
Apesar dos movimentos, interlocutores do PT ouvidos pelo Estado de Minas acreditam que a conjuntura pol�tica pode acabar "empurrando" Kalil para uma posi��o mais pr�xima a Luiz In�cio Lula da Silva, que deve tentar retornar � presid�ncia da Rep�blica. A hipot�tica uni�o ao PSD, por�m, precisar� estar calcada em derrotar Romeu Zema (Novo) no plano estadual e, nacionalmente, bater Jair Bolsonaro (PL).
A ideia de lan�ar Sucupira para a corrida ao Pal�cio Tiradentes surgiu em conversas da milit�ncia petista no Mucuri, mas ganhou simpatizantes em outras partes do estado, como na Zona da Mata. O prefeito de Te�filo Otoni cr� que, para o PT, o cen�rio mais vi�vel tem uma candidatura pr�pria ao governo.
"O partido, historicamente, sempre teve candidato em Minas Gerais. Por que agora, com Lula candidato a presidente e quadros importantes do partido em Minas se colocando � disposi��o, n�o ter�amos um candidato pr�prio?", diz, ao EM.
No PT, a avalia��o � que a legenda precisa levar, a qualquer mesa de negocia��o com outros partidos, nomes que podem compor chapas eleitorais. Prova disso � que o deputado federal Reginaldo Lopes � bem avaliado para disputar o Senado Federal.
"O cen�rio pol�tico vai se dando de acordo com a constru��o das candidaturas. Voc� n�o consegue discutir alian�as se n�o tiver nomes para apresentar dentro das possibilidades de costuras", defende Sucupira.
Prefeito de Betim entre 1997 e 2000 e deputado estadual alguns anos depois, J�sus Lima acredita que o cen�rio pol�tico � prop�cio � apresenta��o de projetos progressistas. "A gente acha importante ter uma candidatura pr�pria do PT, de esquerda, para enfrentar esse conjunto de candidatura de direita, bolsonaristas, que h� no estado", observa, citando como exemplo a recente vit�ria de Gabriel Boric no Chile.
Romeu Zema tem recebido afagos de Bolsonaro. Recentemente, ele chegou a afirmar que o governador "dever� ser reeleito" com tranquilidade. Carlos Viana (MDB), outro pr�-candidato, � vice-l�der do Planalto no Senado.

Prioridade a Lula � consenso
Se h� um consenso no PT, � a ideia de que a agremia��o precisa ter como prioridade a terceira vit�ria de Lula na elei��o presidencial. "Todos os movimentos necess�rios para que isso aconte�a, dentro da constru��o necess�ria, vamos fazer. O que n�o significa dizer que o melhor caminho seja de coliga��o neste momento", pontua Sucupira, vice-presidente da Frente Mineira de Prefeitos (FMP), entidade comandada, justamente, por Kalil.
Embora haja a defesa pela forma��o de uma frente suprapartid�ria para impulsionar Lula, J�sus Lima tem opini�o um tanto quanto diferente. "O maior palanque que Lula tem em Minas � o maior partido de Minas Gerais: o PT, que est� organizado em todo o estado".
Ele sustenta a opini�o de que o partido pode, por exemplo, construir um "acordo de cavalheiros" com Kalil para que haja acordo por apoio a quem, entre o candidato petista e o prefeito de BH, for ao segundo turno.
Internamente, a avalia��o de petistas � que a pr�-candidatura de Sucupira tem mais chances de se concretizar em rela��o � tentativa de J�sus.
No domingo, em entrevista ao EM, o deputado federal Odair Cunha (PT-MG) afirmou que o partido n�o deve descartar a op��o de se juntar a Kalil - desde que para vencer Zema e Bolsonaro. "O que vai orientar a nossa decis�o �, exatamente, a melhor estrat�gia para implementarmos e retomarmos um projeto democr�tico e popular no Brasil e em Minas", garantiu.
"A poss�vel candidatura do prefeito de BH re�ne condi��es de fazer o enfrentamento � candidatura de Zema. Obviamente, o PT tem hist�ria, presen�a e nomes para contribuir na chapa. Vamos apresentar os nomes que o partido tem na hora em que esse debate for aberto. Mas tudo deve girar em torno da premissa de livrar o Brasil de Bolsonaro e Minas de Zema", acrescentou o parlamentar.
Hist�rico de candidaturas pr�prias
Desde que foi fundado, o PT s� n�o apresentou candidato ao governo nos pleitos disputados em Minas em 2010, quando Patrus Ananias foi o vice da chapa liderada por H�lio Costa (MDB).
A primeira escolhida foi Sandra Starling, em 1982. Depois, o partido apostou em nomes como Virg�lio Guimar�es (1990) e Nilm�rio Miranda (2002 e 2006). Em 2014, Fernando Pimentel venceu, mas n�o conseguiu se reeleger quatro anos depois.