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Estado de Minas VIAGEM � CHINA

EUA veem afronta de Lula ap�s acusar Casa Branca de incentivar guerra

Fontes de Washington dizem que o petista teria se alinhado a Pequim durante visita ao Pequim


16/04/2023 04:00 - atualizado 16/04/2023 07:29

Durante a visita a Biden, em fevereiro, Lula não fez críticas a Pequim e Moscou
Durante a visita a Biden, em fevereiro, Lula n�o fez cr�ticas a Pequim e Moscou (foto: Sarah Silbiger/POOL/AFP - 10/2/23)

Austin, EUA - Apesar de se declarar neutro na disputa entre Estados Unidos e China, o Brasil parece ter se alinhado claramente aos chineses e � R�ssia. Essa � a percep��o – e o receio – de integrantes do governo americano, que alegam que os brasileiros n�o s� n�o t�m prezado pelo equil�brio em seus posicionamentos, como teriam adotado uma clara oposi��o a Washington. A reportagem entrou em contato com o Itamaraty com um pedido de coment�rio, mas ainda n�o houve retorno. Em sua visita � China, o presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) fez cr�ticas aos EUA – disse que o pa�s incentiva a  guerra da Ucr�nia, atacou a hegemonia do d�lar e insinuou que os americanos pressionam o Brasil a boicotar a China. Em seu encontro com Joe Biden, em fevereiro, Lula n�o usou a Casa Branca como palco para fazer cr�ticas a Pequim ou a Moscou.

Fontes americanas afirmam n�o pressionar o Brasil a n�o ter rela��es com o regime de Xi Jinping ou a escolher um dos dois pa�ses – os pr�prios EUA t�m grande interc�mbio com a China, argumentam. Mas entendem que Lula e sua equipe de pol�tica externa, liderada pelo ministro das Rela��es Exteriores, Mauro Vieira, e o assessor especialCelso Amorim, adotaram um tom aberto de antagonismo aos EUA. Um dos aspectos mais problem�ticos, na vis�o de Washington, � Lula enxergar os EUA como obst�culo para o fim da guerra na Ucr�nia – e a China e a R�ssia como os pa�ses que v�o levar a paz ao conflito. Em Pequim, o petista afirmou que � preciso que os americanos "parem de incentivar a guerra e comecem a falar em paz, para a gente convencer o Putin e o Zelenski de que a paz interessa a todo mundo e a guerra s� est� interessando, por enquanto, aos dois".

Tamb�m despertou preocupa��o Lula declarar que Zelenski, presidente do pa�s invadido, "n�o pode [...] ter tudo" dias antes da viagem � China. Na ocasi�o, ele tamb�m afirmou que "Putin n�o pode ficar com o terreno da Ucr�nia", mas que "talvez se discuta a Crimeia" – o que poderia indicar que, na vis�o do petista, Kiev deveria abrir m�o do territ�rio, anexado por Moscou em 2014, antes da invas�o que culminou com o conflito atual. Por fim, dizem as fontes americanas, o governo brasileiro est� repetindo fielmente o discurso do Kremlin – que ap�s invadir um pa�s, violando sua soberania e desrespeitando a Carta da ONU, ainda estaria cometendo in�meros crimes de guerra.
 

Na vis�o de Washington, o Brasil deveria ter papel nas negocia��es de paz. As fontes alegam, no entanto, que as declara��es de Lula minam a credibilidade do pa�s como mediador equilibrado e neutro. Um funcion�rio do governo americano argumenta ainda que o engajamento do Brasil com a Ucr�nia tem sido muito menor do que com a R�ssia. E menciona a visita do chanceler russo, Serguei Lavrov, ao Brasil nesta semana.

Lula tamb�m fez quest�o de visitar a Huawei, gigante de telecomunica��es que � alvo de san��es dos EUA. A Casa Branca pressionou a gest�o Bolsonaro a barrar a empresa no leil�o do 5G no Brasil, mas n�o conseguiu. Os americanos alegam que ela compartilha dados sigilosos com o governo chin�s. Lula disse que a visita � Huawei tinha como objetivo "dizer ao mundo que n�o temos preconceito na nossa rela��o com os chineses". "Ningu�m vai proibir que o Brasil aprimore a sua rela��o com a China", afirmou ele, em Pequim.

O petista afirmou ainda que deseja "elevar o patamar da parceria bilateral e equilibrar geopol�tica mundial" – ecoando a ret�rica da China de defesa da multipolaridade, que se traduziria em uma redu��o da influ�ncia dos EUA. Washington diz que os EUA compartilham os valores de defesa da democracia com o Brasil – e que, por isso, defenderam o respeito ao processo eleitoral brasileiro, quando Jair Bolsonaro amea�ou n�o aceitar o resultado das elei��es. Eles afirmam que China e R�ssia n�o tiveram nem t�m o mesmo tipo de preocupa��o.

Indagados sobre a falta de resultados concretos na viagem de Lula a Washington, e a frustra��o do governo brasileiro com o fato de Joe Biden n�o ter se comprometido com contribui��o financeira mais ambiciosa com o Fundo Amaz�nia, os funcion�rios americanos afirmam que o pa�s n�o promete sem ter certeza de que ir� cumprir. Em contraste, eles prosseguem, a China j� anunciou in�meros investimentos no Brasil que nunca se concretizaram. Por exemplo, houve an�ncios de um fundo de US$ 50 bilh�es para investimento chin�s em infraestrutura no Brasil, durante o governo Dilma, e de uma ferrovia transcontinental que ligaria o oceano Atl�ntico ao Pac�fico, nada disso saiu do papel.

Durante a viagem dos �ltimos dias, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, anunciou que a institui��o e o Banco da China assinaram acordo de R$ 6 bilh�es para investimentos em infraestrutura e inova��o tecnol�gica. E o Minist�rio da Fazenda estimou que os acordos fechados na viagem gerem R$ 50 bilh�es em investimentos chineses no Brasil. Al�m do ceticismo em rela��o � concretiza��o dos investimentos, os americanos mencionam supostos m�todos predat�rios dos chineses em seus financiamentos de infraestrutura, apontando para os in�meros pa�ses pobres com alto endividamento com Pequim. (Folhapress)




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