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Estado de Minas ELEI��ES 2022

Votos de indecisos somam 11% e podem mudar o rumo das elei��es

Especialistas destacam que votos 'envergonhados' e 'intimidados' t�m potencial de mudar �ndices apontados por pesquisas


01/10/2022 08:19 - atualizado 01/10/2022 08:44

Urna eleitoral
O poder de decis�o desse grupo de eleitores se deve a diversas vari�veis que podem contribuir para a altera��o dos �ndices registrados nas pesquisas (foto: Ed Alves/CB)

A um dia das elei��es gerais, 11% da popula��o apta a votar ainda n�o definiu quem escolher� para presidir o pa�s pelos pr�ximos quatro anos. O percentual aparece na pesquisa espont�nea do Datafolha, divulgada na �ltima quinta-feira. Quando se trata da estimulada, apenas 2% se declaram indecisos — esse � o menor �ndice dos �ltimos anos. Apesar de a maioria sustentar j� ter sacramentado o voto — 85%, segundo o instituto —, os que est�o em d�vida sobre quem escolher podem acabar definindo se haver� segundo turno.

 

 

 

Na pesquisa espont�nea n�o � apresentada ao entrevistado a lista de candidatos. "A pergunta � de pronto: se as elei��es fossem hoje, em quem voc� votaria para presidente, e o eleitor responde. Esse voto geralmente � o mais engajado, � o mais certo que vai para a urna", explica o soci�logo e diretor do Instituto Opini�o, Arilton Freres.


O poder de decis�o desse grupo de eleitores se deve a diversas vari�veis que podem contribuir para a altera��o dos �ndices registrados nas pesquisas. Uma delas � o chamado "voto envergonhado", destinado aos dois candidatos que lideram as pesquisas — o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL). Como ambos t�m altos �ndices de rejei��o, o eleitor tende a manter em segredo a sua op��o.

 

Freres diz que observa ambos os casos nas pesquisas do instituto. "J� tivemos epis�dios aqui de que o eleitor pediu para responder � pesquisa distante do restante da fam�lia, na porta de casa, para n�o dizer que votava no Lula, porque a fam�lia era bolsonarista. Esse voto envergonhado � dif�cil, voc� n�o tem um c�lculo estat�stico seguro para dizer quantos por cento �. Eu diria que � um �ndice muito pequeno, mas que pode definir para elei��o finalizar no primeiro turno e at� no segundo turno", destaca. "Pegando a maioria das pesquisas, a diferen�a para ser no primeiro ou no segundo turno � muito pequena, cerca de dois por cento, fica dentro da margem de erro."

 

A rejei��o aos l�deres das pesquisas de inten��o de voto pode acabar sendo um fiel da balan�a. � o que enfatiza o cientista pol�tico do Insper Leandro Consentino. Ele relembra o fen�meno ocorrido nos Estados Unidos, na primeira elei��o do agora ex-presidente Donald Trump. "Boa parte dos votos de Donald Trump na primeira elei��o dele era de votos envergonhados e acabou surpreendendo muito pelos resultados. Podemos esperar que esse fen�meno tamb�m ocorra em certo sentido no Brasil", afirma. "Voto envergonhado n�o � patrim�nio de um candidato ou de outro. Portanto, esse � um fator de maior imprevisibilidade no jogo."

 

Na avalia��o do cientista pol�tico e escritor Ant�nio Lavareda, por conta dos altos �ndices de votos j� definidos, os indecisos n�o devem migrar para um dos dois l�deres nos levantamentos. "Essa indecis�o que permanece at� as �ltimas horas, provavelmente, n�o vai se traduzir em voto em nenhum dos candidatos, vai se traduzir em absten��o", analisa.

