As declara��es surgem no contexto em que o partido portugu�s de ultradireita Chega, liderado por um apoiador declarado de Jair Bolsonaro (PL), convocou manifesta��es nas ruas contra a presen�a de Lula em Portugal. Em sua fala, o presidente brasileiro comparou o comportamento da extrema direita ao fascismo.
"� quase como fazer pol�tica no submundo. Voc�s acompanharam as �ltimas elei��es no Brasil, viram o que aconteceu. Quando se come�a a negar a pol�tica, o que vem depois � sempre muito pior. A extrema direita de direita ideol�gica n�o tem nada, tem muito de fascismo."
Marcelo Rebelo de Sousa, por sua vez, destacou a retomada dos la�os entre os dois pa�ses, "reatando uma tradi��o de outros tempos", e destacou o papel dos brasileiros na sociedade portuguesa.
Leia mais: Visita do presidente Lula a Portugal ocorre em momento de ebuli��o no pa�s
Antes de se reunirem no Pal�cio de Bel�m, sede da Presid�ncia portuguesa, Lula foi recebido com honras militares. A cerim�nia ocorreu em um dos principais cart�es-postais da cidade, o Mosteiro dos Jer�nimos. O presidente fez uma breve visita ao mosteiro e deixou flores no t�mulo do poeta Lu�s de Cam�es.
Questionado sobre suas recentes declara��es sobre a Guerra da Ucr�nia, Lula voltou a pedir paz. Dessa vez em discurso mais moderado, disse que o Brasil condena a invas�o russa da Ucr�nia, mas reiterou que nem Kiev nem Moscou parecem querer parar o conflito.

"� melhor encontrar a sa�da em torno de uma mesa do que no campo de batalha", afirmou o petista. Perguntado se ainda sustenta que a Uni�o Europeia colabora para a manuten��o do conflito, disse que "se voc� n�o fala em paz, voc� contribui para a guerra".
Lula tamb�m voltou a defender a reforma do Conselho de Seguran�a da ONU, para a inclus�o de mais pa�ses como membros permanentes --"� preciso uma nova governan�a mundial; geografia de 1945 n�o � a mesma de hoje". E argumentou que a l�ngua portuguesa deveria se tornar um dos idiomas oficias das Na��es Unidas.
Apesar da ultradireita portuguesa ter convocado protestos contra a presen�a do petista, o clima era de tranquilidade nos arredores. Cerca de 50 manifestantes pr�-Lula se posicionaram no entorno, muitos com cartazes de apoio ao presidente.
Lula estava acompanhado da primeira-dama, Ros�ngela Lula da Silva, a Janja, dos oito ministros que comp�em a delega��o, al�m de embaixadores, militares e outros pol�ticos.
Este � o terceiro encontro dos chefes de Estado em menos de seis meses. Em novembro, Lula j� havia se reunido com o portugu�s em Bel�m durante sua passagem de 24 horas por Lisboa no retorno da confer�ncia do clima da ONU, no Egito.
Em janeiro, Rebelo de Sousa esteve em Bras�lia para prestigiar a posse de Lula e aproveitou para convidar o brasileiro para realizar esta visita.
� tarde, o presidente brasileiro participa da retomada da C�pula Luso-Brasileira. Prevista para acontecer a cada dois anos, a reuni�o de alto n�vel entre os governos dos dois pa�ses n�o era realizada desde 2016.
A programa��o inclui um encontro exclusivo de Lula com o primeiro-ministro de Portugal, Ant�nio Costa, e depois encontros mais alargados, com a presen�a de ministros portugueses e brasileiros.
H� previs�o de assinatura de pelo menos 13 acordos, em �reas como ci�ncia, inova��o, direitos das pessoas com defici�ncia e aeron�utica.
A maior parte das atividades do dia est� concentrada na regi�o de Bel�m, em um raio de pouco mais de 1 km de dist�ncia. A seguran�a no bairro, um dos mais tur�sticos da capital, foi bastante refor�ada.
Pouco ap�s a chegada de Lula, policiais retiraram das proximidades da cerim�nia dois jovens manifestantes que seguravam uma bandeira da Ucr�nia e um cartaz que defendia a sa�da das tropas russas do pa�s invadido. A justificativa para a remo��o � que a dupla n�o havia feito a comunica��o pr�via obrigat�ria do protesto �s autoridades policiais.