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Estado de Minas NOVO GOVERNO

Lula se desfaz de promessa e muda opini�es de campanha em 1 m�s de governo

Apesar do slogan do governo de uni�o e reconstru��o, e das declara��es sobre volta do di�logo, Lula n�o tem poupado cr�ticas ao antecessor, Jair Bolsonaro


09/02/2023 23:36 - atualizado 10/02/2023 08:43

Lula assinando documento
Lula em visita � exposi��o Brasil Futuro, as Formas da Democracia, no Museu Nacional da Rep�blica, em Bras�lia (foto: Ricardo Stuckert/PR)
O presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) mudou de opini�o e se desfez de promessas de campanha no primeiro m�s de governo.

O recuo sobre n�o concorrer � reelei��o em 2026, a mudan�a de posi��o em rela��o ao presidente da C�mara, Arthur Lira (PP-AL), e a decreta��o de sigilo sobre informa��es p�blicas s�o alguns exemplos da diferen�a entre o petista enquanto candidato e no Pal�cio do Planalto.

A promessa de que seria um governo de concilia��o nacional ficou em parte restrita � elei��o. Neste ano, Lula refor�ou o discurso de polariza��o pol�tica e disse que as depreda��es �s sedes dos tr�s Poderes foram a "revolta dos ricos que perderam a elei��o".

Apesar do slogan do governo de uni�o e reconstru��o, e das declara��es do presidente e seus aliados pela volta do di�logo com os que pensam diferente, Lula n�o tem poupado cr�ticas o seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL).

O epis�dio de 8 de janeiro, quando apoiadores golpistas de Bolsonaro depredaram as sedes dos tr�s Poderes, fomentou um tom mais cr�tico de Lula em discursos. Se por um lado colocou um ministro moderado � frente da Defesa, Jos� M�cio, por outro ele declarou que o Ex�rcito deixou de ser o de Duque de Caxias e passou a ser o de Bolsonaro.

Desde 2021, quando recuperou seus direitos pol�ticos, o atual mandat�rio procurou se projetar como lideran�a de uma coaliz�o democr�tica para derrotar o seu advers�rio.

O presidente recebeu apoio de economistas, intelectuais e pol�ticos de diferentes matizes ideol�gicos, sob o argumento de que lideraria um governo de frente ampla, com espa�o para diferentes pensamentos pol�ticos.

Uma vez eleito, indicou antigos rivais para a Esplanada. Mas concentrou poder, o grosso do Or�amento e as principais vitrines do governo nas m�os de petistas.

Na campanha, congregou aliados e at� advers�rios hist�ricos com a promessa de que n�o buscaria um novo mandato em 2026. Logo nas primeiras semanas do ano, o discurso mudou.

A altera��o na ret�rica sobre reelei��o foi primeiro levantada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, no segundo dia de mandato. Em entrevista � TV Cultura, Rui disse: "Se ele [Lula] continuar, como ele pr�prio diz, com energia e o tes�o de 20 anos, quem sabe ele pode fazer um novo mandato presidencial".

A declara��o gerou desgaste, uma vez que na Esplanada h� ao menos outros tr�s presidenci�veis: Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento) e o vice-presidente, Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior).

O gesto, contudo, foi refor�ado pelo pr�prio presidente. Em entrevista � RedeTV! na semana passada, disse que precisa "aproveitar a vida" e que agora n�o pensa em ser candidato. No entanto, fez uma ressalva: afirmou que isso pode acontecer se houver "uma situa��o delicada" e ele se sentir com a sa�de perfeita.

"Se eu puder afirmar para voc� agora, eu falo 'n�o serei candidato em 2026'. Eu vou estar com 81 anos de idade. Eu preciso aproveitar um pouco a minha vida, porque eu tenho 50 anos de vida pol�tica. Isso � o que eu posso te dizer agora. Agora, se chegar num momento, tiver uma situa��o delicada e eu estiver com a sa�de... Porque tamb�m s� posso ser candidato se eu tiver com sa�de perfeita, mas com sa�de perfeita, 81 de idade, energia de 40 e tes�o de 30 [a� posso ser candidato]", afirmou.

Em outra frente, a postura de Lula em busca pela governabilidade com o Congresso fez com que o mandat�rio recuasse de cr�ticas a Arthur Lira, que at� 30 de outubro estava no barco de Bolsonaro.

