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Estado de Minas CRISE MILITAR

Governo corre para nomear novo comando das For�as Armadas e abafar crise

Clima � de insatisfa��o ap�s a demiss�o dos comandantes do Ex�rcito, da Marinha e da Aeron�utica


31/03/2021 04:00 - atualizado 31/03/2021 07:56

General Edson Pujol(foto: SÉRGIO LIMA/AFP)
General Edson Pujol (foto: S�RGIO LIMA/AFP)

Bras�lia  – O novo ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, tem pressa para nomear logo os futuros comandantes das For�as Armadas. Ele pretende concluir o processo em um ou dois dias, no m�ximo, para apresentar as op��es ao presidente Jair Bolsonaro.

Almirante Ilques Barbosa(foto: SÉRGIO LIMA/AFP)
Almirante Ilques Barbosa (foto: S�RGIO LIMA/AFP)

A meta de Braga Netto e do governo � encerrar o mais rapidamente poss�vel a crise aberta nos quart�is, detonada ap�s a demiss�o do general Fernando Azevedo e Silva do Minist�rio da Defesa, e ampliada com a exonera��o do general Edson Pujol (Ex�rcito), do brigadeiro Antonio Carlos Moretti Bermudez (Aeron�utica) e do almirante Ilques Barbosa (Marinha).

Brigadeiro Antonio Carlos Moretti Bermudez(foto: SÉRGIO LIMA/AFP)
Brigadeiro Antonio Carlos Moretti Bermudez (foto: S�RGIO LIMA/AFP)

Depois de demitir Azevedo e Silva, Bolsonaro incumbiu Braga Netto de demitir os comandantes das For�as Armadas. A decis�o foi comunicada por Braga Netto aos tr�s oficiais, em reuni�o da qual Azevedo tamb�m participou.

H� clima de perplexidade no comando das For�as Armadas. A ideia inicial de Bolsonaro era demitir apenas Edson Pujol. Mas o Planalto foi avisado de que, caso isso ocorresse, Ilques Barbosa J�nior e Antonio Carlos Bermudez seriam solid�rios ao general. Na reuni�o da noite de segunda-feira, ap�s a demiss�o de Azevedo e Silva, os tr�s comandantes fecharam quest�o de que n�o renunciariam aos cargos. Isso, inclusive, foi dito nas reuni�es que eles tiveram com os altos-comandos das For�as, cada um com a sua.

A decis�o de Bolsonaro de trocar o comando das For�as Armadas gerou a maior crise entre os militares e o governo desde a d�cada de 1970, quando Ernesto Geisel trocou o ministro do Ex�rcito. Na for�a terrestre, a vis�o � de que o presidente tenta fazer uso pol�tico de institui��es de Estado.

No entanto, com a queda dos comandantes, a avalia��o � de que os oficiais devem deixar o recado claro ao governo de que nenhuma das tr�s for�as vai apoiar ou se aventurar em medidas autorit�rias, e que as inten��es do presidente n�o ter�o sucesso, caso ele insista. “Isso jamais ocorrer�. Nenhum general de ontem, hoje e sempre permitir� isso”, disse um general do Ex�rcito consultado pela reportagem.

O vice-presidente Hamilton Mour�o negou qualquer risco de golpe militar depois da troca do comando das For�as Armadas. “Pode botar quem quiser, n�o tem ruptura institucional. As For�as Armadas v�o se pautar pela legalidade, sempre”. Segundo Mour�o, o pa�s precisa focar no que realmente importa no momento: o combate � pandemia.

ENTREVISTA

De acordo com interlocutores do presidente, no domingo, ele leu a entrevista do general Paulo S�rgio Nogueira, chefe do Departamento-Geral de Pessoal do Ex�rcito, e se irritou com as declara��es que destacaram medidas que impediram mortes por COVID-19 no Ex�rcito. Fontes militares informaram que a reuni�o com Braga e Azevedo foi tensa, com discuss�es acaloradas.

O comandante da Marinha, Ilques Barbosa, se posicionou claramente contra as inten��es do Planalto, principalmente pela troca no comando do Ex�rcito. Braga Netto, de acordo com fontes, j� chegou � reuni�o com a ordem expressa do presidente para trocar os comandos – o que poderia ocorrer imediatamente ou de maneira escalonada, com per�odo de transi��o.

Os militares se negaram a aceitar qualquer determina��o de Bolsonaro. A inten��o dos tr�s comandantes com o gesto � deixar claro que n�o dariam um passo que possa contrariar a Constitui��o ou caracterizar inger�ncia nos outros poderes, o Judici�rio e o Legislativo.

O preferido do presidente para ocupar o comando do Ex�rcito � o general Marco Ant�nio Freire Gomes. No entanto, se ele for al�ado ao posto, leva quatro generais quatro-estrelas mais antigos para a reserva. Pela hierarquia militar, se um mais novo assume o cargo mais elevado da for�a terrestre (abaixo do presidente), os outros passam para a reserva para n�o ocorrer quebra da ordem hier�rquica.

Al�m da troca na Defesa e a consequente mudan�a na Casa Civil, o presidente da Rep�blica tamb�m mexeu no Itamaraty, na Secretaria de Governo, na Advocacia-Geral da Uni�o (AGU) e no Minist�rio da Justi�a.

Para a vaga de Walter Braga Netto na Casa Civil foi Luiz Eduardo Ramos, que estava na Secretaria de Governo. O posto, respons�vel por encabe�ar as articula��es junto ao Congresso, ficou com a deputada federal Fl�via Arruda (PL-DF).

