
�s v�speras da elei��o que vai definir a nova c�pula da C�mara e do Senado e com a press�o pol�tica pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro, aliados do governo agem para barrar a convoca��o de uma comiss�o representativa do Congresso neste m�s.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, contrariou o colega da C�mara Rodrigo Maia, que comanda a C�mara, e disse que n�o instalar� nenhuma comiss�o para discutir a "guerra das vacinas" contra covid-19.
Maia e o bloco que sustenta a candidatura do deputado Baleia Rossi (MDB-SP) � presid�ncia da C�mara cobram a convoca��o do colegiado, que re�ne 16 deputados e 7 senadores, sob o argumento de que � preciso encontrar solu��es emergenciais para a crise.
O deputado chegou a marcar para hoje uma audi�ncia com o embaixador da China, Yang Wanning, tendo como pauta a importa��o da Coronavac, a vacina produzida em parceria com o Instituto Butantan, e o atraso no envio de insumos para a produ��o do imunizante.
A iniciativa � vista pelo governo como mais um passo de Maia para desgastar Bolsonaro. Auxiliares do Pal�cio do Planalto avaliam que o presidente da C�mara, em seus �ltimos dias � frente da Casa, quer usar o cargo para criar dificuldades a Bolsonaro e ajudar a aprovar a CPI do Coronav�rus. O PSB e a Rede anunciaram ontem que come�ar�o a coletar assinaturas para criar a CPI.
Principal rival de Baleia Rossi, o candidato Arthur Lira (Progressistas-AL), que tem o apoio do Planalto e ainda ontem ganhou a ades�o do PTB, considera que Maia quer convocar a comiss�o representativa do Congresso apenas para fustigar Bolsonaro e arranjar mais votos para o concorrente do MDB.
A palavra final sobre a instala��o do colegiado, no entanto, � de Alcolumbre, que, na fun��o de presidente do Senado, tamb�m comanda o Congresso. Embora n�o tenha comunicado oficialmente a sua decis�o, ele j� avisou, nos bastidores, que n�o v� motivo para a convoca��o.
Alcolumbre � do mesmo partido de Maia, mas se aproximou de Bolsonaro e tem o nome cotado para integrar um minist�rio na reforma que o presidente deve fazer.
Na pr�tica, a comiss�o representativa do Congresso � um colegiado tempor�rio, previsto na Constitui��o, para atuar nos per�odos de recesso parlamentar, em situa��es excepcionais e urgentes.
O colegiado pode analisar medidas emergenciais. Isso aconteceu em 2010, quando a comiss�o aprovou o envio de tropas do Ex�rcito para o Haiti.
O Planalto avalia, por�m, que a estrat�gia tra�ada por Maia tem como principal objetivo convocar o ministro da Sa�de, Eduardo Pazuello, expor problemas do governo e aumentar a press�o pelo impeachment de Bolsonaro.
A oposi��o se juntou ao presidente da C�mara para defender a comiss�o. "O papel do Parlamento � esse mesmo", afirmou o deputado Fabio Schiochet (PSL-SC), titular do colegiado.
A disputa pelo comando da C�mara e do Senado, no entanto, dificulta o alinhamento dos congressistas para a vota��o de outro tema.
"H� uma estrat�gia montada para a elei��o e isso interfere. Eu achava que n�o deveria haver recesso, mas, agora, � dif�cil interromper", disse o l�der em exerc�cio do PSDB no Senado, Izalci Lucas (DF), tamb�m integrante da comiss�o.