
Segundo vereador mais votado em Belo Horizonte, com 29.320 votos, Nikolas Ferreira (PRTB) defender� as pautas conservadoras. No entanto, o mais jovem dos eleitos para o Legislativo da capital garante que n�o transformar� a C�mara Municipal numa igreja. Ele � o entrevistado da s�rie realizada pelo Estado de Minas com os vereadores eleitos para o pr�ximo mandato.
A primeira entrevista que Nikolas concedeu ao EM, depois de eleito, gerou pol�mica por ele ter questionado a identidade de g�nero da vereadora Duda Salabert, a mais bem votada da hist�ria da capital.
A primeira entrevista que Nikolas concedeu ao EM, depois de eleito, gerou pol�mica por ele ter questionado a identidade de g�nero da vereadora Duda Salabert, a mais bem votada da hist�ria da capital.
Embora ela seja uma mulher trans, ele afirmou que Duda � homem, contrariando a maneira como Duda se posiciona. Nesta semana, Nikolas apareceu em um v�deo carregando um fuzil. Apoiador de Jair Bolsonaro, ele sugeriu a arma como presente de Natal. “O pre�o da nossa liberdade � a eterna vigil�ncia.”
Nesta entrevista, ele fala de como ser� a rela��o com a bancada de oposi��o, avalia a candidatura de Duda � presid�ncia da Casa e apresenta as raz�es para ser oposi��o ao governo de Alexandre Kalil (PSD). “Quando ele se refere aos crist�os e conservadores, ou ele ataca ou ele ignora. A cidade precisa de respeito. Ele, como chefe do Executivo, precisa respeitar essa parcela que, n�o s� em Minas como no Brasil todo, � maioria.”
Qual a principal bandeira de seu mandato?
A educa��o. Primeiro, tenho o prop�sito de incluir o empreendedorismo e a educa��o financeira nas escolas. Tamb�m trazer o projeto do governo federal das escolas c�vico-militares para Belo Horizonte. Inclusive, j� poderiam estar em vigor, caso o Kalil tivesse aceitado (sic), mas por algum motivo, n�o sabemos de fato qual, ele recusou esse projeto do governo federal para BH.
Voc� se colocar� como base ou oposi��o ao governo de Alexandre Kalil?
Oposi��o ao governo.
Voc� pode falar pontos de discord�ncia com o governo do Kalil que o colocam na oposi��o?
Um dos pontos s�o as medidas que ele imp�s durante a pandemia, uma falta de di�logo, um descaso, principalmente com o setor comercial, de eventos, setores que geram emprego e renda em Belo Horizonte. Kalil menosprezou, deixou de lado. N�o houve planejamento para esse setor, simplesmente um ‘fica em casa’.
As pessoas menos abastecidas � que, de fato, sofreram com isso. Atr�s de um CNPJ existe ali um gar�om, uma cozinheira, uma pessoa que precisa trabalhar para colocar o alimento em casa, e essa pessoa, simplesmente, n�o consegue ficar em casa. Eu pude andar por Belo Horizonte e perceber isso dentro dos olhos das pessoas. Lojas de 33 anos foram fechadas.
Acredito que era para ter uma proporcionalidade, era necess�rio ter uma gest�o mais preocupada, principalmente com a �rea de educa��o, com professores e alunos. Crian�as com diversas dificuldades est�o dentro de casa por n�o ter contato com o mundo exterior.
Est�o trancadas dentro de casa, desenvolvendo diversos problemas. Estive numa reuni�o com a ministra Damares, para poder apresentar dados para ela mostrando que a pandemia tem sido algo ruim para as crian�as, gerando consequ�ncias psicol�gicas e f�sicas. Ningu�m lidou com isso, ningu�m deu orienta��o para os pais e o setor comercial.
Por outro lado, vejo que posso me colocar como oposi��o ao Kalil na maneira como ele trata os conservadores, os crist�os. Na Parada LGBT, ele falou um palavr�o para quem discorda dele. N�o � assim que voc� trata a popula��o, n�o � assim que voc� trata quem discorda de voc�, se referindo com um palavr�o. Quando ele se refere aos crist�os e conservadores, ou ele ataca ou ele ignora. A cidade precisa de respeito. Ele, como chefe do Executivo, precisa respeitar essa parcela que, n�o s� em Minas como no Brasil todo, � maioria.
As pessoas menos abastecidas � que, de fato, sofreram com isso. Atr�s de um CNPJ existe ali um gar�om, uma cozinheira, uma pessoa que precisa trabalhar para colocar o alimento em casa, e essa pessoa, simplesmente, n�o consegue ficar em casa. Eu pude andar por Belo Horizonte e perceber isso dentro dos olhos das pessoas. Lojas de 33 anos foram fechadas.