Andr� Mendon�a, que estava na Justi�a, deixou o posto para retornar � AGU, de onde Jos� Levi pediu demiss�o nesta segunda. Para o minist�rio, foi escolhido o delegado Anderson Torres, secret�rio de Seguran�a do Distrito Federal. O ex-chanceler Ernesto Ara�jo, por seu turno, ter� Carlos Alberto Fran�a, respons�vel pelo cerimonial do presidente, como sucessor.
 
Hamilton Mourão, vice-presidente da República:
Hamilton Mour�o, vice-presidente da Rep�blica: "Pode botar quem quiser, n�o tem ruptura institucional. As For�as Armadas v�o se pautar pela legalidade, sempre" (foto: EVARISTO S�/AFP - 3/11/20)
 

Bermudez diz que foi demitido

Bras�lia – O ex-comandante da Aeron�utica, Antonio Carlos Bermudez, afirmou, em sua carta de despedida, que a For�a A�rea Brasileira � uma institui��o de Estado e que a miss�o de seus integrantes � “balizada pelos inarred�veis preceitos constitucionais”. No texto, ele disse que foi exonerado por decis�o do presidente Jair Bolsonaro. 

“Na manh� de hoje, tomei conhecimento da decis�o do presidente da Rep�blica, Jair Bolsonaro, de exonerar-me do comando da For�a A�rea Brasileira. Recebi essa not�cia como um bom soldado, que dedicou 46 anos de sua vida a servir seu pa�s”, escreveu ele no texto enviado aos integrantes do comando da Aeron�utica.

No documento, o brigadeiro afirmou tamb�m: “Ao deixar o comando da Aeron�utica, meu sentimento � de gratid�o aos que labutaram ao meu lado, direta e indiretamente, para que a For�a A�rea, uma institui��o de Estado, servisse ao povo brasileiro em todos os seus chamados”.

TEMPOS DIF�CEIS

Ele ainda ressaltou os “tempos dif�ceis” da pandemia do novo coronav�rus e fez agradecimentos ao efetivo da For�a A�rea Brasileira que atua durante a crise sanit�ria, ressaltando que o objetivo � salvar vidas. “Prezados integrantes da For�a A�rea, acreditem na relev�ncia da nossa miss�o, que, balizada pelos inarred�veis preceitos constitucionais, coopera para a soberania daquilo que nos cabe: o espa�o a�reo.”

Na segunda-feira, os tr�s comandantes das For�as Armadas indicaram a possibilidade de entregar os cargos depois de serem surpreendidos pela demiss�o sum�ria do ministro da Defesa. A troca no comando da Defesa reflete o desejo do presidente Jair Bolsonaro de maior alinhamento pol�tico das For�as Armadas. Com a repercuss�o, Braga Netto e Azevedo atuaram para evitar que a crise militar crescesse.

Santos Cruz descarta politiza��o do Ex�rcito

Bras�lia – Ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo do presidente Jair Bolsonaro, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz afirmou que "politizar o Ex�rcito � quebrar e subverter a hierarquia das For�as Armadas”.

“O Ex�rcito n�o � instrumento para resolver quest�es pol�ticas. Se voc� tem diferen�as com os governadores, voc� resolve com os governadores”, afirmou, ao ser questionado sobre as inten��es do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em rela��o �s For�as Armadas. De acordo com Santos Cruz, seria "distor��o ou falta de capacidade pol�tica" usar as For�as Armadas para ataques pol�ticos.

“A reforma ministerial acontece em determinados momentos do governo. � uma coisa gradativa do presidente”, explicou Santos Cruz. “Em contrapartida, nesta chama a aten��o o motivo pelo qual est� sendo feita”, disse Santos Cruz. Segundo o ex-ministro, o Brasil vive um momento “extremamente perigoso” onde n�o “pode acontecer uma polariza��o pol�tica”. Caso isso aconte�a, Santos Cruz pontuou que seria um “absurdo, abuso e inaceit�vel".

Questionado sobre um poss�vel golpe militar ap�s a troca de comandantes do Ex�rcito, da Marinha e da Aeron�utica, Santos Cruz rejeitou a possibilidade. “As For�as Armadas n�o s�o instrumentos de intimida��o pol�tica, de press�o pol�tica ou poder pessoal”, afirmou.

“N�o sei se ele (Bolsonaro) trocou por isso. Mas, se isso aconteceu, � um absurdo. � inaceit�vel. Acredito na forma��o dos comandantes. Eles v�o seguir a Constitui��o”, completou. Sobre algumas manifesta��es on-line, em que integrantes do Ex�rcito organizaram manifesta��es para comemorar o golpe militar de 1964, o general classificou essas a��es como “fanatismo”.

ENQUANTO ISSO...

...Na AGU tem posse r�pida

O presidente Jair Bolsonaro deu posse ontem � tarde aos ministros Andr� Mendon�a na Advocacia-Geral da Uni�o (AGU) e a Anderson Torres no Minist�rio da Justi�a e Seguran�a P�blica. A r�pida solenidade ocorreu no gabinete, a portas fechadas.

Mendon�a retornou ao cargo que ocupou at� abril do ano passado e substitui Jos� Levi, que foi demitido ap�s n�o ter assinado a a��o que o Bolsonaro apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) para impedir governadores de adotarem medidas restritivas de circula��o durante o agravamento da pandemia.

J� o delegado da Pol�cia Federal Anderson Torres, que era secret�rio de Seguran�a P�blica do Distrito Federal, entrou no posto de Mendon�a. Ele anunciou a assinatura da posse por meio das redes sociais.
 
 


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