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Estado de Minas CPI DA COVID

Randolfe depois de Heinze defender ivermectina na CPI: 'Rem�dio para gado?'

Senador Luis Carlos Heinze � a favor da cloroquina e do tratamento precoce. Rem�dios n�o tem comprova��o cientifica contra a COVID-19


01/09/2021 14:27 - atualizado 01/09/2021 14:53

Senadores Randolfe e Heinze durante sessão da CPI da COVID(foto: Pedro França/Agência Senado )
Senadores Randolfe e Heinze durante sess�o da CPI da COVID (foto: Pedro Fran�a/Ag�ncia Senado )
Em mais uma tentativa de defender o uso de rem�dios sem efic�cia cientificamente comprovada contra a COVID-19, o senador governista Luis Carlos Heinze (PP-RS) usou a palavra na Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) da COVID, desta quarta-feira (1/9), para propagandear estudos falsos sobre o uso de ivermectina. Desta vez, o governista foi interrompido pelo vice-presidente da comiss�o, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). "Rem�dio para gado?", perguntou Randolfe.
 
Heinze � um dos nomes governistas mais alinhados com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na CPI. A favor da cloroquina e do tratamento precoce, o senador j� protagonizou algumas discuss�es sobre o assunto.
 
Em quase todas as sess�es da CPI da COVID no Senado, quando o senador tem a palavra, ele cita termos como Didier Raoult (chamado nas redes de DJ Raul), o munic�pio de Rancho Queimado, Big Pharma, entre outros. 

Durante os questionamentos desta quarta-feira, Heinze voltou a defender os medicamentos. O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), precisou interromper sua fala e cobrar a quest�o de tempo.

“Quando outros falam pode ficar uma hora, n�? Porque quando eu falo de assuntos s�rios, que essa CPI deveria debru�ar… n�o � pol�tico! N�o � pol�tico! N�o � elei��o. Eu trato desse assunto s�rio, que eu acho, que a CPI deveria se debru�ar”, disse Heinze ao ser repreendido. 

Em seguida, Randolfe interrompeu o governista. “A cloroquina � muito s�ria”, disse em tom de ironia. “� muito seria sim”, respondeu Heinze.

O governista acusou Randolfe de propagar fakenews. “Cloroquina e Ivermectina? FDA j� falou que � para gado, mas tudo bem”, respondeu Randolfe. “Eles usam no seu estado”, responde Heinze. “No meu estado o povo n�o � gado”, rebateu Randolfe.
 
 
 
O tratamento precoce e o uso de cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina em casos de COVID n�o t�m comprova��o cient�fica. O �nico tratamento eficaz contra o v�rus do coronav�rus � a vacina��o em massa.
 
� necess�rio que a popula��o entenda que questionar a efici�ncia da vacina � um debate infundado e contribui para a desinforma��o, como avaliam especialistas consultados pelo Estado de Minas. 
 

O dia da CPI

 
motoboy da VTCLog Ivanildo Gon�alves, suspeito de ter feito saques milion�rios pela empresa, dep�e nesta quarta-feira (1º/9) � Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) da COVID, no Senado. Hoje, a sess�o estava prevista para ouvir o suposto s�cio oculto da FIB Bank, Marcos Tolentino, por�m, segundo os senadores, ele est� internado no Hospital S�rio-Liban�s, em S�o Paulo, ap�s sentir um mal-estar.
 
Para os parlamentares, a VTCLog pode ser uma pe�a em suposto esquema de corrup��o e pagamento de propina a agentes p�blicos e pol�ticos.  
 
O depoimento do motoboy estava marcado para essa ter�a-feira (30/8), mas foi cancelado ap�s o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Nunes Marques garantir o direito dele de n�o comparecer.

Conforme o requerimento de convoca��o de autoria do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Ivanildo � um “aparente intermedi�rio em esquemas duvidosos da empresa VTCLog”.

Os membros da CPI apontam poss�veis irregularidades na contrata��o da empresa pelo Minist�rio da Sa�de. Uma das suspeitas � um contrato em que o ex-diretor da pasta Roberto Ferreira Dias tenha aceitado pagar 18 vezes o valor que havia sido recomendado pelos t�cnicos. O Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) tamb�m analisa a negocia��o.

O que � uma CPI?

As comiss�es parlamentares de inqu�rito (CPIs) s�o instrumentos usados por integrantes do Poder Legislativo (vereadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores) para investigar fato determinado de grande relev�ncia ligado � vida econ�mica, social ou legal do pa�s, de um estado ou de um munic�pio. Embora tenham poderes de Justi�a e uma s�rie de prerrogativas, comit�s do tipo n�o podem estabelecer condena��es a pessoas.

Para ser instalado no Senado Federal, uma CPI precisa do aval de, ao menos, 27 senadores; um ter�o dos 81 parlamentares. Na C�mara dos Deputados, tamb�m � preciso aval de ao menos uma terceira parte dos componentes (171 deputados).

H� a possibilidade de criar comiss�es parlamentares mistas de inqu�rito (CPMIs), compostas por senadores e deputados. Nesses casos, � preciso obter assinaturas de um ter�o dos integrantes das duas casas legislativas que comp�em o Congresso Nacional.

O que a CPI da COVID investiga?


O presidente do colegiado � Omar Aziz (PSD-AM). O alagoano Renan Calheiros (MDB) � o relator. O prazo inicial de trabalho s�o 90 dias, podendo esse per�odo ser prorrogado por mais 90 dias.



