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Estado de Minas ELEI��ES

De olho em 2022, Lula e Moro ficam em caminhos opostos ap�s decis�o do STF

Decis�o do STF permite ao ex-presidente entrar revigorado na campanha de 2022. J� o ex-magistrado perde potencial pol�tico com a imagem arranhada


24/04/2021 15:30

(foto: Agência Brasil )
(foto: Ag�ncia Brasil )

O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva e o ex-juiz Sergio Moro devem sofrer impactos pol�ticos opostos com a decis�o da maioria do Supremo Tribunal Federal (STF), que declarou o ex-magistrado suspeito nas condena��es que imp�s ao petista na Opera��o Lava-Jato. Com o entendimento da Corte, Lula se prepara para entrar de cabe�a na campanha pelo Planalto em 2022. J� Moro, que tamb�m figura como presidenci�vel, corre o risco de patinar numa eventual corrida eleitoral — a parcialidade de sua atua��o como juiz deve municiar o discurso de opositores e ser alvo de processos.
Em busca de apoio no pleito do ano que vem, Lula vir� a Bras�lia, nas pr�ximas semanas, para encontro com parlamentares e prefeitos. A estrat�gia � fortalecer a esquerda e obter respaldo de pol�ticos de centro para preparar o cen�rio de seu retorno � corrida presidencial. O caminho est� aberto: as a��es penais n�o foram extintas. Ficar�o sob a responsabilidade da Justi�a Federal do Distrito Federal, mas as dilig�ncias devem come�ar do zero.

O cientista pol�tico Andr� Pereira C�sar, da Hold Assessoria Legislativa, avalia que a nova decis�o do STF em favor de Lula refor�ou as desconfian�as sobre a atua��o de Moro � frente da Lava-Jato, iniciadas, segundo ele, quando o ex-juiz assumiu o Minist�rio da Justi�a do governo Bolsonaro.
“Na minha avalia��o, terminou de vez. (A decis�o do plen�rio do STF) sepultou qualquer eventual pretens�o pol�tica que Sergio Moro tenha, como concorrer � Presid�ncia da Rep�blica. Lembrando que, em pol�tica, as coisas s�o muito m�veis, tudo pode mudar. Mas, no caso do ex-juiz, a situa��o � muito dif�cil, principalmente porque ele n�o tem um suporte pol�tico real”, argumentou. “Como � que, agora, aqueles atores que defendem a cria��o de uma frente ampla de centro para as elei��es, e que sempre citaram o nome do Moro, v�o olhar para ele? Ele vai se transformar em p�ria, t�xico politicamente.”

Na opini�o de C�sar, o ex-juiz deve estar preocupado, no momento, em se resguardar juridicamente, para enfrentar uma prov�vel avalanche de a��es judiciais, de r�us e condenados, contestando sua atua��o na Lava-Jato. Quanto a Moro ser alvo de um eventual processo do petista, o especialista n�o acredita que ocorrer�. “Acho que, pela sensibilidade pol�tica do Lula e com as pretens�es pol�ticas que tem hoje, pode usar politicamente isso por outro lado. Ele vai dizer: ‘Eu sou t�o bom, estou acima de certas coisas, que n�o vou querer entrar com uma a��o contra o Moro’. Ele pode usar essa postura como instrumento de campanha, at� porque n�o vai querer briga com os eleitores de Moro”, justificou.

Lula, por sinal, tem sido orientado a deixar claro ao p�blico que passou mais de 500 dias preso injustamente para n�o concorrer em 2018.

Ricardo Caichiolo, cientista pol�tico do Ibmec Bras�lia, destacou que, al�m de dar capital pol�tico a Lula, a suspei��o de Moro tira o ex-juiz do protagonismo das discuss�es da sociedade sobre o cen�rio eleitoral. “Eleva o capital pol�tico do ex-presidente, porque consolida a possibilidade de uma eventual candidatura em 22”, disse. “Quanto a uma poss�vel candidatura do ex-juiz, entendo que a declara��o de suspei��o contribuir� para uma leve diminui��o dos percentuais de inten��o de votos que possui, pois tal fato se soma ao seu afastamento do debate p�blico, que ocorre h� algum tempo. Fato � que Lula conta com uma base eleitoral fiel e j� convencida do seu voto.”

Indeniza��o

H�, por�m, quem defenda que Moro seja processado. O deputado Ivan Valente (PSol-SP), por exemplo, afirmou que o ex-juiz deveria ser responsabilizado judicialmente “pela atua��o parcial” nos processos contra o petista. “As decis�es dele contribu�ram muito para tirar Lula, claramente, da elei��o de 2018. Ele acabou ajudando a viabilizar o impeachment da Dilma (Rousseff), viabilizou a elei��o de Bolsonaro e, depois, se autodenunciou, quando assumiu o Minist�rio da Justi�a”, ressaltou. “Acho que ele at� precisa pagar, porque Lula tem direito a uma indeniza��o. Ele tem de ser responsabilizado, sendo juiz ou n�o.”

O deputado Capit�o Augusto (PL-SP), coordenador da Frente Parlamentar de Seguran�a P�blica e grande entusiasta da Lava-Jato, disse que a decis�o do Supremo frustra todos os esfor�os de combate � corrup��o no pa�s. Ele acrescentou que Moro e os procuradores da for�a-tarefa sempre atuaram com imparcialidade.

“Foi mais um tapa na cara da sociedade. Um julgamento pol�tico, e � absurda a an�lise que o Supremo fez. Isso vem na contram�o de tudo o que a gente vem pleiteando, que �, justamente, combater a corrup��o. O ex-juiz Sergio Moro atuou com imparcialidade, e os processos n�o foram julgados s� por ele, passaram por v�rios outros ju�zes tamb�m. E tudo com provas, com dela��es, com tudo”, criticou o parlamentar. “Agora, depois de tanto tempo, (o STF) vem fazer um julgamento pol�tico para deixar o ex-presidente Lula eleg�vel e tamb�m para beneficiar outros que foram acusados e at� condenados na Lava-Jato.”


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