
A situa��o foi alvo de cr�ticas do deputado estadual S�vio Souza Cruz (MDB), relator da CPI da Cemig.
"J� tinha visto que ganhou e n�o levou, mas perdeu e levou foi inaugurado pela AeC no contrato com a Cemig, agora com intermedia��o da IBM, que se prestou ao papel de ser guarda-chuva de terceiriza��o onde pode se pendurar qualquer coisa", disse ele.
O imbr�glio gerou a insatisfa��o da Audac, que acionou a Justi�a em busca de ressarcimento financeiro. "Ela (a Audac) simplesmente recebeu a not�cia: 'licitamos, assinamos o contrato, mas n�o queremos mais'", criticou S�vio.
Al�m de Noronha Luz, a AeC foi fundada por C�ssio Azevedo, que comp�s o secretariado do governador Romeu Zema (Novo). Ele morreu neste ano, em virtude de um c�ncer. O depoente desta segunda-feira defendeu a sua empresa e afirmou que o acordo para controlar o call center foi firmado junto � IBM, sem qualquer participa��o da estatal energ�tica.
Segundo Noronha Luz, o conv�nio n�o � totalmente favor�vel � AeC. "O contrato da IBM mata o meu trabalho. O contrato da IBM � o atendimento humano, indo para a robotiza��o. Meu neg�cio � atendimento humano. Tenho 35 mil funcion�rios", falou.
O s�cio da AeC contou, ainda, n�o ter participado de Processo de Manifesta��o de Interesse (PMI) para ter o servi�o telef�nico. Para o sub-relator da CPI, Professor Cleiton (PSB), a declara��o d� ind�cios de direcionamento.
"Ele esclareceu que n�o houve publicidade. Se n�o houve publicidade, consequentemente h� um contrato totalmente direcionado � IBM".
Os parlamentares se programaram para interrogar, hoje, dois dos sete executivos da AeC chamados para testemunhar. A empresa, no entanto, entrou em contato pedindo para que a programa��o fosse mudada. A ideia de enviar Noronha Luz passava por disponibilizar, aos deputados, algu�m com real capacidade de prestar informa��es sobre o conv�nio.
Em nota enviada ao Estado de Minas, a Cemig refor�ou que n�o tem v�nculo direto com a AeC. Segundo a companhia, a assinatura de contrato de amplo escopo de tecnologia com a IBM vai proporcionar economia de R$ 500 milh�es em dez anos. A IBM, por sua vez, garantiu operar "em ader�ncia �s leis brasileiras" e assegurou coopera��o com as investiga��es feitas por "autoridades locais".
Doa��es ao Novo s�o questionadas
S�vio Souza Cruz questionou Ant�nio Noronha Luz sobre doa��es eleitorais feitas por ele em 2018. Ele enviou R$ 50 mil � dire��o do Partido Novo e outros R$ 5 mil � campanha de Zema ao Pal�cio Tiradentes. C�ssio Azevedo fez dep�sitos nas mesmas cifras.
O governista Z� Guilherme (PP) defendeu a AeC e minimizou as doa��es. "Ele doou para o PSDB, para o PT e para todos os partidos que ganharam o governo de Minas".
Nos dados disponibilizados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre as doa��es feitas por Noronha Luz e C�ssio Azevedo no pleito de tr�s anos atr�s, h� repasses direcionados a outros candidatos.
Citado recorrentemente por deputados nesta segunda, o Novo foi acionado por meio de seu diret�rio estadual. A representa��o da legenda optou por n�o comentar o tema neste momento.
O que diz a Cemig sobre as rela��es com AeC e IBM:
A Cemig esclarece que n�o possui contrato com a AeC. Isso ocorreu at� fevereiro deste ano, quando 14 fornecedores distintos ainda prestavam servi�os de atendimento ao cliente � Cemig e cuidavam de diferentes canais (call center, Whatsapp, site, ag�ncias f�sicas, totens e etc.).A AeC era respons�vel apenas pelo call center.
Atualmente, o atendimento na Cemig � feito por meio do Projeto Cliente , que tem como escopo a integra��o de todos os canais de atendimento em uma �nica plataforma (omnichannel), com o uso de intelig�ncia artificial para um atendimento r�pido e f�cil.A IBM � a parceira estrat�gica da Cemig nesse projeto.
O Projeto Cliente remunera por resolu��o no atendimento, n�o por tempo de atendimento. Isso beneficia os clientes e reduz custos. Na parceria com a IBM, � prevista uma economia de cerca de R$ 500 milh�es em 10 anos. O programa estar� completamente implantado em breve.