
Segundo Guedes, com a redu��o de gastos com a pandemia, o aumento da produtividade e a maior oferta de servi�os digitais para a popula��o, � poss�vel aumentar os sal�rios dos servidores. "Os governos passados contrataram 160 mil pessoas liquidamente. Se aposentam, por ano, de 20 mil a 30 mil por ano. Fizemos o contr�rio. Os servidores se aposentaram e n�s digitalizamos os servi�os. A produtividade subiu e pode haver aumento de sal�rio brevemente", explicou.
O governo, inicialmente, queria dar reajustes salariais somente para policiais federais e rodovi�rios federais — uma das bases eleitorais do presidente Jair Bolsonaro (PL). Por�m, o restante do funcionalismo n�o aceitou a discrimina��o e exigiu a mesma benesse.
Algumas categorias, como os servidores do Banco Central e os auditores fiscais da Receita Federal, decidiram cruzar os bra�os em protesto. Foi quando o Pal�cio do Planalto decidiu conceder um reajuste linear de 5% a todo funcionalismo, percentual que n�o foi aceito. Desde ent�o, h� um impasse entre o governo e os servidores.
Rasteira
No mesmo evento, Guedes afirmou ontem que a diretoria jur�dica do BNDES "aplicou uma rasteira" no governo no processo de pagamento dos empr�stimos que aumentaram o capital da institui��o em mais de R$ 400 bilh�es. Segundo o ministro, o jur�dico do banco apresentou ao Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) o argumento de que teria preju�zo se devolvesse ao governo todos os recursos aportados para o aumento de capital.
"A capitaliza��o do BNDES foi feita por meio de um empr�stimo com taxa fixa. Quando a infla��o sobe, aumenta o subs�dio. O Brasil est� subsidiando o BNDES. O jur�dico do BNDES teve a coragem de ir ao TCU para convencer a Corte de que � o contr�rio. E o TCU caiu. Falaram que devolver o dinheiro agora implicaria perda ao banco. � o contr�rio. Est�o se beneficiando do subs�dio. Voc�s deveriam estar devolvendo esses recursos. O Brasil est� em guerra", disse o ministro, para constrangimento na plateia. Segundo Guedes, o BNDES j� pagou R$ 260 bilh�es e ainda deveria outros R$ 140 bilh�es ao governo.
Em abril, em uma entrevista, o secret�rio do Tesouro, Paulo Valle, informou que a d�vida ainda seria de R$ 98 bilh�es. Na ocasi�o, ele disse que esperava receber R$ 13 bilh�es neste m�s e outros R$ 17 bilh�es at� o fim do ano. Assim, o BNDES deveria devolver R$ 30 bilh�es em 2022, menos do que os R$ 54 bilh�es previstos no acordo com a equipe econ�mica.
Caso o banco pague os R$ 30 bilh�es em 2022, o saldo de R$ 68 bilh�es ficaria aberto para pagamento nos pr�ximos anos. A disputa envolvendo o Tesouro Nacional e o BNDES chegou ao TCU, que estipulou um cronograma para a devolu��o dos recursos.
A opera��o sempre foi alvo de resist�ncia do banco, que contava com parte dos t�tulos repassados pelo Tesouro no seu caixa, refor�ando o seu lucro.