
Segundo o ministro, cerca de 15 mil garimpeiros ilegais estavam na terra ind�gena no in�cio do ano - n�mero maior do que o governo federal consegue empregar no local. A situa��o � ainda considerada complexa por causa da proximidade dos criminosos com a popula��o yanomami.
"Esse fluxo de sa�da est� ocorrendo na casa dos milhares, h� um monitoramento. A nossa previs�o � de que esse fluxo aumente nos pr�ximos dias, que mais pessoas saiam ainda, e n�s estamos na expectativa de que, quando do in�cio das opera��es policiais coercitivas, 80% desse contingente de 15 mil pessoas tenha sa�do do territ�rio yanomami", disse Dino a jornalistas.
O ministro destacou que a fuga dos garimpeiros, permitida pelo governo, n�o representa um "caminho de impunidade".
"Sobre as investiga��es, temos um foco priorit�rio: os financiadores, os donos dos garimpos ilegais e aqueles que fazem lavagem [de dinheiro]. Claro que temos os executores de crimes ambientais - essas pessoas est�o sendo identificadas por imagens e ser�o alvo do inqu�rito policial" disse.
Segundo o ministro, garimpeiros ilegais chegaram a solicitar o apoio do governo federal para deixar a terra ind�gena. Eles alegam dificuldade para sair da regi�o desde que a Aeron�utica passou a realizar o controle do espa�o a�reo e proibir que aeronaves utilizadas na atividade criminosa sobrevoassem o territ�rio.
"Claro que estamos neste momento permitindo que essas pessoas saiam pelos seus pr�prios meios, mas n�o haver� apoio do governo federal para que haja essa retirada, porque consideramos que h� incompatibilidade entre a natureza criminosa da atividade com o eventual apoio [do governo federal]".
O trabalho envolve o envio de mais de 500 policiais federais, agentes da For�a Nacional e militares das For�as Armadas para a terra ind�gena.
"As a��es policiais se referem � seguran�a de outras equipes que l� est�o (Funai e Minist�rio da Sa�de) e teremos as a��es de afastamento compuls�rio, obrigat�rio, de quem eventualmente n�o saiu nesse per�odo", disse Dino.
"Isso envolve a apreens�o de equipamentos, a destrui��o de equipamentos, a destrui��o de pistas clandestinas e pode envolver a pris�o em flagrante de pessoas que eventualmente ainda estejam [no territ�rio]".
Do total, 100 agentes da For�a Nacional se deslocam nesta segunda a Roraima, para refor�ar a seguran�a das bases da Funai e dos postos de sa�de pr�ximos a Boa Vista.
Na quarta (8), o ministro da Defesa, Jos� M�cio Monteiro, viajar� com os comandantes Tom�s Paiva (Ex�rcito), Marcos Sampaio Olsen (Marinha) e Marcelo Damasceno (Aeron�utica) a Roraima, para dar prosseguimento �s a��es da for�a-tarefa montada pelo governo para a desarticula��o do garimpo ilegal na Terra Ind�gena Yanomami.
Desde a �ltima quarta (1º), a FAB (For�a A�rea Brasileira) realiza o controle do espa�o a�reo do territ�rio. O objetivo � impedir a log�stica de abastecimento das atividades criminosas.
Os garimpeiros passaram a enfrentar infla��o nos pre�os dos voos clandestinos de helic�ptero para deixar o territ�rio, cobrados pelos pr�prios garimpeiros detentores de aeronaves. Um �nico voo passou a custar R$ 15 mil por pessoa, conforme relatos de invasores levados em conta no monitoramento feito pela PF.
Parte dos garimpeiros tenta chegar � Venezuela, segundo integrantes da PF, e h� movimentos de fuga voltados at� mesmo para a Guiana, distante da terra ind�gena.
O governo Bolsonaro viu a crise escalar e atingir o �pice em 2022, o ano em que mais de 20 mil invasores intensificaram o garimpo ilegal e consolidaram o avan�o dos pontos de explora��o rumo a �reas de aldeias antes distantes dos garimpeiros, com a coniv�ncia do governo.
Tamb�m no ano passado houve uma crise no fornecimento de medicamentos b�sicos aos ind�genas, como verm�fugos para as crian�as, com suspeita de fraude e corrup��o no contrato assinado pela gest�o Bolsonaro.
O governo Lula declarou estado de emerg�ncia em sa�de p�blica no �ltimo dia 20 e criou um comit� de coordena��o para enfrentamento � desassist�ncia sanit�ria na terra yanomami.