Com mais de uma centena de pedidos de impeachment enviados � C�mara sem nenhum encaminhamento, a oposi��o quer unir deputados de campos pol�ticos diversos na tentativa de dar andamento, no Legislativo, ao afastamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
A iniciativa � do deputado Bohn Gass (RS), l�der do PT, e conta com apoio at� de ex-aliados do presidente no Congresso.
Gass quer juntar parlamentares e representantes da sociedade civil que apresentaram pedidos de impedimento de Bolsonaro para pressionar e debater medidas que viabilizem a abertura de um processo. "Vamos criar um movimento para colocar na ordem do dia a necessidade do impeachment", disse o deputado. "Vamos unir for�as, n�o ser�o a��es individualizadas. A ideia est� em constru��o", emendou ele.
A oposi��o vai tentar atrair nomes como o do deputado Alexandre Frota (PSDB-SP), autor de quatro protocolos de impeachment. Um deles acusa Bolsonaro de crime de responsabilidade ao ajudar a convocar as manifesta��es a favor de seu governo, contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF), no ano passado. Frota foi eleito pelo PSL, mas acabou expulso do partido e concorda com a forma��o do bloco.
"� uma ideia que vem em um momento importante. Estou inteiramente � disposi��o, independentemente se � PT ou qualquer outro partido, para criar um texto �nico que possa servir para isso", afirmou o deputado ao Estad�o/Broadcast.
Ex-l�der de Bolsonaro no Congresso, a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) tamb�m disse estar disposta a aderir. Ela apresentou pedido de impeachment contra Bolsonaro em abril do ano passado. Acusou o presidente de crimes de responsabilidade, previstos na lei do impeachment, e tamb�m de crimes comuns.
Moro
O pedido de Hasselmann menciona o epis�dio da demiss�o do ent�o ministro da Justi�a S�rgio Moro e sua declara��o de que Bolsonaro tentou interferir na escolha da dire��o da Pol�cia Federal para obter relat�rios de intelig�ncia da corpora��o. A deputada tamb�m acusa Bolsonaro de "falsidade ideol�gica" por incluir assinatura forjada de Moro no decreto de exonera��o do ent�o diretor-geral da PF Maur�cio Valeixo.
Pol�ticos e partidos foram respons�veis por protocolar 25 dos 112 pedidos de impeachment contra Bolsonaro. Deste total, sete foram arquivados. O mais recente pedido de afastamento foi apresentado pela Executiva Nacional do PDT, partido comandado por Carlos Lupi, que acusa o chefe do Executivo de amea�a ao livre exerc�cio dos poderes.
O epis�dio citado pelo PDT � o da press�o de Bolsonaro sobre o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO). Em conversa telef�nica com o senador, na noite de s�bado, Bolsonaro disse que ele deveria ingressar com pedidos de impeachment contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) logo ap�s a Corte ter determinado a abertura de uma Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) no Senado sobre a��es e omiss�es do governo federal no enfrentamento da pandemia.
Dar ou n�o andamento aos pedidos de impeachment � prerrogativa do presidente da C�mara, Arthur Lira (Progressistas-AL), l�der do Centr�o e aliado do governo. A maioria das a��es, no entanto, chegou � Casa ainda na gest�o de Rodrigo Maia (DEM-RJ). Na �ltima segunda-feira, 12, o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP) acionou o Supremo para que seja fixado prazo para Lira analisar os pedidos na fila.