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Estado de Minas Elei��es 2022

Corrida para dan�a das cadeiras nos partidos

Parlamentares t�m menos de um m�s para trocar de legenda e os ministros devem deixar cargos para disputar pleito deste ano


06/03/2022 04:00 - atualizado 06/03/2022 08:25

presidente Bolsonaro
O presidente Bolsonaro vai fortalecer o partido levando aliados a se filiarem para concorrer a cargos no Congresso e nos estados (foto: Antonio Cruz/Ag�ncia Brasil)

Em menos de um m�s, parte consider�vel do rumo das elei��es j� poder� ser observada. Isso porque em 1º de abril se encerra o prazo da janela partid�ria, per�odo em que deputados realizam trocas partid�rias sem acarretar na perda do mandato. Al�m disso, a legisla��o eleitoral determina que aqueles que pretendem disputar as elei��es para outros cargos em 2022 devem deixar o cargo atual 6 meses antes do pleito – este ano, at� 2 de abril.

A jun��o dessas duas mudan�as vai provocar grandes movimentos pol�ticos ao longo do m�s de mar�o. Quando o assunto � o PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, o que muda � o crescimento da sigla: parlamentares estimam que o partido, que hoje conta com 46 parlamentares, possa chegar � margem de 70 deputados muito em breve. “S� do PSL sair�o mais de 25. Eu garanto a voc� que seremos o maior partido brasileiro”, assegurou o deputado federal Bibo Nunes (PL-RS) ao Estado de Minas.

Para agregar ao partido, cerca de 11 ministros do governo de Bolsonaro devem deixar os cargos at� o dia 2 para preparar suas campanhas rumo ao Congresso Nacional. Pelo menos um deles j� confirmou que escolher� o PL como legenda para esse feito: o ministro da Ci�ncia, Tecnologia e Inova��es, Marcos Pontes, deixar� o comando da pasta para concorrer a deputado federal por S�o Paulo.

Com candidatura idealizada por Bolsonaro, o ministro da Infraestrutura, Tarc�sio de Freitas, tamb�m j� confirmou que ser� candidato ao governo de S�o Paulo. Sem chapa oficial, o ministro faz movimentos de que se filiar� ao PL. “O Tarc�sio vai para um embate forte em S�o Paulo. Acredito que ele tem grandes chances de elei��o”, apostou Nunes, que ressalta que a proje��o como ministro certamente ajuda, mas n�o garante a elei��o, especialmente para aqueles que concorrem a uma vaga no Congresso Nacional.

“D� uma grande proje��o ser ministro. Mas n�o adianta ser forte no pa�s se n�o for forte no estado pelo qual se candidata. Acredito que a maioria dos ministros tenha chance de elei��o. Eles sentem o clima, quando saem (como candidatos) j� sabem que t�m chance”, disse Nunes, que � vice-l�der do PL na C�mara dos Deputados.

Na oposi��o, o l�der da bancada do PT na C�mara, o deputado Reginaldo Lopes (PT), disse ao EM que acredita que os ministros de Bolsonaro t�m chances de garantir suas cadeiras na C�mara dos Deputados. “Acho que se elegem, porque alimentam uma parte baseada no estado miliciano, na intoler�ncia, essa base permanente, sem pensar na sociedade”, frisou. Apesar disso, o parlamentar defendeu que, com a nova composi��o, haver� um Congresso menos alinhado �s ideologias bolsonaristas. “Vai ser um congresso menos bolsonarista. Eu apostaria que o Centr�o vai diminuir, e o bloco de centro-esquerda vai crescer muito”, projetou.

O l�der da bancada petista definiu as elei��es de outubro como “plebiscit�rias”: entre quem defende que o pa�s evoluiu sob o comando de Bolsonaro e entre aqueles que compreendem que “na �poca do presidente Lula era um pa�s melhor”. Para o deputado, quem estiver fora desses dois blocos ter� pouca chance de elei��o. “Os eleitores dever�o votar nesses dois tipos de candidatos”, apostou.

Cautela 

Apesar das especula��es de que o PL ser� protagonista na janela partid�ria, o cientista pol�tico e s�cio da Pulso P�blico, Vitor Oliveira, v� com cautela essas apostas. “No curto prazo, o PL tem alguns problemas. Ele � o partido de um candidato � Presid�ncia, ou seja, tem que comprometer recursos com isso, e sobra menos dinheiro para os deputados fazerem campanha. Para alguns deputados � confort�vel estar no PL porque � um partido que permite v�rias op��es. N�o � exatamente um partido do ponto de vista ideol�gico t�o conhecido no Brasil, � extremamente male�vel”, avaliou Oliveira.

