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Estado de Minas MUDAN�A

Governo encerra Bolsa Fam�lia ap�s 18 anos de atua��o

Programa de redistribui��o de renda contemplava cerca de 14,6 milh�es de fam�lias no pa�s


30/10/2021 10:44 - atualizado 30/10/2021 11:02

Cartão do Bolsa Família
Extin��o do Bolsa Fam�lia atinge quase um quarto da popula��o brasileira (foto: Jefferson Rudy/Ag�ncia Senado)
Nascido de uma jun��o de v�rios programas sociais gestados no governo Fernando Henrique Cardoso, o Bolsa Fam�lia foi, durante 18 anos, um dos principais meios de transfer�ncia de renda do mundo e atualmente contempla cerca de 14,6 milh�es de fam�lias em todo o Brasil. O programa teve seu �ltimo pagamento realizado nesta sexta-feira (29/10) e, agora, ser� substitu�do pelo Aux�lio Brasil, lan�ado pelo governo Bolsonaro.

Segundo Cristiano Noronha, cientista pol�tico e s�cio da Arko Advice, a mudan�a de nome proposta por Bolsonaro visa descolar a imagem do ex-presidente Lula (PT) do principal programa social do pa�s e colocar a do atual chefe do Executivo. “O presidente tenta fortalecer o programa a partir de um benef�cio ainda maior e, com isso, criar uma marca social. Os benefici�rios desse programa s�o majoritariamente as pessoas do Norte e do Nordeste, e � justamente as duas regi�es onde Lula tem maior vantagem sobre Bolsonaro, de acordo com as pesquisas de opini�o”, ressaltou.

O Bolsa Fam�lia acabou associado ao governo Lula porque foi em 2003, no primeiro ano da gest�o petista, que o Executivo decidiu utilizar o Cadastro �nico para unir os benef�cios existentes. Entre as principais contrapartidas mantidas de outros programas estava a frequ�ncia escolar das crian�as da fam�lia e a necessidade de acompanhamento de sa�de de meninos e meninas, que precisavam estar vacinados, e de gestantes.

Essa, segundo especialistas, � uma das caracter�sticas fundamentais para explicar o sucesso do programa. � o que destaca o soci�logo Lejeune Mirhan. “� o maior programa de transfer�ncia de renda do mundo. Ele atinge quase um quarto da popula��o brasileira, em torno de 50 milh�es de pessoas, e � um programa premiad�ssimo no mundo inteiro”, disse. “Muitos pa�ses se espelham no Bolsa Fam�lia para implantarem programas semelhantes”, acrescentou ele, que considera o Aux�lio Brasil um programa “circunstancial”.

Roberto Piscitelli, economista da Universidade de Bras�lia e especialista em finan�as p�blicas, tamb�m frisou que o Bolsa Fam�lia foi um dos principais programas do g�nero do mundo e permitiu que o pa�s sa�sse do mapa da mis�ria e avan�asse nos �ndices de educa��o. “Isso j� seria suficiente. Reduziu o n�vel de pobreza e houve uma ascens�o das classes sociais, possibilitando o acesso das classes menos favorecidas a bens dur�veis”, elencou. “O fato de o programa ter estabelecido uma contrapartida foi muito importante para melhorar a educa��o brasileira e dar uma responsabilidade aos pais.”

J� C�sar Bergo, presidente do Conselho de Economia do Distrito Federal (Corecon-DF), afirmou que, ao longo dos anos, o Bolsa Fam�lia atingiu uma certa “maturidade” e evoluiu de diversas formas. Mas, segundo argumentou, com a chegada da pandemia, ficou claro que havia um s�rio problema relacionado ao mapeamento de pessoas na pobreza no pa�s.

“O que a gente viu com o aux�lio emergencial em 2020 foi que havia uma precariedade com rela��o ao cadastro. Com tanto tempo que o Bolsa Fam�lia estava funcionando, esperava-se que o governo j� tivesse um mapeamento dessas pessoas”, observou. No entanto, Bergo apontou que, com o Bolsa Fam�lia, as condi��es para pessoas de baixa renda melhoraram, o que permitiu que muitos pudessem se concentrar na busca por emprego enquanto tinham sua alimenta��o garantida.


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