Saiba como funciona uma CPI

Ap�s a coleta de assinaturas, o pedido de CPI � apresentado ao presidente da respectiva casa Legislativa. O grupo � oficialmente criado ap�s a leitura em sess�o plen�ria do requerimento que justifica a abertura de inqu�rito. Os integrantes da comiss�o s�o definidos levando em considera��o a proporcionalidade partid�ria — as legendas ou blocos parlamentares com mais representantes arrebatam mais assentos. As lideran�as de cada agremia��o s�o respons�veis por indicar os componentes.

Na primeira reuni�o do colegiado, os componentes elegem presidente e vice. Cabe ao presidente a tarefa de escolher o relator da CPI. O ocupante do posto � respons�vel por conduzir as investiga��es e apresentar o cronograma de trabalho. Ele precisa escrever o relat�rio final do inqu�rito, contendo as conclus�es obtidas ao longo dos trabalhos. 

Em determinados casos, o texto pode ter recomenda��es para evitar que as ilicitudes apuradas n�o voltem a ocorrer, como projetos de lei. O documento deve ser encaminhado a �rg�os como o Minist�rio P�blico e a Advocacia-Geral da Uni�o (AGE), na esfera federal.

Conforme as investiga��es avan�am, o relator come�a a aprimorar a linha de investiga��o a ser seguida. No Congresso, sub-relatores podem ser designados para agilizar o processo.

As CPIs precisam terminar em prazo pr�-fixado, embora possam ser prorrogadas por mais um per�odo, se houver aval de parte dos parlamentares

O que a CPI pode fazer?

  • chamar testemunhas para oitivas, com o compromisso de dizer a verdade
  • convocar suspeitos para prestar depoimentos (h� direito ao sil�ncio)
  • executar pris�es em caso de flagrante
  • solicitar documentos e informa��es a �rg�os ligados � administra��o p�blica
  • convocar autoridades, como ministros de Estado — ou secret�rios, no caso de CPIs estaduais — para depor
  • ir a qualquer ponto do pa�s — ou do estado, no caso de CPIs criadas por assembleias legislativas — para audi�ncias e dilig�ncias
  • quebrar sigilos fiscais, banc�rios e de dados se houver fundamenta��o
  • solicitar a colabora��o de servidores de outros poderes
  • elaborar relat�rio final contendo conclus�es obtidas pela investiga��o e recomenda��es para evitar novas ocorr�ncias como a apurada
  • pedir buscas e apreens�es (exceto a domic�lios)
  • solicitar o indiciamento de envolvidos nos casos apurados

O que a CPI n�o pode fazer?

Embora tenham poderes de Justi�a, as CPIs n�o podem:

  • julgar ou punir investigados
  • autorizar grampos telef�nicos
  • solicitar pris�es preventivas ou outras medidas cautelares
  • declarar a indisponibilidade de bens
  • autorizar buscas e apreens�es em domic�lios
  • impedir que advogados de depoentes compare�am �s oitivas e acessem
  • documentos relativos � CPI
  • determinar a apreens�o de passaportes

A hist�ria das CPIs no Brasil

A primeira Constitui��o Federal a prever a possibilidade de CPI foi editada em 1934, mas dava tal prerrogativa apenas � C�mara dos Deputados. Treze anos depois, o Senado tamb�m passou a poder instaurar investiga��es. Em 1967, as CPMIs passaram a ser previstas.

Segundo a C�mara dos Deputados, a primeira CPI instalada pelo Legislativo federal brasileiro come�ou a funcionar em 1935, para investigar as condi��es de vida dos trabalhadores do campo e das cidades. No Senado, comit� similar foi criado em 1952, quando a preocupa��o era a situa��o da ind�stria de com�rcio e cimento.

As CPIs ganharam estofo e passaram a ser recorrentes a partir de 1988, quando nova Constitui��o foi redigida. O texto m�ximo da na��o passou a atribuir poderes de Justi�a a grupos investigativos formados por parlamentares.

CPIs famosas no Brasil

1975: CPI do Mobral (Senado) - investigar a atua��o do sistema de alfabetiza��o adotado pelo governo militar

1992: CPMI do Esquema PC Farias - culminou no impeachment de Fernando Collor

1993: CPI dos An�es do Or�amento (C�mara) - apurou desvios do Or�amento da Uni�o

2000: CPIs do Futebol - (Senado e C�mara, separadamente) - rela��es entre CBF, clubes e patrocinadores

2001: CPI do Pre�o do Leite (Assembleia de MG e outros Legislativos estaduais, separadamente) - apurar os valores cobrados pelo produto e as diretrizes para a formula��o dos valores

2005: CPMI dos Correios - investigar den�ncias de corrup��o na empresa estatal

2005: CPMI do Mensal�o - apurar poss�veis vantagens recebidas por parlamentares para votar a favor de projetos do governo

2006: CPI dos Bingos (C�mara) - apurar o uso de casas de jogo do bicho para crimes como lavagem de dinheiro

2006: CPI dos Sanguessugas (C�mara) - apurou poss�vel desvio de verbas destinadas � Sa�de

2015: CPI da Petrobras (Senado) - apurar poss�vel corrup��o na estatal de petr�leo

2015: Nova CPI do Futebol (Senado) - Investigar a CBF e o comit� organizador da Copa do Mundo de 2014

2019: CPMI das Fake News - dissemina��o de not�cias falsas na disputa eleitoral de 2018

2019: CPI de Brumadinho (Assembleia de MG) - apurar as responsabilidades pelo rompimento da barragem do C�rrego do Feij�o

  
 


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