
Ontem (17/2), os pessolistas mineiros receberam o presidente nacional da sigla, o cientista pol�tico Juliano Medeiros. Ele esteve em Belo Horizonte para discutir as t�ticas eleitorais do partido.
Em entrevista exclusiva ao Estado de Minas, o dirigente explicou porque, neste momento, a chapa pr�pria � a op��o de mais for�a. H� chances de que o nome do pr�-candidato da sigla ao Pal�cio Tiradentes seja definido em cerca de um m�s.
"Sei que os companheiros de Minas teriam toda a disposi��o para debater o processo de unidade das esquerdas, mas lamentavelmente essas esquerdas, neste momento, est�o privilegiando o di�logo com Alexandre Kalil. Neste contexto, reconhecendo que Kalil n�o expressa posi��es que nos contemplam, do ponto de vista program�tico e mesmo de gest�o p�blica, a tend�ncia principal � o PSOL ter candidatura pr�pria", disse.
Paralelamente � cria��o de uma federa��o nacional, um grupo � esquerda, formado por PT, PCdoB, PSB e PV, debate a possibilidade de construir uma frente em Minas Gerais. Embora a alian�a tenha � mesa a hip�tese de lan�ar candidato pr�prio, h� interlocutores que admitem a chance de o grupo tentar atrair Kalil, desde que ele tope ser o palanque do petista Luiz In�cio Lula da Silva.
Embora o PSOL tenha aberto negocia��es para apoiar o nome de Lula j� no 1° turno da elei��o presidencial, Medeiros afirmou que nem mesmo uma coaliz�o em torno de Kalil no estado, sob o prop�sito de eleger o ex-presidente, pode fazer o partido caminhar ao lado do prefeito de BH.
Segundo ele, o PSD n�o est� na lista de partidos que podem ser aliados do PSOL. "No Nordeste, v�rias lideran�as do PSD e do MDB v�o fazer campanha para Lula; nem por isso, o PSOL vai apoi�-las. O pressuposto � fortalecer os partidos e candidatos do campo das esquerdas. N�o � o caso de Kalil e do PSD".
Caravanas e debates
A estrat�gia do PSOL para dar forma �s propostas que pretende apresentar a Minas Gerais passa por caravanas no interior e debates com lideran�as populares. Uma das ideias do advogado Cacau Pereira, presidente regional da sigla, � colocar os impactos da minera��o como um dos pontos centrais das ideias para o estado.
"O melhor para o PSOL, ainda que a gente defenda a necessidade de uma frente de esquerda no estado, � que a gente comece a trabalhar o lan�amento das candidaturas pr�prias. E, no caso da federa��o, as candidaturas da federa��o", observou.
A federa��o citada por ele diz respeito � possibilidade de uni�o do PSOL � Rede. No plano nacional, os partidos negociam compor uma coaliz�o - que ter� reflexos em todos os estados. Um dos pontos em discuss�o � a predisposi��o de quadros da Rede em apoiar Kalil, uma vez que o partido tem representantes na prefeitura belo-horizontina. Situa��o semelhante � vista no Par�, onde a Rede comp�e o governo de Helder Barbalho (MDB).
"Nesses lugares, teremos que dar aten��o especial para ver se h� algum tipo de solu��o. S� vai haver federa��o se houver algum tipo de entendimento nesses lugares", antecipou Medeiros.
Em Minas, o partido quer abrir o di�logo com outras siglas � esquerda, como a Unidade Popular (UP) e o PCB.
Meta dos socialistas
Em 2018, pela primeira vez o PSOL mineiro conseguiu arrematar assentos na Assembleia Legislativa e na C�mara dos Deputados. No Parlamento mineiro, o partido � representado por Andr�ia de Jesus; no Congresso, por �urea Carolina. Para este ano, a meta � renovar os mandatos j� conquistados e ampliar a representa��o.
"Tenho muita confian�a de que isso [a reelei��o de �urea e Andr�ia] vai ser plenamente atingido. E, quem sabe, trabalhar para ampliar, para que o PSOL siga ocupando esse espa�o pol�tico de esquerda. Uma esquerda que n�o se rende ao capital, n�o limita sua atua��o apenas � institucionalidade, mas est� na luta do povo - principalmente a popula��o mais pobre, oprimida, negra, das periferias, que t�m que ter voz na pol�tica", observou Cacau Pereira.