Acredito que era para ter uma proporcionalidade, era necess�rio ter uma gest�o mais preocupada, principalmente com a �rea de educa��o, com professores e alunos. Crian�as com diversas dificuldades est�o dentro de casa por n�o ter contato com o mundo exterior.
Est�o trancadas dentro de casa, desenvolvendo diversos problemas. Estive numa reuni�o com a ministra Damares, para poder apresentar dados para ela mostrando que a pandemia tem sido algo ruim para as crian�as, gerando consequ�ncias psicol�gicas e f�sicas. Ningu�m lidou com isso, ningu�m deu orienta��o para os pais e o setor comercial.
Por outro lado, vejo que posso me colocar como oposi��o ao Kalil na maneira como ele trata os conservadores, os crist�os. Na Parada LGBT, ele falou um palavr�o para quem discorda dele. N�o � assim que voc� trata a popula��o, n�o � assim que voc� trata quem discorda de voc�, se referindo com um palavr�o. Quando ele se refere aos crist�os e conservadores, ou ele ataca ou ele ignora. A cidade precisa de respeito. Ele, como chefe do Executivo, precisa respeitar essa parcela que, n�o s� em Minas como no Brasil todo, � maioria.
Voc� se apresenta como um vereador conservador. Como avalia as for�as de direita e extrema-direita na composi��o da C�mara Municipal?
Tenho conversado com v�rios vereadores. Tenho bom relacionamento com eles. Acredito que dar� para construir algo bacana em torno das pautas crist�s. Na C�mara, vamos ter que ter um di�logo, uma constru��o. Estou confiante, com expectativa de que possamos aprovar bons projetos e travar os que s�o ruins para a cidade.
Voc� falou em 'pautas crist�s'. O que seria? Tem algum projeto em mente?
Pauta digamos assim crist�... N�o tenho nenhum projeto nesse sentido, porque, na verdade, quero imprimir valores e n�o simplesmente fazer da C�mara uma igreja, por exemplo. Tenho projetos que dizem respeito a incluir empreendedorismo dentro da sala de aula, projeto como valoriza��o da Guarda Municipal. A verba economizada, durante o ano, ser� destinada para a Guarda Municipal, todos esses projetos dizem respeito a valores crist�os. N�o precisa ter um slogan de Jesus, de Cristo. A gente consegue ter bons projetos que imprimam os valores crist�os.
Qual ser� o peso da religi�o em decis�es como vereador?
Sou crist�o, ent�o tenho princ�pios e valores morais. Acredito que prov�m de Deus, o amor e a solidariedade. Vejo que a pr�pria no��o de justi�a prov�m de Deus. Isso � inclusive um argumento utilizado para provar a exist�ncia de Deus: qual � a fonte moral?. Minha fonte moral de fato � Deus. Minhas decis�es se pautam, isso n�o exclui o campo racional. A B�blia fala para prestar cultos racionais e as minhas decis�es utilizam, obviamente, a raz�o, e n�o a f�. Estou tratando de algo concreto, mas minha moral prov�m de Deus.
Como ser� a sua rela��o com a bancada de esquerda da C�mara, que, majoritariamente, � formada por mulheres?
Com rela��o � bancada da esquerda, a gente diverge, obviamente, nas nossas ideias. S�o pessoas com quem teremos que lidar por quatro anos, ent�o obviamente o respeito e o di�logo devem existir. Mas o embate de ideias tamb�m precisa existir em paralelo a isso. Serei firme nos meus posicionamentos, serei firme em defender o que acredito, que foi colocado l� para poder representar; ent�o, de fato, debato ideias e n�o pessoas. Embora quem carregue as ideias s�o pessoas. Muitas vezes, a esquerda quer me personificar como algu�m que ataca pessoas, mas, pelo contr�rio, ataco ideias e vou adotar posi��o combativa na C�mara.
Como voc� v� a candidatura da Duda Salabert � presid�ncia da C�mara Municipal?
Para ser bem sincero, vou trabalhar com fatos concretos. Acredito que, pela composi��o que est� sendo feita, � muito dif�cil de ela ganhar. N�o vou nem trabalhar com essa possibilidade, que vejo muito baixa. Obviamente, qualquer pessoa que chegar ao cargo de presidente da C�mara voc� precisa ter um relacionamento, at� o poss�vel, de di�logo e constru��o. Mas isso n�o depende s� de um lado. Tem que ser uma via bilateral. Ent�o, n�o trabalho com essa possibilidade. Respeito, obviamente, a candidatura dela. Todo mundo tem direito a se candidatar a presidente. Mas a composi��o da chapa da Nely vem forte e teremos uma mulher, a Nely, na presid�ncia.
