Ontem, Janones, pr�-candidato � presid�ncia da Rep�blica, concedeu entrevista exclusiva ao Estado de Minas e afirmou que "n�o existe sensibilidade" por parte do ministro.
"N�o d� para discutir com n�meros. [O pre�o dos combust�veis] s� est� aumentando. Minha avalia��o � p�ssima por um motivo muito simples: n�o existe sensibilidade. � algu�m que vive destilando preconceito contra os mais pobres, e nem o faz o por mal. Acho que � a origem, a hist�ria e a falta de conhecimento de causa", disse.
O enfrentamento de Janones a Guedes e Bolsonaro remonta a 2020, quando Executivo e Legislativo debatiam a possibilidade de criar um aux�lio emergencial para amparar pessoas financeiramente impactadas pela pandemia de COVID-19.
O deputado, que acumula mais de seis milh�es de seguidores em Facebook e Instagram, impulsionou vertiginosamente o alcance de seu mandato quando passou a encampar a bandeira da transfer�ncia de renda.
"Ele [Guedes] realmente acredita que � um problema a empregada ir � Disney, que se pagar um aux�lio emergencial as pessoas n�o v�o querer trabalhar – pois R$ 600 � muito dinheiro, como se fosse suficiente para o brasileiro realizar todas as aspira��es. A falha n�o � dele, mas de quem o colocou l�", afirmou, mencionando o valor repassado aos benefici�rios durante a primeira fase do aux�lio emergencial.
A fala de Guedes sobre a ida de empregadas ao famoso destino tur�stico dos Estados Unidos ocorreu em fevereiro de 2020. A gafe foi cometida pelo ministro enquanto ele criticava os tempos de baixa cota��o do d�lar. Ontem, vale ressaltar, US$ 1 representava R$ 5,16.
Presidenci�vel quer nova pol�tica de pre�os
O �ltimo reajuste anunciado pela Petrobras entrou em vigor h� cinco dias. O pre�o da gasolina nas refinarias cresceu 18,8%. As distribuidoras, que antes pagavam R$ 3,25 por litro, agora t�m de desembolsar R$ 3,86. O litro do diesel, por sua vez, passou de R$ 3,61 para R$ 4,51 – 24,9% a mais. Houve, ainda, majora��o de 16,1% no g�s de cozinha.Para Andr� Janones, � preciso alterar a l�gica que rege a defini��o de pre�os dos combust�veis nas refinarias. Desde 2016, os custos sofrem influ�ncia do valor do barril de petr�leo e da varia��o do d�lar. O modelo, segundo ele, favorece apenas investidores e acionistas da Petrobras.
"Defendo [uma pol�tica] onde voc� inclua o custo da produ��o e estipule uma taxa de lucro fixa, que seja discutida com os investidores", explicou.
"N�o precisa ser um g�nio da economia ou buscar algu�m nos EUA para resolver. Cerca de 80% do combust�vel consumido aqui � refinado em nosso pa�s; 20% vem de fora. Na hora de estipular o pre�o, optou-se por uma pol�tica em que esses 20% ditam o pre�o dos 100%", pontuou.
O presidenci�vel aproveitou a oportunidade para garantir que alterar a pol�tica de pre�os da estatal n�o gera fuga de capital.
"O que precisa para fazer isso [mudar a pol�tica de pre�os]? Querer. Se � t�o simples, por que ningu�m faz? Porque voc� vai mexer no bolso de 'meia d�zia' de pessoas que controlam a economia do Brasil. Alega-se que esses investidores v�o deixar de investir na Petrobras, sair do pa�s e que a Petrobras vai quebrar. Mas como a Petrobras existia at� 2016 se ela vai quebrar caso deixemos de adotar a pol�tica de cota��o internacional?", protestou.
"At� 2015, essa pol�tica n�o existia. Ela foi adotada como maneira de aumentar o lucro dos investidores. Se voc� reduzir o lucro em 300%, ainda assim seria um neg�cio extremamente vantajoso", emendou ele.