No entanto, o especialista ressalta que � necess�rio observar os diferentes impactos que a janela partid�ria provoca para partidos de direita ou de esquerda. “A janela � uma t�bua de salva��o para alguns parlamentares que n�o querem pagar pra ver. No campo da direita � muito mais uma quest�o de abrir espa�o para candidaturas nos estados, nos munic�pios, recursos eleitorais. No caso da esquerda � uma quest�o de sobreviv�ncia. Nos partidos pequenos de esquerda, quem sobrou l� � quem acredita no partido. A federa��o acaba sendo mais importante”, explicou. Para as federa��es, o prazo foi estendido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) at� 31 de maio.

Nos estados 

Cotado como presidenci�vel que assumir� a candidatura do PSD ao Planalto no caso da desist�ncia de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o governador do estado do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB-RS) tamb�m ter� apenas at� o in�cio de abril para realizar as trocas e passar o comando do estado para seu vice, Ranolfo Vieira J�nior (PSDB-RS).

O senador �ngelo Coronel (PSD-BA) reafirma que “at� ent�o o candidato do partido � Rodrigo Pacheco”, mas admite a possibilidade de que Leite assuma a candidatura mediante a desist�ncia do senador. “A candidatura deve ser respeitada at� o pr�prio candidato desistir. O m�s de mar�o � muito definitivo para os partidos. H� grande possibilidade de o Pacheco dar continuidade � sua candidatura. � um jovem inteligente, pregador da paz. O Eduardo Leite n�o conhe�o, seria leviano comentar sobre ele”, declarou o parlamentar.

O cientista pol�tico Valdir Pucci visualiza que a troca de partido de Leite seria improv�vel. “Acredito ser muito dif�cil a sa�da do Eduardo Leite do PSDB, at� porque ele j� tem uma hist�ria dentro do partido, concorreu nas pr�vias � elei��o presidencial. Isso tamb�m significaria um enfraquecimento do partido. Acredito que entender� que para ele ser� melhor concorrer � reelei��o no Rio Grande do Sul”, apostou o professor.

No Planalto 

Abrir m�o dos cargos tamb�m ser� realidade para aqueles pr�-candidatos que concorrer�o a vaga no Pal�cio do Planalto. � o caso do governador do estado de S�o Paulo, Jo�o Doria (PSDB). Apesar das press�es internas na sigla para que desista da candidatura, Doria permanece como o pr�-candidato tucano. “O cen�rio pra ele � muito ruim. Algumas pesquisas mostram ele atr�s do Eduardo Leite. � muito ruim para algu�m que est� com o bloco na rua h� muito tempo. Apesar disso, acho dif�cil ele desistir no meio do caminho”, analisou o cientista pol�tico da FGV Cl�udio Couto.

Al�m de Leite, quem precisaria deixar o mandato � a senadora Simone Tebet (MDB), que poderia concorrer � reelei��o em outubro. “Ela ser candidata � presid�ncia implica necessariamente abrir m�o dessa possibilidade. Ao senado, Simone seria provavelmente uma candidata bastante competitiva. Mas, por outro lado, essa pr�-candidatura ao Planalto pode ser uma estrat�gia para colocar o nome dela em evid�ncia”, analisou Couto.

Quanto � possibilidade de Rodrigo Pacheco concorrer ao Planalto, Couto dispara: “� uma candidatura que eu n�o levei a s�rio”. Para o especialista em pol�tica, falta capilaridade ao presidente do Senado. “� algu�m que n�o � percebido como um grande nome da pol�tica brasileira. Ele n�o tem capilaridade, e nem carisma. Como presidente do Senado, teve uma gest�o muito voltada para os interesses internos da Casa, sem jogar para a torcida”, pontuou. (TM)


Depois do carnaval, as campanhas

A abertura da janela partid�ria deu novo f�lego � corrida eleitoral de 2022. Pol�ticos e agremia��es partid�rias est�o montando os times para a competi��o que definir� quem comandar� o Brasil pelos pr�ximos quatro anos e quem ter� maioria no Congresso Nacional. A disputa promete ser a mais acirrada desde a redemocratiza��o brasileira.

O cientista pol�tico Andr� Pereira C�sar diz que apesar de ser cedo para fazer uma an�lise definitiva do cen�rio das elei��es presidenciais, muitas decis�es j� v�m sendo definidas pelos principais agentes pol�ticos: “Como esse carnaval est� esquisito, as elei��es parecem que foram antecipadas. Ent�o, tem uma s�rie de quest�es que j� est�o se afunilando e as decis�es pol�ticas acerca das elei��es j� est�o clareando”.

Para C�sar, as candidaturas de Lula e Bolsonaro j� est�o consolidadas. Os dois lideram as pesquisas de inten��o de voto para as elei��es presidenciais. “A n�o ser que o pr�prio Bolsonaro realmente n�o ganhe tra��o at� mar�o, in�cio de abril e busque uma alternativa, concorrendo ao Senado ou � C�mara”, completou. Atr�s de Lula e Bolsonaro na disputa pelo eleitorado at� o momento vem a dita “terceira via”, que Andr� C�sar divide em dois blocos. “O primeiro tem Moro e Ciro disputando os votos entre si.”

