia de avalizar Rossi na C�mara, o DEM espera que o MDB respalde a campanha de Pacheco no Senado. O problema � que a bancada do MDB - a maior do Senado, com 13 integrantes - decidiu apresentar chapa pr�pria e tem quatro pr�-candidatos � cadeira de Alcolumbre. Os candidatos Fernando Bezerra Coelho, l�der do governo no Senado, Eduardo Gomes, l�der do governo no Congresso, e Eduardo Braga, l�der do MDB, s�o nomes bem vistos por Bolsonaro. J� a senadora Simone Tebet corre por fora.
Na C�mara, o embate ficou ainda mais acirrado porque Bolsonaro decidiu patrocinar a campanha do deputado Arthur Lira.
Para se contrapor a Lira, Maia queria rachar o Progressistas e indicar o deputado Aguinaldo Ribeiro (PB), mas sofreu resist�ncias internas. Integrantes da bancada do MDB disseram que, se o candidato n�o fosse Rossi, despejariam votos em Lira.