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Estado de Minas ELEI��ES 2022

Convocados em redes bolsonaristas, enfermeiros negam ades�o oficial a atos do 7 de setembro

Representantes de organiza��es como o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) negam a participa��o em atos nacionais desta quarta-feira (7/9) e a ades�o a discurso contr�rio ao STF.


06/09/2022 20:46 - atualizado 07/09/2022 08:41


Esplanada dos Ministérios durante o dia bloqueada
Representantes de organiza��es como o Conselho Federal de Enfermagem negam ades�o a atos do 7 de setembro (foto: EPA)

As principais entidades que representam profissionais de enfermagem dizem que a categoria n�o vai aderir oficialmente aos protestos desta quarta-feira, 7 de setembro, deixando para o dia 9 a realiza��o de atos nacionais pedindo o restabelecimento do piso salarial — suspenso em decis�o liminar pelo ministro Lu�s Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), no domingo (4/9).

Enquanto isso, alguns grupos independentes de enfermeiros est�o se mobilizando para ir �s ruas na data.

Nas redes sociais, apoiadores do presidente e candidato � reelei��o Jair Bolsonaro (PL) t�m chamado os enfermeiros para se juntarem �s manifesta��es de 7 de setembro, data que marca o Dia da Independ�ncia e que, no ano passado, reuniu milhares de apoiadores do mandat�rio em v�rias partes do pa�s.

Em 2021, o STF se tornou alvo dos manifestantes, muitos dos quais pediram o fechamento da corte em cartazes e falas. Em seus discursos no ano passado, Bolsonaro atacou ministros do STF e afirmou que os atos daquele 7 de setembro eram um "ultimato" aos Poderes da Rep�blica.

recente decis�o do STF desfavor�vel aos enfermeiros � a motiva��o que poderia uni-los aos atos desse 7 de setembro, segundo as postagens bolsonaristas.

Entretanto, de acordo com Daniel Souza, membro do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e integrante do F�rum Nacional da Enfermagem (que junta diversas entidades da enfermagem), a data foi desconsiderada pelas organiza��es justamente por sua vincula��o pol�tica.

"A data do dia 7 n�o foi considerada pelos movimentos, justamente para n�o ter essa mistura de temas. A gente entende que essa discuss�o do piso salarial ultrapassa quest�es da disputa pol�tica eleitoral do momento", diz Souza, refutando a vincula��o a "movimentos contra o STF".

"A gente acredita nas institui��es, nos poderes, tanto no Executivo, no Legislativo, e agora no Judici�rio. A gente entende que essa discuss�o faz parte do processo democr�tico, e ser�o utilizados os mecanismos jur�dicos adequados para levar � reconsidera��o do ministro Barroso ou ent�o uma decis�o favor�vel no plen�rio."

"� �bvio que a categoria est� muito consternada, decepcionada, n�s n�o esper�vamos por isso. Mas a gente acredita no di�logo, na constru��o, e na troca de ideias."

Na segunda-feira (5/9), no dia seguinte � decis�o de Barroso, j� foram registradas algumas manifesta��es de enfermeiros no pa�s. Uma delas foi realizada em Bras�lia pelo Sindicato dos Enfermeiros do Distrito Federal (SindEnfermeiro-DF).

Segundo o presidente do sindicato, Jorge Henrique de Sousa, manifesta��es no 7 de setembro foram descartadas porque os atos nacionais na data s�o considerados, em suas palavras, "antidemocr�ticos".

"Existe um temor que nossas demandas sejam apropriadas, por conta do desgaste que existe entre apoiadores do presidente e o STF. Por isso, a gente tem tido cuidado de esclarecer que a medida cautelar que o Barroso concedeu foi relacionada a uma a��o movida pela Confedera��o Nacional de Sa�de, Hospitais e Estabelecimentos e Servi�os (CNSa�de), que representa estabelecimentos privados de sa�de. A origem � de empregadores do setor privado. Em que pese o Barroso ter concedido essa liminar, a gente avalia que quem est� fazendo a resist�ncia em pagar o piso � o setor empresarial", diz Sousa.