No caso de Moro, especificamente, o cientista pol�tico analisa que o seu desempenho nas pesquisas eleitorais vem sendo aqu�m do esperado. “Existia uma expectativa grande de crescimento dele depois que se filiou ao Podemos, em novembro do ano passado, mas isso n�o aconteceu. Ele tem dificuldades de chegar aos 10%, mas ele tem que ir al�m disso para ganhar mais musculatura.”

Segundo C�sar, interlocutores de Sergio Moro o v�m aconselhando a desistir da disputa pela Presid�ncia para concorrer a um cargo no Senado ou na C�mara, para que o ex-juiz ganhe mais experi�ncia na pol�tica. Enquanto isso, Ciro Gomes deve ir at� o final, de acordo com C�sar. “Apesar da press�o do PDT, que tem parte da bancada que acha que o desempenho de Ciro pode afetar as elei��es de deputados, parece que o Ciro n�o vai abrir m�o da candidatura.”

O “segundo bloco” da terceira via tem poucas chances de ganhar tra��o e deve decidir por um nome em comum, juntamente com Moro, para ter maior competitividade “Ent�o, vejo no m�ximo tr�s ou quatro candidaturas minimamente competitivas. O PT com Lula, Bolsonaro, Ciro, que deve ter 12% a 14%, e a terceira via deve se unir para lan�ar apenas um nome, seja Moro, Tebet ou Doria. Mas esse n�mero de candidaturas vi�veis � at� o padr�o das nossas elei��es. Com a polariza��o aumentando desde 2018 no pa�s, isso pode at� se acentuar.” 

O professor da Funda��o Getulio Vargas e cientista pol�tico S�rgio Pra�a tamb�m v� pouco espa�o para mudan�as no panorama das elei��es de outubro. “Acho que a corrida presidencial tem espa�o para o Lula, Moro, Bolsonaro, Ciro e talvez mais uma ou duas candidaturas da centro-direita ou direita. Mais do que isso eu acho muito improv�vel.”

Ele destaca que ainda � cedo para prever o que vai acontecer, mas que n�o v� potencial de crescimento nas campanhas de Jo�o Doria e Ciro Gomes. “Ainda tem muito ch�o pela frente, mas eu descartaria Doria e Ciro. Falando de potencial de crescimento, acho que o Eduardo Leite teria, o Moro tamb�m”. Pra�a analisa que o pedetista tem poucas chances de ter um autocrescimento por Lula j� dominar o eleitorado de esquerda. “Na esquerda est� complicado, acho dif�cil surgir uma alternativa ao Lula nesse campo”.

No caso de Eduardo Leite (PSDB), o especialista avalia que o governador do Rio Grande do Sul entra na disputa para se tornar seu nome mais conhecido entre a popula��o brasileira. “O Eduardo Leite n�o precisa entrar para ganhar agora, ele se beneficiaria apenas se mostrando como candidato, alternativa, se fazer conhecido. Ele precisa sair do PSDB mesmo, isso est� claro e parece que j� est� bem acertado tamb�m. J� que ele n�o quer se reeleger como governador, a melhor op��o para ele parece ser se tornar candidato pelo PSD mesmo”, disse.

Por fim, S�rgio Pra�a diz que n�o acha que fa�a sentido que Moro, Doria e Eduardo Leite se candidatem juntos “Os tr�s, que s�o do mesmo campo ideol�gico, s�o tr�s alternativas de centro-direita ao Bolsonaro e Lula, n�o t�m por que todos serem lan�ados.” Mesmo com o xadrez pol�tico agitado nos primeiros meses do ano, o cientista pol�tico Andr� C�sar afirma que o cen�rio da disputa ao Planalto s� deve ser realmente definido ap�s este m�s, com a janela partid�ria “Vamos ter a janela partid�ria em mar�o, que vai ser crucial. A partir dali vai come�ar a ficar mais claro quem tem bala na agulha e quem tem mais cascalho para render. E, a� sim, v�o ser definidas chapas mesmo, os candidatos e seus respectivos vices. Ent�o os dois pr�ximos meses devem ser essenciais para esse cen�rio.” (MP/BL)

PRINCIPAIS CANDIDATOS

Lula (PT)

Bolsonaro (PL)

S�rgio Moro (Podemos)

Ciro Gomes (PDT)

Jo�o Doria (PSDB)

Simone Tebet (MDB)

Rodrigo Pacheco ou Eduardo Leite (PSD)

Alessandro Vieira (Cidadania)


CALEND�RIO ELEITORAL

Janela partid�ria: 3/3 a 1º/4

Data-limite para registro de coliga��es partid�rias: 5/4

Prazo para registro de federa��es partid�rias: 31/5

Data-limite para o registro das candidaturas: 15/9

1º turno: 2/10

2º turno: 30/10


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