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Estado de Minas ELEI��ES

Bolsonaro retoma discurso mais radical para agradar eleitor fiel

De olho no 2� turno, presidente volta a adotar falas mais radicais, em aceno ao eleitorado conservador. Analistas apontam acerto na estrat�gia


24/01/2022 04:00 - atualizado 24/01/2022 07:05

O presidente Jair Bolsonaro em live
Em suas lives semanais, o presidente Jair Bolsonaro retomou as cr�ticas e acusa��es �s supostas irregularidades nas urnas e refor�ou a sua postura contr�ria �s vacinas contra a COVID-19 (foto: Facebook/Reprodu��o - 28/10/21)
O presidente Jair Bolsonaro (PL) abandonou a aparente pacifica��o e retomou a sua roupagem radical costumeira. Durante a semana, o presidente voltou ao discurso radical em aceno ao eleitorado fiel na tentativa de garantir um lugar no segundo turno no pleito eleitoral ao Pal�cio do Planalto. O grupo varia entre 15% e 20% do total de votos e, segundo especialistas, podem lev�-lo ao objetivo. Ao mesmo tempo, d� muni��o � oposi��o, aumentando ainda a rejei��o na popula��o em geral.

Na �ltima sexta, o presidente iniciou o p�riplo de viagens pelo pa�s. No Amap�, o chefe do Executivo subiu o tom ao voltar a acusar, sem provas, fraude nas elei��es presidenciais de 2018. Em julho do ano passado, Bolsonaro promoveu uma live na qual prometeu apresentar as provas de que as elei��es de 2018 foram fraudadas. Contudo, durante o evento, ele comentou que “n�o tinha como se comprovar”.

A fala coincide com os ataques feitos no come�o da semana aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Lu�s Roberto Barroso e Alexandre de Moraes em rela��o a decis�es relacionadas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Quem os dois pensam que s�o?”, questionou. Barroso � o atual presidente da Corte eleitoral e Moraes assumir� o �rg�o nas elei��es deste ano. “Os dois, n�s sabemos, s�o defensores do Lula, p�. Querem o Lula presidente”, alegou.

No ano passado, o presidente criticou reiteradas vezes o sistema de urnas eletr�nicas e o �pice da crise com o Supremo ocorreu no dia 7 de setembro, quando amea�ou n�o cumprir decis�es de Moraes. Bolsonaro divulgou uma nota dizendo que as declara��es ocorreram "no calor do momento".

O l�der do Planalto tamb�m tem investido em uma nova leva de entrevistas a r�dios e emissoras menores em uma nova empreitada contra a vacina��o de crian�as de 5 a 11 anos e embates p�blicos com a Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa), mesmo diante da terceira onda da COVID no pa�s.  Na quarta-feira, sugeriu que a variante �micron � at� ‘bem-vinda’. Com letalidade menor, mas com capacidade de dissemina��o maior, o v�rus pode sobrecarregar o sistema de sa�de. O presidente ainda enfrenta a possibilidade de instaura��o de uma nova CPI da COVID-19.

“Sempre tive uma bandeira muito forte em defesa da fam�lia, dos costumes, das crian�as em sala de aula, contra a ideologia de g�nero, favor�vel ao armamento. Essas quest�es todas me levaram a ser conhecido perante o eleitor”, emendou em declara��o a um site de direita.

CHANCES


O cientista pol�tico Cristiano Noronha, da Arko Advice, ressalta que apesar de o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva aparecer como favorito nas pesquisas, Bolsonaro tem chance. Ele aponta medidas populistas como o pagamento do Aux�lio Brasil e o perd�o de d�vidas do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) de at� 92% como a��es que podem ajudar a reverter, ao menos momentaneamente, a baixa popularidade.

“A partir do dia 18 come�a a ser pago o Aux�lio Brasil no valor de R$ 400, por exemplo. E isso pode ter impacto na popularidade e aumentar os �ndices de inten��o de votos. Apesar de ter um ambiente hostil com infla��o alta, crescimento pequeno da economia, desemprego elevado, ele mant�m eleitorado fiel em torno de 25% das inten��es de voto”, observa.

“Havendo melhora no quadro geral da economia e esses tipos de a��es espec�ficas incluindo ainda que o governo pode acabar com a bandeira de escassez h�drica em abril, o que pode reduzir o pre�o da energia el�trica, existem fatores que tendem a ajudar o presidente nessa disputa”. Ao mesmo tempo, lembra, o ex-presidente Lula surfa em um ambiente favor�vel enquanto o governo sofre de problemas incluindo a nova onda de pandemia. “Ainda tem muita �gua para rolar, mas Bolsonaro tem chances. Tem muito ch�o at� outubro”, acrescentou.

Paulo Ba�a, cientista pol�tico e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), avalia que as �ltimas pesquisas de inten��es de voto v�o confirmando um retrato ainda pr�vio das elei��es, embora o ex-presidente Lula lidere as prefer�ncias. Isso porque, conforme Ba�a, o petista est� bem protegido e n�o h� ataques contra ele, o que o coloca, portanto, em um n�vel de aceita��o elevado.

O especialista destaca que as falas � sua bolha interna podem lev�-lo ao segundo turno. “Bolsonaro, apesar de todo o desgaste, da impopularidade e do aumento da rejei��o, mant�m uma fidelidade do seu eleitor na faixa de 15% a 20% dos votos v�lidos, o que assegura uma posi��o do mandat�rio no segundo turno das elei��es”, avaliou.

Nesse sentido, diz, o discurso pol�tico radical e negacionista de Bolsonaro, sobretudo em rela��o � pandemia, � uma estrat�gia muito inteligente de fidelizar os seus eleitores. “Embora seja considerado absurdo, o movimento antivacina � grande, e at� muito maior do que as pessoas pensam, pois existem milh�es de brasileiros n�o adeptos a Bolsonaro e que s�o contra a vacina��o. Portanto, esse eleitor pode se fidelizar ao presidente”, afirmou.

De acordo com Ba�a, o discurso do chefe do Executivo � voltado para manter a prefer�ncia de um eleitor fiel, “que n�o deixar� de votar nele em hip�tese alguma”. “Ent�o, Bolsonaro quer assegurar uma fatia do eleitorado que representa de 15% a 20% das inten��es dos votos. E � nesse p�blico que o discurso bolsonarista encontra eco”, frisou.



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