 

Intimidado

Para o consultor e analista pol�tico Ant�nio Augusto de Queiroz, h�, na verdade, um voto intimidado por parte dos eleitores de Lula. "Quem defende Bolsonaro n�o tem mais vergonha de assumir isso publicamente. O que est� acontecendo � o voto intimidado do Lula, que as pessoas n�o querem se expor para n�o correr risco de viol�ncia, considerando a trucul�ncia de parcela do eleitorado que � muito intolerante � diverg�ncia, � opini�o diferente das suas", argumenta.A preocupa��o com a viol�ncia levou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a adotar uma s�rie de medidas para garantir a tranquilidade no dia da vota��o. As estrat�gias adotadas v�o desde a proibi��o do uso de celular ou filmadoras na cabine de vota��o at� o veto � posse de arma, at� a segunda-feira, por parte de colecionadores, atiradores desportivos e ca�adores (CACs).

 

Ontem, o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, foi �s redes sociais para pregar tranquilidade amanh�. "Eleitoras e eleitores, compare�am no domingo, 2/10. Vamos todos votar com paz, seguran�a e harmonia; respeito e liberdade; consci�ncia e responsabilidade. Juntos, todas as brasileiras e os brasileiros na grande festa da democracia: as elei��es gerais de 2022", escreveu.

Lula vai a tr�s estados; Bolsonaro visita Minas

Candidato do PT ao Planalto, o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva fez campanha, ontem, em tr�s estados. De manh�, o petista esteve no Rio de Janeiro, onde participou de reuni�o com os candidatos ao governo fluminense Marcelo Freixo (PSB) e ao Senado Andr� Ceciliano (PT). � tarde, ele fez caminhadas com apoiadores e candidatos locais em Salvador e Fortaleza.

 

No Rio, Lula afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PL), se derrotado, pode "tentar criar confus�o" na transi��o de governos. O petista citou o seu primeiro mandato, em 2002, quando sucedeu o tucano Fernando Henrique Cardoso. "N�s tivemos acesso a todas as informa��es do governo. Nada foi negado para o governo vitorioso. N�o acho que a gente ter� a mesma facilidade com o Bolsonaro. N�o acho que ele ter� a mesma disposi��o", declarou. "O pessoal do PSDB fazia pol�tica. Quando eles ganhavam, eles faziam festa. E quando perdiam, permitiam que quem ganhasse fizesse festa. N�o � esse o comportamento do Bolsonaro."

 

Lula destacou que o mundo est� "preocupado" com as elei��es brasileiras e reprovou cr�ticas de Bolsonaro � Argentina. "Voc� n�o pode ter no Brasil um presidente que fique provocando a Argentina todo dia. A Argentina � nosso principal parceiro comercial. � uma burrice de quem governa. Ent�o, n�s vamos ter dificuldade de recuperar um monte de coisa em que foi feito o desmonte aqui", refor�ou.

Por sua vez, Bolsonaro participou de uma motociata em Po�os de Caldas (MG). No fim do dia, fez uma live em que disparou cr�ticas a Lula e pediu que os apoiadores vistam camisas amarelas para votar amanh�.

 

"N�o tem mais camisa de futebol do Brasil � venda", afirmou. "V� votar no domingo e v� com a camisa amarela, de prefer�ncia. Se n�o a amarela, vai a verde, mas a amarela chama mais aten��o. (...) Para mostrar que numa se��o eleitoral tem muito mais gente indo votar em n�s do que em outros candidatos", acrescentou.


Ele aproveitou para criticar o programa de governo de Lula. "Esse pessoal de esquerda, eles s�o pr�-Estado, s�o pr�-sindicato. Querem controlar tudo. Aqui no plano de governo do Lula, que ele recolheu, estava prevista a regula��o do agroneg�cio. O que � realugar o agroneg�cio? � cobrar alguma coisa", disse. Uma das vers�es do programa apresentada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pela campanha petista previa a "regula��o e constitui��o de uma agroind�stria". Ap�s cr�ticas, a medida foi retirada do documento, e o coordenador do programa, Aloizio Mercadante (PT), disse que ela foi inclu�da por engano.


O presidente repetiu que, se eleito, manter� o Aux�lio Brasil de R$ 600. "Est� garantida, da nossa parte, a continuidade desse valor para 2023 tamb�m. Est� acertado com a equipe econ�mica, com o Paulo Guedes. Tem recurso. Tem de onde tirar o dinheiro dentro da responsabilidade fiscal."

 


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