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Estado de Minas PODER

Para manter eleitorado, Bolsonaro enfatiza discurso extremista

No af� de agradar o p�blico que se mant�m fiel ao governo, Bolsonaro tem reeditado discursos extremistas e negacionistas


24/01/2022 14:14

Bolsonaro acena para apoiadores
Presidente Jair Bolsonaro e apoiadores (foto: Clauber Cleber Caetano/PR)
Com o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) na lideran�a das pesquisas de inten��o de voto para as elei��es deste ano e as crises econ�mica e sanit�ria a assombrarem o pa�s, o presidente Jair Bolsonaro — em franca queda de popularidade — busca se agarrar aos eleitores mais conservadores e radicais em nome da recondu��o ao Pal�cio do Planalto.

No af� de agradar o p�blico que se mant�m fiel ao governo, Bolsonaro tem reeditado discursos extremistas e negacionistas, a arma que lhe resta para tentar avan�ar ao segundo turno. At� porque, tem perdido apoio de representantes da chamada ala ideol�gica, como os ex-ministros Abraham Weintraub (Educa��o) e Ernesto Ara�jo (Rela��es Exteriores), os mais recentes desafetos do chefe do Executivo. Esses integrantes do bolsonarismo-raiz repudiam a alian�a que o presidente fez com o Centr�o, aderindo ao toma l�, d� c� para sobreviver politicamente, j� que � alvo de investiga��es e de uma s�rie de pedidos de impeachment. Os dissidentes tamb�m reclamam de ter sido trocados por membros do grupo pol�tico.

Para deleite dos apoiadores mais radicais, Bolsonaro voltou a atacar, neste m�s, os ministros Lu�s Roberto Barroso e Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). "Quem os dois pensam que s�o?", disparou. "Os dois, n�s sabemos, s�o defensores do Lula. Querem Lula presidente." Barroso � presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e Moraes passar� a comandar a Corte no pleito de outubro. No ano passado, o presidente criticou reiteradas vezes o sistema de urnas eletr�nicas, colocando em d�vida a lisura das elei��es.

A vacina��o contra a covid-19 tamb�m est� entre os alvos de Bolsonaro. Mais recentemente, a imuniza��o de crian�as. Ele tem feito de tudo para demover os pais ou respons�veis a levarem as crian�as para se vacinar. Disse, inclusive, que a filha, Laura, de 11 anos, n�o receber� as doses. Ele comprou briga, inclusive, com a Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa), por ter autorizado imunizantes para o p�blico de 5 a 11 anos. Amea�ou at� revelar o nome dos t�cnicos que liberaram os f�rmacos. Desde ent�o, integrantes do �rg�o t�m sido jurados de morte. A postura do presidente vai ao encontro de grupos antivacina.

O l�der do Planalto tamb�m tem investido em uma nova leva de entrevistas a r�dios e emissoras apoiadores do governo. "Sempre tive uma bandeira muito forte em defesa da fam�lia, dos costumes, das crian�as em sala de aula, contra a ideologia de g�nero, favor�vel ao armamento. Essas quest�es todas me levaram a ser conhecido perante o eleitor", declarou a um site de direita.


Fidelidade

Paulo Ba�a, cientista pol�tico e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), avalia que as declara��es do chefe do Executivo direcionadas � sua bolha podem lev�-lo ao segundo turno. "Apesar de todo o desgaste, da impopularidade e do aumento da rejei��o, Bolsonaro mant�m uma fidelidade do seu eleitor na faixa de 15% a 20% dos votos v�lidos, o que assegura uma posi��o dele na fase seguinte do pleito", destaca.

Nesse sentido — enfatiza o especialista —, o discurso radical e negacionista, sobretudo em rela��o � pandemia, � uma estrat�gia muito inteligente do presidente para manter apoio. "Embora seja considerado absurdo, o movimento antivacina � grande, muito maior do que as pessoas pensam, pois existem milh�es de brasileiros n�o adeptos a Bolsonaro e que s�o contra a vacina��o. Portanto, esse eleitor pode se fidelizar ao presidente", diz.

O cientista pol�tico Cristiano Noronha, da Arko Advice, aponta medidas populistas como o pagamento do Aux�lio Brasil e o perd�o de d�vidas do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) de at� 92% como iniciativas positivas para Bolsonaro. "Isso pode ter impacto na popularidade e aumentar os �ndices de inten��o de votos. Apesar de haver um ambiente hostil, com infla��o alta, crescimento pequeno da economia, desemprego elevado, ele mant�m eleitorado fiel em torno de 25% das inten��es de voto", observa. "Havendo melhora no quadro geral da economia e esses tipos de a��es espec�ficas, incluindo, ainda, que o governo deve acabar com a bandeira de escassez h�drica em abril, o que pode reduzir o pre�o da energia el�trica, existem fatores que tendem a ajudar o presidente nessa disputa."

*Estagi�rio sob a supervis�o de Cida Barbosa


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