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Estado de Minas INTOLERANCIA

Narrativa nazista contamina discurso pol�tico no pa�s

Desde 2018, crescimento da extrema direita e do conservadorismo potencializou a narrativa antissemitista e o surgimento de novos grupos neonazistas no pa�s


13/02/2022 09:06

Kim Kataguiri e Monark
(foto: Reprodu��o Youtube/C�mara dos Deputados)
Na �ltima semana, a internet se deparou com influenciadores digitais famosos colaborando com ideias antissemitas disfar�adas de liberdade de express�o. O tema movimentou a pauta pol�tica e mobilizou as redes sociais. O Correio ouviu especialistas e parlamentares para desmistificar o assunto e o que pode acontecer com quem colabora com esse tipo de pensamento.

Na segunda-feira (7), o ex-apresentador do Flow Podcast, Bruno Monteiro Aiub, conhecido como Monark, defendeu que n�o h� nada de errado em perseguir judeus. "Eu acho que tinha que ter o partido nazista reconhecido por lei. [...] A quest�o �: se o cara quiser ser um antijudeu, eu acho que ele tinha o direito de ser." Na ocasi�o, o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP) tamb�m criticou a criminaliza��o de ideologia nazista na Alemanha. Na ter�a (8), o comentarista pol�tico Adrilles Jorge encerrou sua participa��o no programa Opini�o com um gesto associado a uma sauda��o nazista. Ambos influenciadores foram desligados dos canais.

Outro epis�dio foi reportado � delegacia regional de Pol�cia Civil de Divin�polis (MG), na quinta (10). Enquanto era realizada a Primeira Confer�ncia Municipal de Promo��o da Igualdade Racial, indiv�duos invadiram o debate e projetaram s�mbolos visuais e textuais nazistas.

As manifesta��es movimentaram a agenda pol�tica. Na quinta, o Senado Federal promoveu sess�o solene para homenagear e relembrar as v�timas do holocausto e realizar a cerim�nia do Yom HaSho�, conhecido como Dia da Lembran�a do Holocausto. Um dia antes, o senador Fabiano Contarato (PT-ES) enviou � casa um PL para criminalizar condutas associadas � promo��o do nazismo e do fascismo. Simone Tebet (MDB-MS) tamb�m protocolou o projeto que pretende suprir a aus�ncia da criminaliza��o ao que se refere ao nazismo, por meio da Lei Antirracismo.

Na justificativa, a parlamentar lembrou que pa�ses como B�lgica, Alemanha, It�lia, Gr�cia e �ustria, entre outros, criminalizaram a nega��o do holocausto. "O mote de tais grupos � propagar e alimentar discursos de �dio relacionados � misoginia ou ao antissemitismo, bem como contra negros ou integrantes do grupo LGBTQIAP , entre outros. Por perceber que h� uma lacuna legal para o tipo espec�fico do crime, com reclus�o de 3 a 6 anos", explicou a senadora.

Procurado pelo Correio, o l�der do PL no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ), repudiou o tema, mas n�o se manifestou sobre as a��es dos colegas. "Meu maior rep�dio e sil�ncio absoluto sobre esse tema. Por respeito aos judeus e �s minorias, o assunto merece toda a minha rejei��o. Que a justi�a trate daqueles que desconhecem a hist�ria", lamentou.


Discurso de �dio

Na avalia��o de especialistas, desde que Jair Bolsonaro (PL) assumiu a Presid�ncia da Rep�blica, cresceu o discurso de �dio no pa�s. Camilo Onoda Caldas, diretor do Instituto Luiz Gama, aponta que o movimento neonazista cresceu 270% nos �ltimos tr�s anos no mundo.

"Esse tema volta � tona nas redes sociais de dois modos. Primeiro, porque existem, sim, pessoas e grupos que apoiam ou simpatizam com esses ideais em maior ou menor grau. Portanto, se aproveitam de epis�dios (como os da semana anterior) para trazer � tona essa ideologia. Segundo, porque algumas pessoas, sob o pretexto de defender uma liberdade de express�o ilimitada, algo que n�o existe em lugar nenhum do mundo, acham que seria justo as pessoas terem o direito de defenderem os ideais nazistas, ou ent�o, acham que seria melhor descriminalizar o nazismo ou os partidos pol�ticos alinhados com essa ideologia", explicou.

A professora do Departamento de Sociologia da Universidade de Bras�lia (UnB) D�bora Messenberg atribui a for�a que o discurso de �dio ganha a um programa orquestrado pela extrema direita, que tenta colocar, "no mesmo plano", nazismo e comunismo. Por�m, ressalta a especialista, a principal diferen�a � que o comunismo n�o propaga a elimina��o de um grupo, por isso se torna "uma distor��o da realidade para confundir. Quem adere � quem n�o tem interesse cr�tico no assunto", concluiu.


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