
O comando da comiss�o era um dos principais entraves para a instala��o dos colegiados. O PT e o PL disputavam a presid�ncia diante do desgaste que a comiss�o pode gerar no governo.
Kicis s� ser� confirmada no cargo ap�s a instala��o da comiss�o. A escolha do presidente costuma ocorrer em vota��o no colegiado, na qual costuma-se respeitar os acordos internos.
Lideran�as do PT afirmaram � Folha de S.Paulo que, apesar de o PL ficar com a Comiss�o de Fiscaliza��o, o governo se organizar� para ter a maioria de parlamentares no colegiado para evitar a aprova��o de propostas desconfort�veis para o governo.
Na avalia��o de l�deres do centr�o ouvidos pela reportagem, o acordo para o PL comandar a comiss�o pode acarretar problemas para o governo Lula. Um deles afirma, sob reserva, que isso representa uma derrota para o Pal�cio do Planalto, com risco de constantes convoca��es de ministros.
O acordo para a comiss�o foi anunciado pelo presidente da C�mara, Arthur Lira (PP-AL), em conversa com jornalistas nesta ter�a-feira (7/3).
"O PL tem o direito da primeira escolha. Ele abriu m�o da CCJ por causa do acordo. [As demais comiss�es ficam] para frente, [os partidos] v�o se entendendo", disse.
Lira
Desde que se reelegeu presidente da C�mara, Lira tem feito negocia��es com todos os partidos da C�mara para a distribui��o das presid�ncias das comiss�es.
Pelas regras da Casa, a divis�o � feita de acordo com o tamanho das bancadas dos partidos. A maioria das siglas, no entanto, formou um superbloco no in�cio do ano, em sinal de apoio � reelei��o de Lira, e as negocia��es para as comiss�es precisou ser feita por meio de acordos.
Todos os partidos participam do superbloco, exceto Novo, PSOL e Rede.
O acordo prev� que o PT ficar� com a presid�ncia da Comiss�o de Constitui��o e Justi�a -a mais importante da C�mara. O partido decidiu indicar o deputado Rui Falc�o (PT-SP) para a fun��o.
A Folha teve acesso a um rascunho que lideran�as do governo fizeram nesta ter�a-feira com as divis�es que est�o certas e as comiss�es que mais de um partido apresentaram interesse.
A planilha prev� que as comiss�es de Comunica��o e de Esporte devem ficar com o Republicanos; o PP planeja controlar as comiss�es de Defesa do Consumidor e Via��o e Transportes; o PSD quer Turismo e disputa a de Minas e Energia com a Uni�o Brasil; o PDT quer a Comiss�o de Integra��o Nacional e Desenvolvimento Regional.
Superbloco
Em acordo pela reelei��o de Lira, os partidos do superbloco negociaram a cria��o de cinco novas comiss�es na C�mara no in�cio do ano. Com a mudan�a, a Casa passou a ter 30 colegiados -e o objetivo � dar ao menos uma presid�ncia para cada partido que apoiou a campanha do presidente alagoano.
Apesar dos avan�os para a divis�o das presid�ncias dos colegiados, a c�pula da C�mara ainda diverge sobre o comando e a relatoria da CMO (Comiss�o Mista de Or�amento), respons�vel por fazer os ajustes nas propostas or�ament�rias.
A Uni�o Brasil pretende ter a relatoria, mas deputados do PL argumentam que o partido tem a maior bancada e deveria ter a preced�ncia na escolha do relator. A instala��o da CMO, no entanto, ocorre em outro momento e a defini��o dever� s� ocorrer em abril.
No Senado, os partidos que sa�ram derrotados da disputa entre o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o l�der da oposi��o, Rog�rio Marinho (PL-RN), devem ficar sem nenhuma das 14 presid�ncias. A instala��o est� prevista para esta quarta-feira (8).
O ex-presidente do Senado Renan Calheiros (MDB-AL) venceu o embate contra a bancada do PT e deve ser indicado para a presid�ncia da Comiss�o de Rela��es Exteriores -que era cobi�ada pelo petista Humberto Costa (PT-PE).
Alvo de reclama��o dos colegas, Davi Alcolumbre (Uni�o Brasil-AP), tamb�m ex-presidente do Senado, deve continuar na presid�ncia da Comiss�o de Constitui��o e Justi�a -a mais importante do Congresso- por mais dois anos.
J� o nome do senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO) deve ser confirmado para a presid�ncia da Comiss�o de Assuntos Econ�micos, considerada a segunda mais relevante da Casa.
O acordo foi fechado entre os partidos que apoiaram Pacheco ou entregaram a maioria dos votos: PSD, MDB, PT, Uni�o Brasil, PDT, PSB e Podemos.
Senadores dos dois blocos governistas afirmam que PL, PP e Republicanos fizeram uma campanha dura contra Pacheco, e assumiram o risco de ficar sem a presid�ncia das comiss�es permanentes quando levaram a candidatura adiante. Dizem, ainda, que uma �nica comiss�o nas m�os da oposi��o � capaz de gerar desgastes para o governo.