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Estado de Minas ENTREVISTA/GUILHERME BOULOS

"Pacifica��o n�o � esquecimento", diz Boulos sobre novo governo em 2023

Membro da equipe de transi��o, Boulos v� espa�o para retomada de propostas sociais


10/11/2022 04:00 - atualizado 10/11/2022 10:57



O papel do presidente eleito, Luiz In�cio Lula da Silva (PT), de pacificar a sociedade brasileira, combater a intoler�ncia e a viol�ncia pol�tica n�o deve ser confundido com anistia a crimes eleitorais, contra as institui��es democr�ticas e de corrup��o.

A opini�o � do deputado federal eleito Guilherme Boulos (Psol-SP), que conquistou 1.001.472 votos, mais votado de S�o Paulo, o que refor�a a sua disposi��o de concorrer, com o apoio do PT, � prefeitura municipal de S�o Paulo em 2024.

“Queremos dialogar, e ser� papel do presidente Lula, que tem esse vi�s unificador, pacificar os �nimos da sociedade brasileira. Mas isso n�o significa nenhum tipo de anistia”, declara em entrevista ao Estado de Minas, referindo-se �s den�ncias envolvendo o presidente Jair Bolsonaro (PL) e sua fam�lia, que devam ser apuradas.

Convidado para integrar a equipe de transi��o de Lula, Boulos sustenta que, apesar da frente ampla, em defesa da democracia, que respaldou a candidatura presidencial petista, a esquerda, representada por seu partido, n�o vai abrir m�o de sua agenda para o pa�s.

“Porque o Lula foi eleito, as institui��es democr�ticas devem ser preservadas, mas o povo est� com fome, o Brasil est� na lona, est� devastado, ent�o vai ser preciso uma agenda ousada de amplia��o de direitos sociais, de retomada de investimento p�blico, de pol�tica de combate � fome, de moradia popular, de assist�ncia social que a esquerda tem o papel de protagonizar”, defende.



Lula e a frente ampla que o apoiou venceu as elei��es. Mas h� um movimento golpista nas ruas que pede interven��o militar. Como a esquerda vai lidar com essas pessoas que est�o nas ruas, numa esp�cie de transe?
Em primeiro lugar, temos de estabelecer a realidade factual. Lula ganhou as elei��es, teve mais de 60 milh�es de votos e se tornou o presidente com a maior vota��o da hist�ria da democracia brasileira. Teve vit�ria incontest�vel, diante de todos os observadores internacionais. N�o h� o qu� se falar sobre a lisura e legitimidade do processo eleitoral brasileiro. Esses questionadores vivem numa realidade paralela, e por mais que fa�am barulho nas ruas, n�o expressam nem de longe a maioria do povo brasileiro e n�o representam sequer a maioria que votou no Bolsonaro. � um grupo de pessoas extremistas, golpistas, com uma agenda antidemocr�tica, querendo pautar a agenda p�blica do pa�s. N�o v�o pautar. Queremos dialogar, e ser� papel do presidente Lula, que tem esse vi�s unificador, pacificar os �nimos da sociedade brasileira. Combater a intoler�ncia, a viol�ncia pol�tica. Agora, isso n�o significa abrir m�o da agenda que ganhou as elei��es. E isso n�o significa nenhum tipo de anistia. Estou entre aqueles que acham que Jair Bolsonaro e seus filhos v�o ter de responder pelos crimes que cometeram. A pacifica��o do pa�s n�o significa esquecimento nem passar pano em atitudes criminosas. A partir de 1º de janeiro de 2023, quando ele n�o ter� mais foro especial, isso passar� pelas acusa��es criminais em primeira inst�ncia, como qualquer cidad�o. Ele ter� de responder. N�o vai haver mais sigilo de 100 anos.

Ao n�o repudiar as manifesta��es de rua que pedem interven��o militar, em sua avalia��o, Jair Bolsonaro se fortalece como lideran�a da oposi��o ao governo Lula?
Se ele quer se cacifar como lideran�a de oposi��o ao Lula, cometendo mais crimes, s�o mais crimes que entram na ficha corrida que ele ter� de responder. Porque o que ele faz, ao n�o reconhecer os resultados das elei��es, ao orientar a Pol�cia Rodovi�ria Federal a prevaricar, como aconteceu, � tamb�m crime. Agora, francamente, n�o estou preocupado com as manifesta��es. Est�o se dissolvendo, s�o grupos cada vez mais caricatos. � l�gico que o bolsonarismo vai seguir na for�a de oposi��o a Lula, mas essa disputa vai se dar no Congresso Nacional.

Frentes amplas costumam ser bons mecanismos para ganhar elei��es, mas para governar o desafio � sempre maior. Quais s�o as propostas objetivas do Psol para contemplar os setores populares nessa frente ampla?
H� v�rias propostas, mas vou citar tr�s principais. A primeira � revogar medidas de retrocesso aprovadas no governo Temer e no governo Bolsonaro. Aqui estou falando do teto de gastos; que seja firmado outro marco fiscal, que permita investimento social. E em particular a reforma trabalhista, que precisa ser revista para garantir a trabalhadores e trabalhadoras, a� incluindo os que atuam na chamada economia de plataforma. Uma segunda quest�o, � uma pol�tica de retomada do investimento p�blico, aumento real do sal�rio m�nimo, retomar investimento em moradia popular, saneamento b�sico, infraestrutura, que cumpre papel de estimular a gera��o de emprego e renda. Precisamos fazer investimento p�blico acontecer em obras essenciais, em educa��o, em ci�ncia e tecnologia. E um terceiro ponto, que o presidente Lula j� sinalizou, � uma agenda ambiental ousada. Esses s�o alguns pontos que o Psol levar� para o debate da transi��o.

A elei��o nacional teve grande foco em Minas e o governador Romeu Zema foi um dos principais cabos eleitorais de Bolsonaro no segundo turno. Como ser� a rela��o de Lula com Zema ap�s tanto acirramento?
Minas Gerais � o segundo estado mais populoso do pa�s, um estado muito importante. Acredito que Lula ter� rela��o institucional com os governadores. Agora, n�o podemos deixar de notar o oportunismo eleitoral do governador Zema. Faltou da parte dele uma atitude mais equilibrada nesse processo. Ainda assim, o presidente Lula ganhou em Minas e no Brasil.

O senhor � candidato a prefeito de S�o Paulo em 2024?
Sim, tenho disposi��o de ser candidato a prefeito em S�o Paulo. Fui candidato em 2020, mesmo tendo cinco candidaturas no campo progressista. Mesmo tendo 17 segundos na televis�o, chegamos ao segundo turno e quase ganhamos a elei��o da maior cidade da Am�rica Latina. Fizemos acordo, compromisso p�blico de o PT nos apoiar em 2024. Ent�o, pretendo, sim, ser candidato a prefeito, mas antes disso vou cumprir a miss�o no Congresso em 2023.


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