'A OAS tem que mijar sangue', disse procurador da Lava-Jato em mensagem

Os procuradores da for�a-tarefa da Lava-Jato discutiram pelo Telegram, em 27 de agosto de 2016, a necessidade de endurecer com a empreiteira OAS antes que ela voltasse � mesa de negocia��o de uma dela��o premiada. A colabora��o do ent�o presidente da empresa, Leo Pinheiro, foi considerada essencial para confirmar a condena��o do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) no caso do triplex no Guaruj�.

As mensagens constam em uma nova peti��o, entregue nesta segunda-feira (1º/3), pela defesa de Lula ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski. 

 

 

A defesa do petista teve acesso ao material depois de receber autoriza��o do pr�prio tribunal. As conversas fazem parte da Opera��o Spoofing, que investiga hackers que invadiram os telefones de autoridades.

Foi Leo Pinheiro quem entregou c�pias de mensagens e documentos que sustentam que o apartamento – que segundo a acusa��o da Lava-Jato seria de Lula – foi reformado para atender �s necessidades da fam�lia do ex-presidente.

Al�m disso, foi ele que tamb�m confirmou que os recursos aplicados na obra sa�ram de um caixa de propinas que teria como fonte de receita contratos firmados com a Petrobras.

Na troca de mensagens, realizada um ano antes da pris�o de Lula, os procuradores comentavam uma reportagem da revista Veja. Isso porque a dela��o do executivo da OAS foi interrompida pelo ent�o procurador-geral da Rep�blica, depois que a revista publicou que um dos anexos da dela��o citava o ministro do STF Dias Toffoli.

 

 

 

Na conversa, o procurador Diogo Castor de Mattos, compartilha duas reportagens e afirma que est�o "querendo jogar a sociedade contra a Lava-Jato e distorcendo tudo".

Outra pessoa, ainda n�o identificada, responde que "essa reportagem s� me convence de que a OAS tem que mijar sangue para voltar para a mesa".

"Pelo menos fica claro que n�o fomos n�s", disse a pessoa, em refer�ncia ao vazamento de informa��es que n�o estavam na dela��o para a revista Veja.

Em 14 de setembro de 2016, o Minist�rio P�blico Federal denunciou Lula e mais sete pessoas pelos crimes de corrup��o e lavagem de dinheiro.

Em 20 de setembro de 2016, o juiz Sergio Moro aceitou a den�ncia e Lula tornou-se r�u na Opera��o Lava-Jato. 

Preso em 7 de abril de 2018 ap�s se entregar � Pol�cia Federal, Lula permaneceu na cadeia por 580 dias. Ele foi condenado por Moro a nove anos e seis meses de pris�o. Na segunda inst�ncia, a pena foi aumentada para 12 anos e um m�s. 

Em abril de 2019, numa decis�o un�nime, a 5ª Turma do STJ manteve a condena��o de Lula e reduziu a pena para oito anos e 10 meses por corrup��o passiva e a de lavagem de dinheiro de 12 anos e 1 m�s para oito anos e 10 meses de pris�o.

Lula nega todas as acusa��es.

*Estagi�ria sob supervis�o da subeditora Kelen Cristina