
Filipe foi preso em seu apartamento, localizado no 11° andar de um edif�cio da Avenida Afonso Pena, no Centro de Belo Horizonte. A caminhada em prol do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) passou pela via.
Levado pelos agentes no fim da manh�, o analista de sistemas ficou na Central de Flagrantes da Pol�cia Civil at� a noite do mesmo dia.
Enquanto as for�as de seguran�a conversavam com o rapaz no interior do apartamento, Bart� acompanhou a cena do corredor do pr�dio, ao lado de testemunhas do suposto ataque. O partido Novo classificou a postura de seu filiado como “deplor�vel” e “vergonhosa”. Uma sindic�ncia foi aberta.
“A atitude de Bart�, deputado estadual de Minas Gerais, � vergonhosa e completamente incompat�vel com a de um servidor p�blico, especialmente do Novo, partido que foi fundado para transformar o Brasil em um pa�s admir�vel. O Diret�rio Nacional j� tomou as medidas cab�veis junto � Comiss�o de �tica Partid�ria para punir adequadamente este ato deplor�vel, que desrespeita o Estado de Direito, a Constitui��o e o Estatuto do Novo”, l�-se na nota da legenda.
Bart� abre fogo contra o partido
Procurado pelo Estado de Minas para comentar a posi��o de seu partido, Bart� contou n�o ter sido procurado pela dire��o da sigla para tratar do caso.
“Causa-me estranheza um partido que se diz prezar pelo Estado Democr�tico de Direito sequer ouvir o outro lado antes de fazer julgamentos, inclusive, baseados em not�cias midi�ticas”, diz, em nota enviada por meio de sua assessoria.
Bart� afirmou, ainda, que o Novo tem se aproximado de for�as de esquerda, como Ciro Gomes (PDT), que disputou a elei��o presidencial de 2018.
"Por�m, infelizmente, isso n�o me surpreende j� que o Novo, cada vez mais, se aproxima da esquerda e persegue quem � da direita. Exemplo � o caso da aproxima��o do Amoedo com o Ciro e nada � feito”, argumentou, mencionando Jo�o Amo�do, ex-presidente nacional do Novo e representante da agremia��o na �ltima corrida rumo ao Pal�cio do Planalto.
V�deo mostra a��o; deputado se justificou a colegas
Nessa quarta-feira (5/5), o EM publicou v�deo que mostra parte da a��o policial na residou ncia de Filipe. Ele � orientado por um dos policiais a deixar o celular com um de seus colegas de apartamento. Depois de aceitar acompanhar os agentes, deixa o apartamento.
Na sa�da para o elevador, sua namorada, Andreza Francis, pergunta para qual delegacia o rapaz seria levado. Ela n�o obt�m resposta dos policiais, que s� informam o endere�o ap�s pedido de Bart�.
A repercuss�o do caso fez o pol�tico pedir a palavra na ter�a-feira(4), durante reuni�o plen�ria da Assembleia Legislativa, para se defender. Ele alegou n�o ter se identificado como deputado durante o imbr�glio. O parlamentar garantiu que n�o afirmou que Filipe foi o respons�vel por atirar ovos em manifestantes.
Segundo Bart�, o analista de sistemas foi levado sob cust�dia por desacato. Aos colegas, ele justificou que o analista de sistemas, quando passou a falar com a advogada, ignorou ordens dadas por policiais. “N�o houve, por hora alguma, abuso de autoridade por parte deste deputado”, se defendeu, alegando ter subido ao andar de Filipe para “assessorar” uma testemunha do suposto ataque de ovos.
“Repudio todo e qualquer ato de agress�o, sendo dever do cidad�o evitar que esse tipo de a��o seja praticada por qualquer pessoa, independente de sua ideologia.”, deputado estadual Bart�”, refor�ou, na nota enviada nesta quinta.
Bart� � deputado em primeiro mandato. Em 2018, obteve 31.991 votos. O partido Novo tem mais duas cadeiras no Parlamento mineiro.
Deputados querem explica��es da corregedoria
Na segunda, 12 deputados estaduais de PT, PCdoB, Rede Sustentabilidade, Psol e PSB oficializaram a inten��o de pedir � corregedoria da PMMG que forne�a explica��es sobre a pris�o. O grupo encaminhou of�cio � Comiss�o de Direitos Humanos da Assembleia com o pedido. Se houver aval do colegiado, a solicita��o ser� enviada � corpora��o.
A Comiss�o de Direitos Humanos da C�mara dos Deputados tamb�m oficializou a inten��o de discutir o tema. O grupo vai promover audi�ncia p�blica. A ideia �, inclusive, ouvir o policial respons�vel pela autua��o.
Nesta quinta, a Pol�cia Militar de Minas Gerais (PMMG) informou, por meio do Comando de Policiamento da Capital, que instaurou procedimento administrativo para apurar as circunst�ncias que geraram a pris�o.