
"Estou aqui hoje para finalmente ter um espa�o para me defender e quero fazer isso olhando, mesmo em v�deo, nos olhos de vossas excel�ncias e dizer que, eu, Flordelis, eu sou inocente. Eu n�o mandei matar meu marido, eu n�o participei de nenhum ato de conspira��o contra a vida do homem que foi meu companheiro por muitos anos, mais de 20 anos", disse Flordelis.
Ela � acusada de ser a mandante do homic�dio de seu marido, morto em 16 de junho de 2019 na porta de casa, em Niter�i (Regi�o Metropolitana do Rio). O casal que ganhou notoriedade por ter criado 55 filhos, a maioria adotivos.
O Minist�rio P�blico do Rio de Janeiro considerou ter "s�lidos e veementes elementos" de prova e pediu, no in�cio do m�s, que cinco pessoas sejam julgadas por homic�dio triplamente qualificado: Flordelis, sua filha Simone dos Santos Rodrigues, sua filha afetiva Marzy Teixeira da Silva, sua neta Rayane dos Santos Oliveira e seu filho afetivo e ex-genro Andr� Luiz de Oliveira. Os outros r�us devem responder por outros crimes, que s�o conexos com o homic�dio, e por isso o julgamento deve caber ao mesmo Tribunal do J�ri, defende o MP-RJ.
No come�o do ano, uma das filhas da deputada confessou ter pagado R$ 5 mil para o assassinato de Anderson. Simoni dos Santos Rodrigues disse que a quantia foi entregue � sua irm� Marzy Teixeira. A motiva��o do crime seriam ass�dios sexuais cometidos pelo pastor.
"Eu n�o sabia o que estava acontecendo dentro da minha casa. Eu n�o sabia que meu marido estava assediando a minha filha. Eu n�o sabia, eu n�o sabia, eu n�o sabia. E agora eu entendo por que ele n�o fez nada. Queria evitar que eu soubesse o que estava acontecendo dentro da casa", disse a deputada durante o depoimento na C�mara. "Minha filha foi a mandante com a outra filha, n�o sei mais quem estava envolvido, mas eu n�o compactuo com isso. N�o matar, ela tinha outros caminhos de den�ncia."
Desde outubro do ano passado, a deputada � obrigada a usar uma tornozeleira eletr�nica. Ela tem imunidade parlamentar e s� poderia ser presa em flagrante. Flordelis segue tamb�m atuando normalmente como deputada.
"Tem sido quase imposs�vel resistir e me manter de p�. Est� sendo dif�cil pra mim porque a press�o � muito grande, devido a tanta viol�ncia praticada por alguns que parecem desconhecer as leis do nosso Pa�s", disse ela no Conselho de �tica.
O processo no Conselho de �tica da C�mara trata sobre quebra de decoro e � relatado pelo deputado Alexandre Leite (DEM-SP). O colegiado deve agora ouvir testemunhas sobre o caso nas pr�ximas sess�es.
