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Estado de Minas ELEI��ES 2022

An�lise: Entre ataques e bizarrices, Tebet se destaca

O �ltimo debate presidencial foi uma maratona desgastante de quatro horas, inclusive para quem assistiu


30/09/2022 10:20 - atualizado 30/09/2022 10:52

Os sete candidatos que participaram do debate, em pé, lado a lado, no estúdios da Rede Globo
As narrativas n�o contribu�ram para um debate que abordasse os verdadeiros problemas do Brasil (foto: Reprodu��o / Rede Globo)
Era de se esperar que, adentrando a madrugada da antev�spera das elei��es, o alvo principal do �ltimo debate presidencial fosse o l�der das pesquisas, com possibilidade matem�tica de vencer o pleito em primeiro turno. Ataques virulentos e pessoais foram a t�nica de uma maratona desgastante de quatro horas, inclusive para quem assistiu. Sobraram narrativas bizarras que at� em mesa de bar causam estranhamento, aterrissadas do submundo virtual das bolhas bolsonaristas, em meio �s quais ganhou destaque uma obscura personagem, que se anunciando “padre”, se comportou como pol�tico do mais “baixo clero”: padre Kelman foi o representante escalado por Roberto Jefferson, condenado e preso pela participa��o no Mensal�o, para auxiliar explicitamente um Jair Bolsonaro - que se esfor�ou para n�o atacar as candidatas mulheres. 
 
N�o � toa, o “padre” foi chamado em diferentes momentos primeiro por Soraya Thronicke e depois por Lula, nessa ordem de “padre de festa junina”, “candidato laranja” e impostor “fantasiado de padre”, express�es que aos mais argutos observadores fazem jus � situa��o: antes Kelman sentou-se ao lado de Bolsonaro, com quem trocou papeis com instru��es de perguntas. As imagens do flagrante circulam hoje, viralizadas nas  redes. Bolsonaro e Kelman agiram em dupla, durante o evento midi�tico, em que as maiores v�timas foram os planos de governo e os fatos.
 
Bolsonaro teve ainda o apoio do candidato do Novo, Felipe d’ �vila, que levantou a bola para que o presidente atacasse o ex-presidente. D’�vila usou r�guas diferentes para se indignar, de um lado com o “Mensal�o” e o chamado “Petrol�o”; e, por outro, com o Or�amento Secreto, sangria desatada aos cofres p�blicos no atual governo. Sobre este, como de costume, Bolsonaro lavou as m�os e lan�ou sobre terceiros a responsabilidade: a excresc�ncia com a qual coopta apoio pol�tico foi atribu�da � Geni, digo, ao Congresso. D’�vila foi reiteradamente seletivo em sua indigna��o contra a corrup��o: evitou os n�veis mais detalhados de den�ncias que pairam sobre o governo Bolsonaro no MEC, na compra de vacinas, para n�o mencionar as conhecidas “Rachadinhas” e a predile��o daquela fam�lia pela aquisi��o de im�veis em esp�cie. Estas foram quest�es apontadas principalmente por Simone Tebet, Soraya Thronicke e Lula.  D’�vila tamb�m comprou narrativas rasteiras, tentando associar Lula a pa�ses governados por uma demonizada “esquerda”.
 
D’�vila se apresentou como uma esp�cie de “Ken de terno”, marido da boneca Barbie: impostado, repetitivo em jarg�es elitistas, n�o transmite emo��o, o que seria realmente dif�cil para quem tenta vender uma pauta ultraliberal a um pa�s em que 30 milh�es passam fome. Al�m de atacar Lula e poupar Bolsonaro, linha que daqui para frente crescentemente dever� marcar o discurso pol�tico de Romeu Zema, - que at� aqui se pretendia neutro para n�o perder inten��es de votos da base “Lulema” - , D’�vila aproveitou os seus momentos de exposi��o para propagandear o seu partido Novo, que faz sele��o de candidatos mediante inscri��o paga: indicou o governador de Minas, que se prepara para disputar em 2026 as elei��es presidenciais, como refer�ncia em probidade e gest�o. 
 
Para quem conhece e est� habituado aos modos, o tom de Bolsonaro foi de falsete, de certo cinismo quando interagiu com as candidatas Tebet e Thronicke. Ap�s uma abertura nervosa em que jorrou sobre Lula trechos de acusa��es desconexas, n�o apenas apontando o dedo que se pretende vestal, como se em seu governo e em sua fam�lia den�ncia de corrup��o n�o houvesse; mas tamb�m vocalizando velhas teorias do submundo das fake news, que tentam associar Lula ao assassinato do ex-prefeito de Campinas, Celso Daniel. Em vez de faz�-lo diretamente a Lula, Bolsonaro usou Simone Tebet para endere�ar ao petista a pergunta. A estrat�gia foi rebatida por Tebet, que manteve uma articulada participa��o, coerente com a sua atua��o na CPI da Covid, mas que tampouco poupou cr�ticas aos governos do PT. Tebet sai deste show pronta para concorrer em 2026 como a principal candidata � terceira via, posto at� aqui atribu�do a Ciro Gomes. Este, se saiu bem quando conseguiu expor algumas de suas propostas. Mas mirando excessivamente a �rvore, Ciro  se perdeu da floresta, num alinhamento pol�tico ditado mais pelo f�gado do que pela raz�o, ora em apoio a Bolsonaro para atacar Lula; tentando compensar, nos �ltimos blocos, em cr�ticas menos contundentes a Bolsonaro. 
 
Lula se defendeu com mais �nfase do que no debate da Band e, foi mais firme em diversas passagens invertendo a argumenta��o com a indica��o de muitas das incoer�ncias lan�adas por seus advers�rios. Em alguns momentos se saiu bem em discurso mais propositivo, como ao defender pol�ticas afirmativas para a compensa��o hist�rica da heran�a escravocrata. Mas, no frigir dos ovos, a participa��o de Lula foi mais defensiva, deixando a impress�o de n�o ter conseguido capturar indecisos. Se � que algu�m o fez, Simone Tebet se n�o foi vencedora agora, pavimentou o seu caminho para o Planalto. As narrativas n�o contribu�ram para um debate propositivo, esclarecedor, que abordasse os verdadeiros problemas do Brasil. 
 

O "Beab� da Pol�tica"

s�rie Beab� da Pol�tica reuniu as principais d�vidas sobre elei��es em 22 v�deos e reportagens que respondem essas perguntas de forma direta e f�cil de entender. Uma demanda cada vez maior, principalmente entre o eleitorado brasileiro mais jovem. As reportagens est�o dispon�veis no site do Estado de Minas e no Portal Uai e os v�deos em nossos perfis no TikTokInstagramKwai YouTube.
 


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