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Estado de Minas TRABALHO ESCRAVO

C�mara de cidade ga�cha pede desculpa a baianos por declara��o de vereador

Fantinel afirmou que produtores rurais deveriam contratar funcion�rios 'limpos' para a colheita da uva, como os argentinos, e n�o 'aquela gente l� de cima'


01/03/2023 18:52 - atualizado 01/03/2023 19:33

Sandro Fantinel
Vereador do Rio Grande do Sul, Sandro Fantinel � acusado de xenofobia e racismo (foto: Internet/Reprodu��o )
A C�mara de Caxias do Sul (RS) pediu desculpa aos baianos nesta quarta-feira (1º/3) pelas falas do vereador Sandro Fantinel sobre a opera��o que apura trabalho an�logo ao escravo em vin�colas ga�chas. Em nota, a C�mara disse que "n�o compactua com nenhuma manifesta��o de preconceito, discrimina��o, racismo ou xenofobia".


A manifesta��o � assinada por todos os vereadores da Casa -exceto Fantinel, que, em entrevista � Folha de S.Paulo na noite de ter�a-feira (28/2), disse que foi mal interpretado, pedindo desculpas por trechos de sua fala.


Ao discursar na tribuna da C�mara sobre o caso dos funcion�rios resgatados em situa��o an�loga � escravid�o na serra ga�cha, Fantinel afirmou que empresas e produtores rurais deveriam contratar funcion�rios "limpos" para a colheita da uva, como os argentinos, e n�o deveriam buscar "aquela gente l� de cima". Ele se referia a trabalhadores da Bahia, estado de origem da maioria dos homens resgatados.


Na nota oficial da C�mara, que � presidida pelo vereador Jos� Pascual Dambr�s (PSB), os parlamentares tamb�m apontam que as falas de Fantinel s�o um "posicionamento individual", que "n�o traduz o pensamento e os valores da institui��o e nem da totalidade dos vereadores".

 

 

 


"Tamb�m pedimos desculpas ao povo baiano e a todos os migrantes que se sentiram atacados, destacando que s�o todos muito bem-vindos em nossa Caxias do Sul", disse a C�mara.

Governador da Bahia

 


Nas redes sociais, o governador da Bahia, Jer�nimo Rodrigues (PT), e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo leite (PSDB), tamb�m se manifestaram sobre o epis�dio.


"Eu repudio veementemente a apologia � escravid�o e n�o permitirei que tratem nenhum nordestino ou baiano com preconceito ou rancor", afirmou o petista.


J� Leite disse que se trata de um discurso "xen�fobo e nojento", que "n�o representa o povo do Rio Grande do Sul".


"N�o admitiremos esse �dio, intoler�ncia e desrespeito na pol�tica e na sociedade. Os ga�chos est�o de bra�os abertos para todos, sempre", disse o tucano.

Governador do Rio Grande do Sul

 


O governador do Rio Grande do Sul tamb�m falou sobre a investiga��o das empresas e pessoas envolvidas no caso dos trabalhadores resgatados em situa��o an�loga � escravid�o.


"� inaceit�vel e criminoso. Daremos a nossa contribui��o para que todos os envolvidos sejam responsabilizados, que o setor vitivin�cola e a serra ga�cha n�o fiquem manchados pela conduta criminosa de poucos", afirmou Leite.

 

 


Trabalho an�logo � escravid�o


Segundo o Minist�rio P�blico do Trabalho, foram 192 homens resgatados com idades entre 18 e 57 anos. Eles trabalhavam para duas empresas que eram contratadas pelas vin�colas Aurora, Cooperativa Garibaldi e Salton. As tr�s dizem que n�o tinham conhecimento da situa��o relatada pelos trabalhadores e que repudiam viola��es de direitos humanos.


Ao come�ar seu discurso na C�mara, na ter�a-feira (28), Fantinel disse que subia � tribuna para prestar solidariedade aos empres�rios e produtores rurais e que conhecia o problema da falta de m�o de obra para o trabalho de campo.


"Essa pauta ganhou grande repercuss�o em fun��o dos acontecimentos em Bento Gon�alves, que na minha vis�o s�o exagerados e midi�ticos. Me deparei com uma avalanche de cr�ticas e at� ofensas a empresas e empres�rios do setor de vin�colas que s�o desmedidas e injustas. Empresas que s�o muito importantes para a nossa serra ga�cha e nosso pa�s e est�o sofrendo um verdadeiro linchamento virtual", disse ele.


Na sequ�ncia, ele afirma ter apenas um conselho aos empres�rios e produtores rurais: "N�o contratem mais aquela gente l� de cima. Conversem comigo e vamos contratar os argentinos. S�o limpos, trabalhadores, corretos, cumprem o hor�rio, mant�m a casa limpa e, no dia de ir embora, ainda agradecem ao patr�o pelo dinheiro que receberam".


Com os baianos, seguiu o vereador, "a �nica cultura que eles t�m � viver na praia, tocando tambor, era normal que fosse ter este tipo de problema". "Ent�o, deixem de lado aquele povo, que � acostumado com Carnaval e festa, para voc�s n�o se incomodarem novamente".


Ap�s a repercuss�o do caso, Fantinel disse em entrevista � Folha que "falou demais", pediu desculpas, mas alegou ter sido mal interpretado: "Eu toquei no nome dos baianos porque o processo que est� correndo em Bento Gon�alves foi com os baianos. Porque se tivesse sido com os mineiros, eu teria falado sobre mineiros. Se tivesse sido com os cariocas, eu teria falado dos cariocas. N�o tenho nada contra os baianos, pelo contr�rio. Tive nas praias de l�, � maravilhoso".


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