O SindEnfermeiro, que faz parte da Federa��o Nacional dos Enfermeiros (FNE), tamb�m reconhece o 9 de setembro como dia de atos nacionais pelo piso da enfermagem.

Quem ir� �s ruas

Enquanto isso, alguns grupos independentes de enfermeiros dessas organiza��es t�m divulgado convoca��es para manifesta��es no 7 de setembro.

O enfermeiro e influenciador Diego Besou divulgou no Instagram, onde tem mais de 480 mil seguidores, um cartaz com os dizeres "Paralisa��o 7 de setembro" e "A enfermagem vai parar!". O cartaz convoca manifestantes para a Avenida Paulista, onde ocorrer�o tamb�m os atos pr�-Bolsonaro em S�o Paulo (SP).

S�cio de Besou, o enfermeiro Thiago Mancussi afirmou � BBC News Brasil que a manifesta��o est� sendo organizada para 7 de setembro pois Besou — que se tornou humorista e apresenta a pe�a "T� de Plant�o" — est� com a agenda ocupada no resto da semana. De acordo com Mancussi, o ato "n�o tem tem nada a ver com Bolsonaro ou Lula, e sim com a enfermagem".

Quanto � escolha da Avenida Paulista, Mancussi diz que ela se deu porque "� um local que chama bastante aten��o".

"N�o tem nada a ver com o ato pol�tico", diz Mancussi, afirmando que h� manifesta��es de enfermeiros marcadas para 7 de setembro tamb�m em Santos (SP) e Londrina (PR). "As pessoas j� est�o cansadas, ent�o o que se conseguir agendar hoje, amanh�, outro dia, o pessoal vai querer ir para a rua."


Luis Roberto Barroso
Decis�o do ministro do STF Lu�s Roberto Barroso suspendeu piso salarial da enfermagem (foto: Roberto Jayme/ Ascom/TSE)

Piso de R$ 4.750 suspenso

O presidente Jair Bolsonaro sancionou no in�cio de agosto o piso salarial de R$ 4.750 para enfermeiros. A lei tamb�m estabeleceu um piso de 70% desse valor para t�cnicos de enfermagem (R$ 3.325) e 50% para auxiliares de enfermagem e parteiras (R$ 2.375). O presidente vetou a corre��o anual do piso pelo �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor (INPC).

O projeto de lei original que estabeleceu o piso, apresentado em 2020, � de autoria do senador Fabiano Contarato (PT-ES). O texto e os valores do piso passaram por v�rias mudan�as durante a tramita��o no Senado e na C�mara dos Deputados.

No domingo, em a��o apresentada pela CNSa�de, o ministro do STF Lu�s Roberto Barroso considerou que o piso deveria ser suspenso porque o Legislativo e o Executivo n�o tomaram medidas suficientes para viabilizar o pagamento do piso sem que isso colocasse em risco o atendimento p�blico em sa�de. A a��o est� na pauta de julgamento do plen�rio do STF previsto sexta-feira (9/9).

L�der do governo na C�mara, o deputado Ricardo Barros (PP-PR) divulgou nas redes sociais que o Planalto vai defender a manuten��o do piso atrav�s da Advocacia-Geral da Uni�o (AGU).

Principal oponente de Bolsonaro na elei��o presidencial, Luiz In�cio Lula da Silva (PT) escreveu no Twitter que "sempre" defendeu o piso salarial da enfermagem, acusando Bolsonaro de virar "as costas para profissionais que lutaram na pandemia" atrav�s de seu filho, Eduardo Bolsonaro, e Ricardo Barros, que em maio votaram na C�mara contra o projeto de lei referente ao piso.

Depois, em julho, os dois deputados votaram a favor da Proposta de Emenda � Constitui��o (PEC) que instituiu o piso.

- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/brasil-62814791

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