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Estado de Minas ELEI��ES 2022

Frigor�fico em MG faz evento pr�-Bolsonaro em intervalo de funcion�rios

Funcion�rios de um frigor�fico de Minas Gerais foram pressionados a vestir uma camiseta com o slogan e o n�mero do presidente Jair Bolsonaro (PL)


22/10/2022 11:05 - atualizado 22/10/2022 12:15



Funcion�rios de um frigor�fico de Minas Gerais foram pressionados a vestir uma camiseta com o slogan e o n�mero do presidente Jair Bolsonaro (PL) e a participar de uma conversa sobre o segundo turno das elei��es. O evento foi na quinta-feira (20), durante o intervalo de almo�o dos trabalhadores.


O caso se soma � onda de den�ncias de ass�dio eleitoral recebida pelo Minist�rio P�blico do Trabalho neste ano, que se agravou ap�s o primeiro turno. Segundo balan�o da entidade divulgado nesta sexta, foram recebidas 1.112 den�ncias em todo o pa�s - sendo 295 delas, de Minas Gerais, que lidera o ranking.


A a��o ocorreu em Betim (munic�pio da regi�o metropolitana de Belo Horizonte) nas empresas Serrad�o e Frigobet, que s�o do mesmo grupo. A conversa contou com a participa��o do deputado federal bolsonarista Mauro Lopes (PP-MG).


nova urna eletrônica
Um empregado afirmou � reportagem que o frigor�fico tamb�m prometeu doar um pernil para cada funcion�rio que levar o comprovante de vota��o (foto: Antonio Augusto/secom/TSE)


Um empregado afirmou � reportagem que o frigor�fico tamb�m prometeu doar um pernil para cada funcion�rio que levar o comprovante de vota��o na segunda-feira seguinte ao segundo turno (31) caso Bolsonaro seja reeleito. O homem preferiu n�o se identificar por medo de perder o emprego.

Leia tamb�m: PT denuncia empresa por ass�dio eleitoral ap�s evento com funcion�rios.


V�deos obtidos pela reportagem mostram os funcion�rios reunidos no p�tio da empresa vestidos com uma camiseta verde e amarela por cima do uniforme branco. Alguns est�o de touca, capacete e m�scara.


Empregados relataram que a camiseta foi distribu�da durante o hor�rio de almo�o.
Nela, aparece o slogan de Bolsonaro --"Brasil acima de tudo, Deus acima de todos" - e o n�mero do presidente nas urnas.


Nos v�deos, � poss�vel ouvir o hino nacional e um homem falando sobre o fechamento de igrejas. Em outra grava��o, uma pessoa afirma que "mataram" os prefeitos de Santo Andr� (SP) e de Campinas (SP), porque "brigam entre eles".


Os assassinatos dos ex-prefeitos Celso Daniel (PT) e Ant�nio da Costa Santos (PT), conhecido como Toninho do PT, s�o citados frequentemente por apoiadores de Bolsonaro em ataques aos advers�rios. As investiga��es n�o apontaram a participa��o de integrantes do PT nos crimes.


Outro v�deo mostra o deputado Mauro Lopes discursando do alto de uma escada. "Eu, como deputado federal, tenho trabalhado muito pelo nosso pa�s. Sei da responsabilidade nesse momento da elei��o. [Estou] h� 28 anos no Congresso Nacional. Passei por v�rios presidentes da Rep�blica", diz.

Procurado pela reportagem, o deputado federal afirmou que cerca de 2.000 pessoas participaram do ato, que ele tem feito isso em todos os frigor�ficos de Minas Gerais e que tamb�m vai pedir votos para Bolsonaro em empresas de �nibus.

"O dono convocou todo mundo"


"Tinha 2.000 pessoas l�. O dono do frigor�fico colocou 2.000 camisas e convocou todo mundo. Foi uma beleza o movimento. S�o 81 frigor�ficos no Sudeste, est�o todos apoiando o Bolsonaro. Pedindo voto. N�s estamos em plena elei��o", afirmou.


O deputado negou, no entanto, que ele ou o dono do frigor�fico tenham prometido um pernil para os funcion�rios caso Bolsonaro ganhe as elei��es. Durante a conversa, Lopes mudou sua vers�o sobre a entrega de camisetas e disse, por fim, que foi ele quem fez a doa��o.


"Promessa de pernil? Negativo. Eu estava l�. N�o houve nada disso, n�o. Que bobagem � essa? A �nica coisa que aconteceu foi pedir voto para o Bolsonaro. Mais nada. Eles me receberam muito bem. Eu que doei as camisas", disse.


"O Minist�rio P�blico do Trabalho n�o tem nada a ver com isso. Eu entro em qualquer local. Pe�o voto no meio da rua, pe�o voto no frigor�fico, com o catador de lixo. Pe�o voto para todo mundo. Eu entro em qualquer local e pe�o voto", afirmou o deputado.


O dono do frigor�fico � o produtor rural e empres�rio Silvio Silveira, presidente da Afrig (Associa��o de Frigor�ficos de Minas Gerais, Esp�rito Santo e Distrito Federal).


A reportagem n�o conseguiu contato com o respons�vel pelo frigor�fico. A Afrig afirmou que n�o tinha autoriza��o para passar o telefone de Silvio Silveira e sugeriu que ele fosse procurado em suas empresas.


A reportagem ligou para as empresas duas vezes, mas funcion�rios afirmaram que apenas a gerente do local tem autoriza��o para falar e que ela n�o foi ao trabalho nesta sexta-feira (21).


O advogado Fernando Neisser, membro da Abradep (Academia Brasileira de direito Eleitoral e Pol�tico), v� ind�cios de ao menos duas ilegalidades no caso: propaganda eleitoral e coa��o. A legisla��o pro�be propaganda eleitoral nos chamados bens de uso comum, que incluem estabelecimentos privados.

Leia tamb�m:  Esfor�o para conter ass�dio. 


"Uma segunda ilegalidade � o crime de coa��o eleitoral, que � voc� usar do dinheiro que voc� tem para fazer algu�m votar ou n�o votar em determinada pessoa. E n�o h� d�vidas de que a rela��o de emprego gera essa posi��o de autoridade apta a configurar crime de coa��o eleitoral", afirma.

Chefe constrangendo funcion�rio

"Chefe publicamente constrangendo funcion�rio a manifestar apoio a um candidato n�o se compara a situa��o de um cidad�o comum discutindo com outro na rua e fazendo campanha. Ainda que voc� n�o tenha amea�a expl�cita, essa amea�a impl�cita � reconhecida."


Documento do MPT (Minist�rio P�blico Trabalho) elaborado diante do aumento de casos de ass�dio eleitoral afirma que os empregadores n�o devem "realizar manifesta��es pol�ticas no ambiente de trabalho e fazer refer�ncia a candidatos em instrumentos de trabalho, uniformes ou quaisquer outras vestimentas".


A diferen�a entre o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) e Bolsonaro em Betim foi de apenas 807 votos no primeiro turno. O petista recebeu 106.684 votos, 45,78% do total. J� Bolsonaro teve 105.877 votos, 45,43%.


Estado com o segundo maior col�gio eleitoral do pa�s, Minas Gerais se tornou o principal alvo dos dois candidatos. Os n�meros do MPT mostram que o local lidera o n�mero den�ncias de ass�dio eleitoral, com praticamente 1 em cada 4 casos registrados.


O segundo estado com mais casos, Paran�, tem menos da metade: 123. 104 empresas est�o envolvidas, de acordo com o MPT. Santa Catarina aparece em terceiro lugar com 113 den�ncias em 95 empresas.

 


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