Se na campanha era alvo de cr�ticas do petista, ap�s eleito Lira tornou-se um aliado de primeira hora. "Foi o esfor�o pol�tico desta base, dos partidos, que, semana passada, reconduziu presidente da C�mara com vota��o hist�rica", disse recentemente o ministro das Rela��es Institucionais, Alexandre Padilha.

Al�m dos gestos do governo em dire��o a ele, o mandat�rio encontrou Lira logo depois de sua vit�ria e o PT fez parte do grande bloco que o reelegeu.

O ponto de inflex�o foi a aprova��o da PEC (proposta de emenda � Constitui��o) que ampliou o teto de gastos em R$ 145 bilh�es em 2023 e 2024 para o pagamento do Aux�lio Brasil (que voltar� a se chamar Bolsa Fam�lia) e liberou outros R$ 23 bilh�es para investimentos fora do limite fiscal em caso de arrecada��o de receitas extraordin�rias.

A proposta foi a primeira prova de fogo de Lula e contou com o apoio de Lira. O movimento selou alian�a entre os dois.

No ano passado, Lula chegou a chamar Arthur Lira de "imperador".

"Se a gente ganhar as elei��es e o atual presidente da C�mara continuar com o poder imperial, ele j� est� querendo criar o semipresidencialismo. Ele j� quer tirar o poder do presidente para que o poder fique na C�mara dos Deputados e ele aja como se fosse o imperador do Jap�o", afirmou Lula em 3 de maio de 2022.

Neste in�cio de ano, o governo Lula 3 tamb�m se valeu de um expediente amplamente utilizado por seu antecessor: o sigilo sobre determinadas informa��es oficiais. O Itamaraty, inicialmente, p�s sob sigilo a lista de convidados para uma recep��o ap�s a posse do mandat�rio. Depois, diante da repercuss�o, recuou, e os nomes foram publicados.

O atual governo tamb�m imp�s sigilo sobre a �ntegra das imagens dos atos de vandalismo registradas pelo sistema de c�meras do Pal�cio do Planalto em 8 de janeiro, alegando riscos para a seguran�a das instala��es presidenciais.

O acesso aos sigilos impostos pela gest�o Bolsonaro � uma das principais bandeiras do novo mandat�rio. Lula determinou, em pacote assinado no primeiro dia de governo, que a CGU (Controladoria-Geral da Uni�o) reavaliasse em 30 dias as determina��es.

O minist�rio anunciou que revisou 234 sigilos a informa��es p�blicas impostos durante o governo anterior e criou novos crit�rios expandindo o acesso a dados p�blicos.

Entre os casos, est�o as entradas dos filhos do ex-presidente Bolsonaro no Pal�cio do Planalto e o processo disciplinar que inocentou o deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ) por participar de um ato pol�tico com o ent�o mandat�rio quando ainda era general da ativa. J� o caso do cart�o de vacina��o de Bolsonaro n�o tem ainda uma decis�o tomada.

 

VEJA PROMESSAS DESFEITAS E MUDAN�AS DE POSICIONAMENTO DE LULA

Reelei��o - Apesar de ter prometido n�o buscar um novo mandato em 2026, falas do presidente e de seus aliados criam incertezas sobre o futuro pol�tico do atual mandat�rio, o que gerou desconfortos com presidenci�veis na Esplanada dos Minist�rios.

Concilia��o - Embora Lula tenha prometido um governo de di�logo durante a campanha eleitoral, suas pr�prias declara��es sobre o Ex�rcito, Bolsonaro e os ataques golpistas tornaram-se mais desconfiadas, refor�ando a polariza��o pol�tica.

Arthur Lira - Tratado como rival pelo petista, o presidente da C�mara dos Deputados j� chegou a ser chamado de "imperador" por Lula, e agora � um dos principais aliados do governo, tendo protagonismo na aprova��o da PEC da Transi��o.

Sigilo - Mesmo com cr�ticas aos sigilos impostos no governo Bolsonaro, o governo petista se valeu do instrumento e tornou classificados a �ntegra das imagens dos atos de vandalismo registradas no Planalto e a lista de convidados para a recep��o da posse no Itamaraty, medida posteriormente revista.

 


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